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1 de Junho de 2024
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    Especialistas consideram que violência no trabalho influencia drasticamente o bem estar e a saúde

    “Violência no trabalho no Brasil e no mundo” e “Manifestações da Violência no Trabalho” foram os principais temas debatidos na manhã do segundo dia do 5º Seminário Internacional do Trabalho Seguro.

    O segundo dia do 5º Seminário Internacional do Trabalho Seguro começou com a Conferência “Violência no trabalho no Brasil e no mundo”, com médico americano Casey Chosewood, coordenador do Programa para a Saúde Total do Trabalhador do NIOSH, National Institute for Occupational Safe and Health, dos Estados Unidos. Chosewood afirmou que a violência no trabalho tem influência dramática no bem estar, na segurança física e na saúde geral dos trabalhadores.

    O médico observou que o ser humano não consegue separar o trabalho da vida pessoal e que a violência sofrida num ambiente tem impacto no outro. Chosewood diz que o tema é cada vez mais discutido no mundo e que as normas e os padrões do que é aceitável e do que é inaceitável estão mais visíveis, pois as pessoas estão ficando mais conscientes.

    Segundo o palestrante, estima-se que 17% das pessoas vão enfrentar algum tipo de violência não fatal no trabalho. Nos Estados Unidos, uma forma crescente de violência relacionada ao trabalho é o risco de overdose com narcóticos. “Estamos preocupados também com o crescimento no índice de suicídio no mundo todo, que é mais um capítulo nesse livro de violência no trabalho”, destacou, lembrando também o trauma de testemunhar esse tipo de evento.

    Violência e mercado de trabalho

    O professor José Dari Krein, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), foi o primeiro expositor do painel “Manifestações da Violência no Trabalho”. Na exposição sobre “Violência e mercado de trabalho”, ele fez uma reflexão sobre as transformações recentes das relações de trabalho, que expõem os trabalhadores a uma maior vulnerabilidade.

    O pesquisador acredita que o fenômeno não está ligado às mudanças tecnológicas, mas às relações sociais construídas nas últimas décadas. “O imperativo tecnológico poderia ser utilizado tanto para estruturar mais o mercado de trabalho quanto para flexibilizá-lo. A tendência atual é de flexibilização, de ampliação da liberdade do empregador de determinar as condições de trabalho”, afirmou.

    Em relação à realidade brasileira, o professor avalia que o país ainda não conseguiu estruturar seu mercado de trabalho e atingir um bom nível de emprego com proteção social e que a informalidade e a rotatividade são características fortes no Brasil. Para ele, mais importante do que observar a taxa do desemprego é analisar a taxa de desocupados, que não exclui os desalentados e os trabalhadores em situação precária. De acordo com o pesquisador, o Brasil tem cerca de 28 milhões de pessoas em situação de subutilização.

    Violência no trabalho e a saúde do trabalhador

    Ao abordar o tema “Violência no trabalho e a saúde do trabalhador”, a médica Márcia Bandini, especialista em medicina do trabalho, apresentou o resumo de uma pesquisa realizada este ano pela Associação Nacional de Medicina do Trabalho (Anamt). Segundo os dados apresentados, é crescente a associação entre a violência no trabalho e o adoecimento físico e mental, principalmente nas áreas de saúde e de segurança pública, onde os índices de suicídio e de depressão são alarmantes.

    Para a especialista, é necessário criar um mapeamento organizado sobre os eventos de violência envolvendo os diversos atores sociais. “Precisamos de um envolvimento real das empresas para modificar as condições de vida e de trabalho”, disse.
    “Justiça, respeito e dignidade são necessidades básicas que precisam estar associadas à cultura das organizações”.

    Violências e intensificação do trabalho

    Na exposição “Violências e Intensificação do trabalho”, a professora Daniela Sanches Tavares, da Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho (Fundacentro) debateu situações em que o trabalhador é exposto a agressões físicas e psicológicas. Isso se manifesta, por exemplo, na desconfiança, nos maus tratos, nas agressões verbais e nos obstáculos ao exercício de direitos trabalhistas.

    Segundo a tecnologista, a Fundacentro recebe alto número de demandas relacionadas ao tema e questionamentos sobre a proteção dos trabalhadores. No seu entendimento, é preciso restabelecer laços de solidariedade e zelar pelos valores construídos coletivamente no trabalho, como a colaboração e o prazer do bom trabalho realizado.

    Homenagem

    O ministro Lelio Bentes Corrêa, corregedor-geral da Justiça do Trabalho e conselheiro do CSJT, foi homenageado durante o seminário pela coordenadora do Programa Trabalho Seguro, ministra Delaíde Miranda Arantes, pela sua colaboração para a realização do evento.

    Ele integra a Comissão de Peritos em Aplicação de Normas Internacionais da Organização Internacional do Trabalho (OIT) desde 2006 e, para a ministra, é uma honra ter um representante da Justiça do Trabalho brasileira entre os oito peritos da OIT no mundo. “O ministro Lelio Bentes foi também o responsável pela presença do vencedor do prêmio Nobel da Paz Kailash Satyarthi”, afirmou.

    Fonte: CSJT

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