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7 de Maio de 2024
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    Família autoriza exumação de restos mortais de Jango

    A Comissão Nacional da Verdade confirmou que fará a exumação dos restos mortais do ex-presidente João Goulart, o Jango. O processo de exumação será encaminhado com o apoio do Ministério Público Federal (MPF) no Rio Grande do Sul. O corpo de Jango está enterrado no cemitério do município de São Borja.

    A exumação foi autorizada pela família que, agora, discutirá com o MPF o método mais adequado para realizar o processo. Na quarta-feira, o neto de Jango e diretor de Comunicação e Acervo do Instituto Presidente João Goulart, Christopher Goulart, se reunirá com a procuradora do MPF, Suzete Bragagnolo, que cuida do inquérito movido pela família do ex-presidente, para definir como será o processo. O corpo técnico que fará a perícia nos restos mortais deverá ser composto por profissionais uruguaios e argentinos.

    A procuradora admite que é forte a possibilidade de que a exumação seja inconclusiva por ser feita mais de 35 anos depois da morte de Goulart, entretanto, aponta que as técnicas disponíveis podem levar a um resultado satisfatório. Também precisamos nos cercar do máximo de rigor técnico possível, com consultas a peritos, para sabermos quais as chances de o resultado ser conclusivo , detalhou. Suzete apontou ainda que o próximo passo é apurar se o pedido de exumação terá de ser encaminhado à Justiça ou à administração do cemitério de São Borja.

    Christopher explica que a expectativa é de que o processo de exumação seja encaminhado nos próximos três meses e que o laudo seja finalizado pelo menos um ano depois. Nosso maior cuidado é como fazer da melhor forma possível para que o laudo seja o mais conclusivo , destaca. O neto de Jango acredita que o resultado poderá mudar a história do Brasil , tendo em vista que, caso o assassinato seja confirmado, terá implicações na leitura que se faz hoje do período de regime militar, baseado na versão oficial divulgada pelo governo.

    Comprovadamente, há inúmeros indícios que conduzem para um atentado. Há caso de condenações, provas que foram desclassificadas, documento do FMI e da Argentina, testemunhas. O que falta é um laudo conclusivo, que vai dizer se ele foi ou não assassinado. No mínimo, será tirada a dúvida, porque é uma questão que envolve não só a família, mas o País inteiro , argumenta. Digo que existem dois assassinatos, o da pessoa física e o da pessoa política. E esse último é tão importante ou mais. No ano que vem entraremos no cinquentenário do golpe, e poderemos mostrar a quem contrariavam as reformas de base e do estado brasileiro , conclui.

    A coordenadora do grupo de Relações com a Sociedade Civil e Instituições da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Cardoso, enfatizou que tudo terá de ser feito com cuidado e cautela . Haverá muita pesquisa antes de concretizarmos , comentou Rosa.

    João Goulart governou o Brasil entre 1961 e 31 de março de 1964. Deposto pelos militares que, no mesmo ano, instalariam uma ditadura que permaneceu no poder até 1985, Jango faleceu em 1976 durante exílio na Argentina. Uma das suposições da família é de que Jango teria sido vítima de envenenamento pela Operação Condor - arquitetada em conjunto pelas ditaduras da América do Sul. Essa possibilidade foi endossada após denúncia do ex-agente do serviço de inteligência uruguaio Mário Neira Barreiro, preso no Brasil.

    Comissão da Verdade convoca Ustra para depor

    O coronel reformado Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-comandante do Destacamento de Operações de Informações e do Centro de Operações de Defesa Interna (Doi-Codi) de São Paulo, foi convocado pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) para prestar depoimento na próxima sexta-feira, em Brasília.

    O militar deverá comparecer na sede da CNV, no Centro Cultural do Banco do Brasil. A informação foi divulgada por ele no site do seu livro A verdade sufocada e confirmada por assessores da CNV.

    Conforme informações da Comissão Nacional da Verdade, o militar precisa comparecer à convocação sob pena de responder pelo crime de desobediência. O ofício foi entregue ao coronel no dia 26 de abril por dois policiais federais e tinha assinatura do coordenador da CNV, Paulo Sérgio Pinheiro. Ustra, no entanto, não garantiu que irá comparecer. O coronel Ustra colocou ciente e rubricou , escreveu no site.

    Ele poderá ficar calado, mas não pode faltar. Se ele não vier e a comissão desejar pode até pedir que a Polícia Federal o conduza coercitivamente , afirmou um assessor. Na semana passada, o Ministério Público Federal de São Paulo denunciou Ustra por ocultação do cadáver do militante da Ação Libertadora Nacional (ALN) Hirohaki Torigoe, de 27 anos, morto no dia 5 de janeiro de 1972. (Jornal do Commercio)

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