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3 de Maio de 2024
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    Falta de efetivo policial, de viaturas e de equipamentos são os maiores problemas de segurança pública em Itapema

    Precariedade nas instalações policiais, número reduzido de efetivos, viaturas e equipamentos foram os principais problemas levantados pelas autoridades e cidadãos presentes à audiência pública organizada pela Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa, na noite desta quinta-feira (14), na Câmara Municipal de Itapema. O encontro discutiu os problemas enfrentados pela segurança pública nas regionais dos municípios de Itapema, Balneário Camboriú, Camboriú, Itajaí, Porto Belo, Bombinhas e Brusque.

    O deputado Gilmar Knaesel (PSDB), presidente da Comissão de Segurança Pública, explicou que, por decisão de seus pares, dez audiências públicas foram organizadas de forma regional. Esta foi a sexta audiência. Segundo ele, todas as observações colhidas na audiência farão parte de um diagnóstico que será feito ao final dos dez encontros. O deputado Sargento Amauri Soares (PDT) esclareceu que o objetivo das audiências é estabelecer um diagnóstico das principais dificuldades e será encaminhado às autoridades competentes para que possam ser tomadas as providências necessárias.

    Conforme o deputado Mauricio Eskudlark (PSD), Itapema foi escolhida para sediar a audiência não por demérito. “Esta foi uma homenagem para estarmos mais próximos e para que o município possa representar a região. Tudo é feito em Balneário Camboriú. Desta vez, decidimos optar por Itapema”. O parlamentar comentou que Santa Catarina ainda tem os menores índices de criminalidade do Brasil, mas se não forem tomadas as devidas providências, chegaremos aos índices do Rio de Janeiro. As principais necessidades, apontadas por ele, são a construção de uma nova delegacia em Itapema e a questão do número de efetivos. “Precisamos cobrar do poder executivo e da Secretaria Estadual de Segurança”.

    Apesar de ter sido escolhida por outros motivos para sediar a audiência, Itapema é uma das cidades que apresenta os maiores índices de violência comparada aos outros municípios. No ano passado, foram registrados 10 homicídios, enquanto Tijucas e Porto Belo apresentaram 3 e 4, respectivamente. O número de roubos, furtos e casos de violência doméstica só foram superados por Balneário Camboriú, que tem uma população duas vezes maior. Em contrapartida, a cidade, de quase 50 mil moradores, tem apenas três delegados, três escrivães, 14 agentes e 20 PMs.

    De acordo com o delegado e diretor da Polícia Civil do Litoral, Artur Nitz, a criminalidade em Itapema vem aumento consideravelmente, principalmente no que diz respeito a menores infratores. Segundo ele, mesmo com um aumento esperado do efetivo, para este ano, esse número não vai suprir todas as necessidades.

    Gilliard Reis, presidente da Câmara de Vereadores de Itapema, pediu em nome de toda a comunidade, por um olhar diferenciado para a região, chamada de Costa Esmeralda. “Nossa cidade é uma das que mais cresce na região, mas o número de efetivos não acompanha o crescimento, as instalações da delegacia são precárias e não temos equipamentos suficientes”.

    Sabino Bussanello, prefeito de Itapema, afirmou ter encaminhado à Secretaria de Segurança Pública a solicitação de melhores condições físicas para delegacia e postos policiais e aumento do efetivo da Polícia Civil, Militar e Corpo de Bombeiros. “Acredito que através de políticas sérias, garantindo um aumento do efetivo, de condições físicas e de equipamentos, teremos alternativas eficazes para melhorar as condições do nosso município e do nosso estado”.

    Problemas se estendem há anos

    De acordo com Álvaro Luiz Alves, comandante da 7ª. Regional da polícia Militar de Brusque, o efetivo de 98 soldados da cidade está aquém das necessidades e a criminalidade tem aumentado. Já a Policia Civil, segundo o comandante, tem ótimas instalações. Dentre as principais ocorrências, ele destaca a perturbação do sossego, roubos, tentativas de roubo de caixas eletrônicos. “São 20 anos de descaso com a segurança pública. As leis só melhoraram para os marginais”, afirmou.

    Estevão Guerreiro, vereador de Porto Belo, vítima de seqüestro no ano passado, responsabilizou os governantes e o estado, e lembrou que o efetivo que trabalha em condições precárias merece todo o respeito da população. O vereador destacou que o problema de segurança pública vem se estendendo há 30 anos. “É preciso fazer um trabalho preventivo, humanizar o serviço, capacitar, investir em tecnologia, em inteligência. Quem deveria estar aqui deveria ser a Secretaria de Segurança Pública”.

    Comerciantes reclamaram de anos de serviços perdidos em poucos minutos em decorrência de assaltos em seus estabelecimentos. Carlos Dirceu, delegado aposentado, definiu as câmeras de segurança, previstas para instalação em Itapema, como uma enganação. “Quem previne o crime são policiais nas ruas. Sofri na pelé a falta de recursos policiais e segurança. Minha esposa foi roubada em casa e as câmeras que estavam nas ruas não identificaram a placa do carro dos assaltantes. Só seriam eficazes se a tecnologia fosse mais avançada”.

    Abaixo assinado e ofício

    Sandra Cordeiro Burigo, moradora de Itapema, levou um abaixo assinado aos componentes da mesa. Até o momento, tinham sido colhidas 4.375 assinaturas. “Ainda faltam as assinaturas dos moradores de municípios que apoiam a causa da falta de segurança. Queremos chegar a 10.000 assinaturas reivindicando por mais segurança”.

    Fernando Bento, secretário executivo da Associação de Moradores de Meia Praia, entregou um oficio à Comissão de Segurança Pública apresentando quatro dos vários pontos que consideram fundamentais para a segurança pública do município. A criação de um posto de polícia na BR-101 que atenda Itapema, Porto Belo, Bombinhas e Tijucas foi uma das reivindicações, assim como a construção de nova delegacia de Polícia Civil, destinação de verbas públicas entre estado e municípios para a construção de um centro de recuperação de dependentes químicos (considerado o fator de maior relevância na questão da violência urbana) e a implantação de quadras com iluminação noturna em todas as praias da costa esmeralda (a intenção é a de que o setor público motive a prática de esportes pela juventude). (Michelle Dias)

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