Estudantes de Camamu e Igrapiúna conhecem o TCE/BA e aprendem a fiscalizar obras públicas
O estudante Jorge Henrique Ramos Santos, do 1º ano do ensino do Colégio Estadual Professor Luiz Rogério de Souza, do município de Camamu, abriu a apresentação do Projeto Ouvidoria vai à Escola, nesta terça-feira (25.07), com uma letra que fala sobre o Nordeste, discriminação, falsas promessas e um caminho que pode não ter volta sem educação. Na letra, há trechos como “Hoje uma grande discriminação assolando a nação/ mulheres sem condição e sem voz/ escutando gritos de posse/ bárbaros irracionais seguindo seitas falsas, falsas/ sem sentido Nordeste/ Sentindo falta/ Sentindo falta de uma direção/ de um sentido.
Depois de ouvirem a música Sem sentido Nordeste, líderes, vice-líderes e ex-alunos tiveram uma aula marcada por noções de cidadania que reforçou a mensagem em prol do controle social. O ouvidor adjunto do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA), Paulo Figueiredo, exibiu um vídeo motivacional que retratou a história de superação de Sérgio Fagundes, engenheiro eletricista que, aos 11 anos, teve que catar papelão para ajudar a família. E lembrou que, apesar das dificuldades, a determinação do garoto e a dedicação transformaram o sonho numa trajetória profissional de sucesso.
Na sequência, Figueiredo apresentou o vídeo institucional do TCE/BA e deu um exemplo prático de como acompanhar de perto o andamento de uma obra. Ele explicou que o primeiro passo é formar grupos e fotografar a evolução física dos serviços. Registrar a placa da obra, os funcionários trabalhando, e arquivar tudo no computador ou na memória do celular. Caso haja qualquer indício de irregularidade, o ouvidor orientou que os alunos acessem os canais de comunicação disponíveis da instituição, como WhatsApp (71) 99902-0166, telefone 0800 284 3115 e o site www.tce.ba.gov.br.
Igrapiúna
Já no período da tarde, a equipe da Ouvidoria vai à Escola visitou o Colégio Estadual Professor Neilton Lima Moreira, de Igrapiúna. Depois de exibir os vídeos, Paulo fez duas perguntas sobre o TCE/BA: "Qual a única conta que não é julgada pelo Tribunal?", e "Por que existem sete e não seis conselheiros?" Os estudantes receberam como premiação a Versão Cidadã de 2014 e 2015. O ouvidor propôs que o material seja utilizado como temas transversais em aulas e trabalhos para os estudantes.
Paulo Figueiredo ressaltou a importância da Ouvidoria como canal de comunicação com a sociedade: distinguiu os três tipos de controle: interno, externo e social; elucidou de que maneira os estudantes do ensino médio da rede pública podem auxiliar na fiscalização dos recursos estaduais, reforçando que a missão do Tribunal deve ser cumprida com o apoio da sociedade.
“Vocês serão os olhos do Tribunal na fiscalização dos recursos públicos. É preciso acompanhar de perto a destinação desses aportes financeiros. Não se enganem. Esse dinheiro sai do bolso de vocês. Para se ter uma ideia, 40% de toda a riqueza produzida no País é fruto do recolhimento dos impostos”, esclarece o ouvidor.
DEPOIMENTOS
“A presença da Ouvidoria é muito significativa e orienta como os alunos devem fazer suas manifestações, como se defender dos maus gestores e combater a corrupção no nosso país. É importante que essa iniciativa aconteça, pelo menos, uma vez por ano. E que alunos, professores, funcionários e pais possam participar. Com certeza eles saem mais conscientes e preparados para atuarem efetivamente na comunidade”.
Gilson Santos de Santana – diretor do Colégio Estadual Professor Luiz Rogério de Souza
“Descobri um olhar diferenciado da administração pública, percebendo que é possível aplicar os recursos públicos com responsabilidade e garantindo aos alunos o exercício pleno da cidadania. Eles saem com o olhar treinado para identificar desvios de recursos. Aqui na escola elas já atuam e percebem melhorias a partir dos questionamentos. Agora eles estão mudando o foco para o que acontece no município”.
Tatiana de Oliveira Reis Viana – diretora do Colégio Estadual Professor Neilton Lima Moreira
“Aprendi como fiscalizar, denunciar e cobrar dos gestores serviços e obras de qualidade. Aqui mesmo é possível sinalizar obras que não possuem placas. Temos informações suficientes para reclamar a quem de direito e acompanhar o andamento dessa manifestação. Saio com um olhar mais crítico e pretendo aplicar tudo o que foi dito pelo ouvidor”.
Clelisson Dasmasceno Nascimento – estudante do 2º ano do ensino médio de Igrapiúna
“Controle social é a participação do cidadão na fiscalização do recurso público, controlando e monitorando a aplicação do dinheiro público. Essa palestra foi muito boa para abrir nossos olhos. Temos a obrigação de olhar o que acontece na nossa cidade. E o WhatsApp facilita muito a comunicação das pessoas que moram no interior com as instituições públicas”.
Alexia dos Santos Bahia – estudante do 1º ano do ensino médio de Camamu
“Esse trabalho é muito importante para formar pessoas mais conscientes dos seus direitos e deveres. É uma oportunidade do jovem exercer a sua cidadania e como podemos cuidar da nossa cidade, cobrando dos nossos representantes uma gestão séria e comprometida. Tinha conhecimento o TCU por conta das contas desaprovadas da presidente e me surpreendi também com o TCE pela capacidade de desenvolver um projeto tão estruturante e transformador”.
Matheus Bonfim Lemos – estudante do 2º ano do ensino médio de Camamu
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