Empresas descumprem compensações
As mineradoras agem em uma área de remanescentes de Mata Atlântica. Segundo relatório feito pela bióloga Cláudia Aparecida Pimenta, contratada pela Prefeitura de Itueta para prestar consultoria ambiental, há registros de presença de onça pintada e de papagaio chauá no local. As duas espécies estão na lista de animais ameaçados de extinção.
O mesmo levantamento diagnosticou "avançada situação de assoreamento" dos córregos da Laranjeira e Vargem Alegre, que cortam a porção norte da zona rural do município e fazem parte da Bacia Hidrográfica do Rio Doce. "Encontramos nascentes extintas pela ação das mineradoras e degradação em Área de Preservação Permanente (APP), como topos de morros", afirma a bióloga.
Embora não haja qualquer estudo técnico que confirme a contaminação dos mananciais devido à exploração do granito, Cláudia diz que os córregos podem ter sido afetados. "Há uso de explosivos. A recomendação é para que os moradores não consumam essa água".
A bióloga deve voltar às jazidas ainda este ano para verificar se as empresas estão executando os planos de compensação ambiental."Em uma primeira investida, as mineradoras que tinham autorização para funcionar não estavam cumprindo as exigências", diz.
Segundo Cláudia, como as firmas têm sede no Espírito Santo, Itueta deixa de arrecadar, por ano, cerca de R$ 3 milhões em impostos relacionados à atividade."O problema é que não há fiscalização. As mineradoras usam caminhos alternativos para levar o produto para o estado vizinho", lamenta. (Hoje em Dia)
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