Estatuto da Igualdade Racial

O Estatuto da Igualdade Racial completa cinco anos de existência. Um dos seus artigos diz que “deve ser adotada a prática de conferir oportunidades de emprego para atores, figurantes e técnicos negros". No Ver TV desta semana vamos lembrar a importância do estatuto para a democracia brasileira e os seus efeitos sobre os meios de comunicação. Para isso convidamos:

Maurício Pestana, Secretário de Promoção da Igualdade Racial do município de São Paulo. “A cultura desses veículos foi uma cultura formada e forjada na discriminação, é como se o negro não existisse ou só existisse nessas posições. Então isso criou uma cultura de roteiristas, de escritores, de diretores, que só conseguem ver o negro dessa forma”.

Rosane Borges, jornalista e integrante da comissão de jornalistas pela igualdade racial de São Paulo. “O que se tem em termos da cobertura do estatuto, da sua aprovação é um conjunto de informações muito frágil”.

Hédio Silva Júnior, advogado e professor da Faculdade Zumbi dos Palmares. “No jornalismo acho que o exemplo mais acabado é o futebol. Você tem uma presença marcante de negros no futebol e os analistas de futebol é impressionante a ausência de negros, reafirmando a ideia de que quando a atividade exige força física, envolve musculatura, envolve atividade, os negros servem. Quando envolve reflexão, quando envolve intelecção, quando envolve o pensamento, já não deve ocupar digamos o mesmo lugar”.

Um dos blogs mais lidos publicados pela revista Carta Capital é o do Negro Belchior, produzido pelo historiador e professor Douglas Belchior. Ele fala para o Ver TV sobre a disputa pelos espaços de poder na sociedade e o envolvimento dos negros nessa luta.

A identidade negra na televisão ainda é pouco desenvolvida. Em São Paulo um grupo teatral, a Companhia Os Crespos, vem lutando para firmar essa identidade. Para falar sobre esse trabalho nós ouvimos a diretora artística do grupo Lucelia Sérgio. Ela fala da necessidade de ir além da simples presença de negros e negras no vídeo.

A aplicação prática do Estatuto da Igualdade Racial é lembrada pelo Frei David, diretor executivo da ong Educafro. Ele falou ao Ver TV sobre o assunto na Catedral de Brasília.