Expositores buscam compradores internacionais

São Paulo O Sebrae apoia 172 micro e pequenas empresas que participam da 40ª Couromoda, em São Paulo. Para alguns desses fabricantes, o evento é uma grande oportunidade de conseguirem contatar potenciais compradores de dentro e fora do Brasil, que normalmente seriam inacessíveis para companhias que, ao contrário dos grandes players do setor, não contam com uma rede extensa rede de distribuidores e representantes.

É o caso do empresário José Joaquim Camilo de Mendonça, dono da Soft Mania, de Franca (SP). O ponto forte de sua linha é a fabricação de produtos de E.V.A. Etileno Acetato de Vinila, material usado na indústria de transformação - como sapatilhas e calçados de segurança, utilizados em hospitais e cozinhas profissionais. Mendonça, que participa pela terceira vez da Couromoda, admite que é difícil concorrer com produtos asiáticos no fator preço, mas tem suas estratégias para continuar competitivo nos mercados que disputa.

Nossos calçados de segurança têm a mesma tecnologia do solado das botas usadas nas plataformas de petróleo. Isso faz uma grande diferença para os consumidores, diz Mendonça. O empresário lembra ainda que em linhas como a de artigos femininos a empresa pode responder rapidamente às demandas dos fregueses, o que é um diferencial no mercado. Temos flexibilidade para atender aos clientes de acordo com as mudanças da moda. Ao menos por enquanto, isso ainda é muito difícil para quem fabrica em escalas gigantescas e exporta para o mundo todo, como os chineses, ressalta.

A indústria brasileira de couro e calçados ainda é fortemente baseada na produção dos pequenos negócios, destaca o diretor Administrativo e Financeiro do Sebrae, José Claudio dos Santos. Segundo ele, hoje 86% do setor no Brasil é formado por micro e pequenas empresas, empregando 337,5 mil pessoas, com um faturamento de R$ 21,8 bilhões.

Veterano da Couromoda, José Rubens de Lima, proprietário da Meli Calçados Infantis, de Birigui, no interior paulista, já tem clientes em todo o Brasil. Mas, de acordo com ele, o evento também é uma oportunidade para conhecer novos compradores do mercado internacional. O custo de enviar um representante para outros países seria muito alto, mas aqui temos a oportunidade de travar contato com esses compradores. Logo no início da feira, o empresário recebeu consultas de importadores do Uruguai e Bolívia.

Reginaldo Barbosa, sócio-diretor da Solart, do polo de Goiânia (GO), enxerga em sua estreia na Couromoda a possibilidade de vender saltos, tacos e solados a potenciais clientes de todo o Brasil. Apoiado pelo Sebrae e o governo de Goiás, a sua participação na Couromoda também representa, segundo ele, uma mudança na imagem da Solart. Antes, participávamos de uma feira como essa para ver o que os concorrentes estavam fazendo. Agora, eles também podem nos visitar e ver o que nós estamos produzindo.

Expectativa

Um novo patamar de mercado também é o que busca a Rec Boll, de Campina Grande (PB), que tem como carro-chefe a fabricação de calçados esportivos. Na edição de 2012 da Couromoda, a Rec Boll dividiu o estande com outro fabricante paraibano. Neste ano, está pela primeira vez com um espaço próprio, conta Natália Souto, uma das sócias da empresa familiar. Nossos principais mercados ficam no Norte e Nordeste, mas a expectativa é de conquistarmos clientes do Sul e Sudeste na Couromoda, projeta. A empreendedora aposta ainda na proximidade da Copa do Mundo da FIFA 2014. Com o mundial, a tendência é de que aumente o interesse das pessoas em calçados esportivos, como a chuteiras.

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