Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
16 de Junho de 2024
    Adicione tópicos

    Empresas de internet afirmam: denúncias são fundamentais para coibir crimes digitais

    Publicado por JurisWay
    há 9 anos
    Diretores de empresas de internet foram unânimes em destacar a importância de denúncias de usuários para coibir os diferentes crimes digitais, em audiência pública nesta quinta-feira (27) da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Crimes Cibernéticos. A CPI ouviu o diretor de Políticas Públicas do Google Brasil Internet, Marcel Leonardi, o diretor de Relações Governamentais do Facebook no Brasil, Bruno Magrani, o diretor de Relações Governamentais do Twitter Brasil, Felipe Magrim; e o diretor Jurídico do Yahoo! Brasil, Diego Gualda.

    Os diretores afirmaram que retiram de suas páginas, sem necessidade de ordem judicial, os conteúdos referentes à violência sexual contra crianças e adolescentes, os discursos de ódio (por exemplo, envolvendo preconceito de raça e gênero), e as imagens e vídeos de nudez e atos sexuais divulgados sem o consentimento dos envolvidos (pornografia de vingança). Porém, as denúncias dos envolvidos são fundamentais. As quatro empresas disponibilizam ferramentas para denúncias, que são analisadas por suas equipes.

    No caso de conteúdos considerados ofensivos contra a honra, como injúria e difamação, é necessária ordem judicial para a retirada, como estabelece o Marco Civil da Internet (Lei 12.965/14). Segundo o diretor do Google, os crimes contra a honra, em geral, são subjetivos, daí a necessidade de análise do Judiciário. De acordo com o marco civil, a entrega a autoridades de dados de usuário suspeitos de práticas de crimes também só pode ser feita mediante ordem judicial.

    Os diretores afirmaram que a lei, aprovada no ano passado, trouxe mais segurança jurídica e clareza de regras para as empresas e usuários. O efeito é positivo, inclusive sobre a criminalidade na rede, ressaltou o diretor do Yahoo. Porém, eles não tinham dados consolidados com a diferença no número de crimes antes e depois da aprovação do marco civil, solicitado por alguns integrantes da CPI.

    Violência sexual contra crianças
    No caso das denúncias de violência sexual contra crianças, os diretores informaram que elas são enviadas para o órgão americano NCMec (National Center for Missing and Exploited Children), que cataloga e criptografa todas as imagens, impedindo que sejam novamente divulgadas. Essas tecnologias foram desenvolvidas para detectar os casos de abuso sexual infantil de forma automática (por algoritmo), disse Marcel Leonardi.

    O deputado Sandro Alex (PPS-PR), subrelator da CPI, acredita, porém, que o recurso de imagens criptografadas não tem sido suficiente. Segundo ele, ficou disponível no YouTube, por cinco dias, vídeo de estupro de menor no Paraná. O deputado Rafael Motta (Pros-RN), também subrelator, afirmou que rápida busca pelo Google mostra vídeos de crianças com conteúdo sexual, com comentários degradantes.

    De acordo com o diretor do Google, os filtros automáticos têm falhas, e não é possível uma análise prévia de todo o conteúdo divulgado na rede. O YouTube recebe 300 horas de material por minuto. É um volume avassalador. É preciso haver a denúncia para que possamos agir, salientou Marcel. Nenhuma ferramenta tecnológica vai ser totalmente eficaz; dependemos das denúncias, completou o diretor do Facebook , Bruno Magrani. Os diretores ressaltaram a importância da educação das crianças e adolescentes para uso da internet e informaram que as plataformas disponibilizam material explicando a forma mais segura de se comportar na rede.

    Difamações

    O deputado Silas Freire (PR-PI) criticou o fato de as empresas não agirem preventivamente contra os crimes na internet, mas apenas quando provocadas. Para ele, há demora para retirar os conteúdos denunciados. O deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) disse que move centenas de processos contra as redes sociais e salientou a dificuldade das pessoas para proteger sua imagem e sua honra na internet. O parlamentar relata nunca ter conseguido retirar difamações contra ele do Facebook até ter contato direto com um dos diretores da empresa no Brasil.

    O deputado João Arruda (PMDB-PR), que solicitou a audiência, concorda com as regras atuais. Foi muito importante levar para a Justiça algumas questões, como o julgamento de crimes de calúnia. Senão, o Facebook teria que contratar juízes, opinou.

    Reportagem - Lara Haje
    Edição - Patricia Roedel























    • Publicações73364
    • Seguidores794
    Detalhes da publicação
    • Tipo do documentoNotícia
    • Visualizações119
    De onde vêm as informações do Jusbrasil?
    Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/empresas-de-internet-afirmam-denuncias-sao-fundamentais-para-coibir-crimes-digitais/225145680

    Informações relacionadas

    National Center for Missing and Exploited Children: Combate à Pedofilia e Defesa em Casos de Acusação sob o Artigo 241-B do ECA

    Notíciashá 16 anos

    Ministério Público e Google assinam acordo para combate à pornografia infantil

    Notíciashá 16 anos

    Álbuns de fotos do Orkut podem conter imagens de pornografia infantil

    Tribunal de Justiça de São Paulo
    Jurisprudênciahá 3 anos

    Tribunal de Justiça de São Paulo TJ-SP - Agravo de Instrumento: AI XXXXX-83.2021.8.26.9048 Ribeirão Preto

    Ministério Público Federal
    Notíciashá 11 anos

    2ª Câmara do MPF: imagem de nudez infantil pode caracterizar pedofilia

    0 Comentários

    Faça um comentário construtivo para esse documento.

    Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)