Em defesa da memória de São Gonçalo
São Gonçalo deu um grande passo para o resgate da memória dos presos e desaparecidos políticos que residiam ou foram torturados na cidade. Conforme adiantou OSG na edição da última segunda-feira, na terça-feira a Câmara aprovou, por unanimidade, o projeto de lei de do vereador Professor Paulo (PT), que cria a Comissão Municipal da Verdade. A proposta, agora, vai para sanção do prefeito Neilton Mulim.
Em modelo semelhante ao vigente na vizinha Niterói, primeiro município fluminense a oficializar a ação do grupo, a comissão gonçalense terá legitimidade, ao longo de dois anos, para investigar violações aos direitos humanos exercidas pelos militares durante a ditadura (1964 e 1985).
De acordo com Professor Paulo, a proposta se baseia no formato dos colegiados de investigação estadual e nacional, composto por sete membros e com ampla participação de entidades envolvidas no combate ao regime.
Em São Gonçalo, a sociedade civil ocupará cinco cadeiras, enquanto o poder público ficará com as duas vagas restantes. A distribuição está prevista da seguinte forma: um representante do Fórum de Anistia dos Operários Navais e Metalúrgicos de Niterói e São Gonçalo, um da Associação dos Aposentados e Pensionistas do Sindicato dos Operários Navais de Niterói e São Gonçalo, um do Sindicato Estadual dos Operários Navais, um da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SG), um da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), um ligado ao Poder Executivo e outro ao Legislativo.
"A Uerj, por exemplo, tem uma vasta pesquisa sobre o tema na região e poderá contribuir bastante", destacou o vereador.
Para Cristiane Eboli, colaboradora da Associação, a presença destas instituições é fundamental para o bom funcionamento da Comissão.
"As classes de operários navais e de metalúrgicos eram muito expressivas na época e, por conta disso, sofreram grande repressão dos militares, como invasões, queimas de arquivos e prisões. E importante ter pessoas envolvidas com a causa no grupo", salientou Cristiane.
Também assinam o projeto de lei aprovado, os vereadores Marco Rodrigues (PSD), Marlos Costa (PT), Dinei Marins (PSB) e Diego São Paio (PRP).
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