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16 de Junho de 2024
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    Em cumprimento a acordo com o MPF, CSN protocola junto à ANM pedido de extinção de barragem em Conselheiro Lafaiete(MG)

    Medidas para o descomissionamento e a descaracterização da estrutura já estão em andamento, com previsão de encerramento ainda em 2019

    há 5 anos

    A empresa CSN Mineração S/A comunicou ao Ministério Público Federal (MPF) o cumprimento de item do Termo de Acordo Preliminar (TAP) firmado em 10 de abril deste ano para a revisão imediata das declarações de estabilidade de todas as barragens de rejeitos pertencentes à mineradora, em especial das que estão localizadas nos municípios de Congonhas, Conselheiro Lafaiete e Rio Acima, e para a adoção de providências visando à eliminação definitiva dessas estruturas.

    A empresa comprovou o cumprimento de item do TAP, que previu a completa e definitiva descaracterização e o descomissionamento da Barragem B2 Água Preta localizada em Conselheiro Lafaiete (MG), com o protocolo, junto à Agência Nacional de Mineração (ANM), de pedido de retirada da estrutura do Cadastro Nacional de Barragens.

    A Barragem B2 foi construída para a disposição de rejeitos da mineração de manganês da mina Água Preta e está localizada a cerca de 4,5 km da igreja matriz de Nossa Senhora da Conceição da cidade de Conselheiro Lafaiete, na região central do estado de Minas Gerais. Com a desativação da mina, a CSN optou por descaracterizar a barragem, cujas obras compreendem a remoção parcial do maciço da barragem, a construção de um canal no reservatório e o reaterro desse reservatório.

    "O processo de descomissionamento e descaracterização de barragens, que, na prática, significa esvaziá-las ou aterrá-las, integrando-as ao meio ambiente e eliminando completamente os riscos inerentes a essas estruturas, também está sujeito a várias condicionantes", explica a procuradora da República Mirian Moreira Lima. "No acordo que firmamos com a CSN, deixamos claro que a empresa deve seguir rigorosamente as exigências técnicas que garantam a manutenção do Fator de Segurança igual ou superior ao recomendado pela Agência Nacional de Mineração e o foco do nosso trabalho é chegar à completa extinção desse tipo de barragem alteada pelo método a montante, que possui alto risco de rompimento, com perigo para vidas humanas.”

    Após o rompimento das barragens da Vale em Brumadinho, a legislação avançou com a criação de novas regras de segurança para esse tipo de estrutura, inclusive proibindo barragens com método de alteamento a montante e estabelecendo a obrigatoriedade de descomissionamento e descaracterização das atualmente existentes.

    Entre as barragens da CSN, estão também a Casa de Pedra, uma estrutura com alto potencial de dano associado, eis que situada em área urbana densamente povoada da cidade de Congonhas (MG), e as barragens B2 e Água Preta, que já se encontram em processo de descaracterização, com processo de licenciamento concluído para seu descomissionamento ainda em 2019.

    "Nossa intenção, com o TAP, foi estabelecer também uma série de compromissos que vinculem a CSN ao cumprimento imediato de medidas de segurança até que s barragem em risco seja extinta, como a realização de inspeções diárias nas barragens e o lançamento das respectivas informações no Sistema Integrado de Gestão de Segurança de Barragens de Mineração, como também a instalação, até o dia 16 de junho deste ano, de equipamentos capazes de monitorar, em tempo integral, eventuais deformações e deslocamentos das estruturas, bem como de sistemas automatizados de acionamento de sirenes nas zonas de autossalvamento", informa a procuradora da República.

    Ela afirma que, mesmo nos casos em que as barragens já estejam passando por processo de descomissionamento, como é o caso da B2, em Conselheiro Lafaiete," o TAP estabeleceu regras a serem cumpridas pela mineradora, de forma que o resultado final do processo garanta higidez ambiental, como o reforço das estruturas ou até mesmo a construção de nova estrutura de contenção a jusante, com o objetivo de reduzir ou eliminar o risco de liquefação ".

    " É evidente que estamos diante de uma situação em que precisamos dar a destinação adequada aos rejeitos minerários depositados nas atuais barragens ", diz Mirian Lima." Por isso, o TAP estabeleceu prazo de 120 dias para que a CSN apresente aos órgãos públicos competentes projetos para utilização de métodos alternativos de acumulação e disposição de rejeitos a seco, que são mais seguros e ambientalmente menos nocivos ".

    Custeio de trabalhos técnicos - Outra importante conquista obtida pelo MPF com a assinatura do TAP foi o compromisso da CSN em custear por oito meses despesas relacionadas à contratação, pelo MPF, de especialistas para a realização de vistorias, identificação de problemas estruturais e apontamento de soluções.

    De acordo com a procuradora da República,"Uma das maiores preocupações do Ministério Público reside na imprescindibilidade de se contar com conhecimento técnico e especializado sobre as condições estruturais das barragens, ainda mais diante da insegurança gerada por laudos produzidos pelas auditorias contratadas pelas mineradoras nos últimos anos, de que o caso Brumadinho é o maior exemplo. Por isso, conseguimos, através do TAP, recursos para a contratação de especialistas, do setor público e/ou privado, que fornecerão análises independentes, indicando eventuais irregularidades e medidas a serem adotadas para assegurar a estabilidade dessas estruturas".

    Ela ressalta que os relatórios e laudos produzidos pelos especialistas ficarão à disposição da própria mineradora, para que possam servir de subsídios técnicos na administração das barragens.
    O TAP também previu que, em caso de descumprimento de quaisquer das obrigações assumidas com o MPF, será aplicada multa diária no valor de 50 mil reais além da exigência judicial do cumprimento de todas as obrigações assumidas pela Empresa.

    Assessoria de Comunicação Social
    Ministério Público Federal em Minas Gerais
    Tel.: (31) 2123.9010 / 9008
    No twitter: mpf_mg

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