Estudante sequestrada é encontrada morta e estuprada / Por causa de um carro

A estudante Jéssica Picolo, 13 anos, foi encontrada morta ontem à tarde, dentro de um lago, em São José dos Pinhais. Ela e a mãe, Marelisia Kraemer Picolo, 45, foram vítimas de assaltantes, no pesque-pague da família, na noite de sábado. O corpo da jovem estava dentro de uma manilha, que serve de escoadouro do lago de uma chácara da Rua Joana Persegona Zen, Rio Pequeno, atrás de um condomínio, onde os dois suspeitos trabalham como pedreiros. Assim como a mãe, ela foi morta a golpes de faca. A necropsia confirmou que Jéssica foi estuprada.

Amigos, vizinhos e familiares ajudaram nas buscas. O corpo de Jéssica estava dentro da manilha, de cerca de dois metros de profundidade. Foi o aspirante Giovanni, do Grupo de Operações de Salvamentos Terrestres (Gost), do Corpo de Bombeiros, quem retirou a jovem do buraco.

A perita Clélia Hamera, do Instituto de Criminalística, constatou sete perfurações de faca no pescoço e costas de Jéssica, que estava vestida com as roupas pelo avesso. O médico-legista, do Instituto Médico-Legal, contou ao delegado Osmar Dechiche, titular da delegacia de São José dos Pinhais, que a região vaginal da estudante estava dilacerada, mostrando que a menina foi estuprada com muita violência.

Presos -

Um adolescente de 17 anos e um homem de 37 - que a polícia prefere ainda não divulgar o nome - foram presos ainda no domingo, como prováveis autores do latrocínio (roubo com morte). O garoto contou, em depoimento, que foi o comparsa que matou mãe e filha.

Ambos se conheceram na obra do condomínio. Todos os dias, saíam do trabalho e iam ao pesque-pague, onde achavam que haveria R$ 5 mil no caixa. Na tarde de sábado, foram até lá como de costume. O garoto ainda disse a Idolino Picolo, pai de Jéssica, que um dia ia namorar com a garota.

Rotina -

A dupla sabia que o pai saía todos os dias às 21h, para buscar a outra filha. Nesse horário, no sábado, bateram na porta da casa da família e Marelisia atendeu. Ao perceber o assalto, ela reagiu e foi morta, enquanto Jéssica era dominada pelo garoto.

A jovem foi obrigada a entregar os R$ 60,00 que havia no caixa da lanchonete. Depois, foi arrastada para dentro do Chevette vermelho placa BLR-5316 e levada até o condomínio onde a dupla trabalhava. Lá, o adolescente disse que ficou no carro e não viu o que houve. O outro bandido teria arrastado Jéssica por uma trilha até o lago, onde provavelmente a estuprou, matou e jogou na manilha.

Por causa de um carro

A polícia ouviu o garoto e mãe dele. Teria sido o desejo do adolescente de comprar um carro semelhante ao do amigo (o Chevette vermelho), que levou a dupla a planejar o assalto.

No sábado, o adolescente falou à mãe que compraria um carro por R$ 2.500,00. Ela o questionou como faria isso, com o salário de R$ 300,00. O garoto respondeu que um amigo lhe ensinaria uma forma de ganhar dinheiro. A mãe o aconselhou, mas não imaginava o que o filho tramava.

Negação -

O delegado Osmar Dechiche contou que o depoimento do adolescente foi suficiente para a Justiça decretar a prisão do adulto e a apreensão do garoto. Para embasar as detenções, há ainda uma testemunha. Foram coletadas impressões digitais em copo e garrafa de pinga na lanchonete e material biológico nas unhas das vítimas e na vagina da estudante, que passaram por análise.

O homem, 37 anos, negou o crime. Ele veio de São Paulo, onde já respondeu por lesões corporais e furto. Além da autuação por latrocínio que ele e o adolescente receberam, também responderá por corrupção de menores.

Fonte: Tribuna do Paraná