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17 de Junho de 2024
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    Especialistas em adoção debatem necessidade de preparo por parte de pais

    Publicado por Agência Brasil
    há 14 anos

    Lourenço Canuto

    Repórter da Agência Brasil

    Brasília A necessidade de convicção e preparo por parte das famílias que se candidatam à adoção de crianças que moram em abrigos foi discutida neste sábado por quatro especialistas, reunidos em entrevista no programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

    A mudança na legislação, feita em meados do ano passado, que torna uma pessoa apta a adotar uma criança, depois de seis meses de convívio com ela nos abrigos, foi criticada pelo entrevistados, que consideram o tempo curto para o amadurecimento do relacionamento.

    Os especialistas acham que o tempo é razoável no caso de uma criança recém nascida, mas para um menor com dez anos de idade, por exemplo, eles acreditam que há necessidade de um tempo maior para a adoção.

    O Defensor Público do Distrito Federal, Sérgio Ramos, que integra o Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, disse que os defensores das Varas de Infância "precisam se preparar melhor para decidir sobre a questão, uma vez que os advogados vão sempre trabalhar para adequar a ação de adoção dentro dos interesses e perfil de seus clientes, procurando ocultar tudo que dificulte a concessão".

    A especialista em psicoterapia do trauma e da infância, Marcela Cadima, afirma que muitos problemas ligados às pessoas que querem fazer uma adoção não aparecem no processo burocrático. Ela diz que em seu consultório se depara com muitos casos em que a decisão de casais foi tomada em momento inadequado, o que "é muito ruim, pois o arrependimento vai afetar a vida da criança. Muitas pessoas querem fazer adoção pelo modismo que há nisso, porque vêem artistas famosos assumindo a guarda de crianças de países pobres".

    O presidente da Associação dos Filhos Adotivos do Brasil, Ricardo Fischer, disse que foi adotado na infância, recebeu muito amor de seus pais, mas confessa que sofreu preconceito social e também familiar.

    Já a psicóloga e integrante do Instituto Berço da Cidadania, Marina da Penha Oliveira, que desenvolve o projeto Caminhos para Adoção, disse que para ser pai deve haver um preparo seja de filhos adotivos ou biológicos. "É preciso ter um estilo de vida compatível, para oferecer um lar à criança. Quem quer ajudar uma criança pode sempre fazê-lo, mas maternar é diferente" .

    Marina disse que a adoção também envolve a questão étnica, porque a maioria das crianças que vivem em abrigos são negras, "a maioria dos pobres são negros e a tendência é de que um casal negro escolham uma criança da sua cor, assim como a maioria dos casais brancos escolhem crianças também da pelé clara".

    Edição: Rivadavia Severo

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