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1 de Maio de 2024
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    Fim da vitaliciedade no STF gera polêmica na CCJ

    O senador Romero Jucá (PMDB-RR) apresentou parecer contrário à Proposta de Emenda Constitucional 58/2012, do senador Roberto Requião (PMDB-PR), que acaba com a vitaliciedade no cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) para fixar em oito anos a duração do mandato. "Reconheço que em algumas partes do mundo existe mandato para ministro do Supremo, mas entendo que a rotatividade de oito anos geraria instabilidade sobre a jurisprudência nacional" declarou Jucá, ao defender seu parecer.

    A matéria é mais um tema polêmico que a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) tem para analisar. Nessa quarta-feira, após a apresentação do relatório, houve debate entre os senadores, mas a decisão foi adiada porque o senador Eduardo Suplicy apresentou pedido de vista, suspendendo a discussão da proposta até a próxima quarta-feira.

    O ponto central dessa discussão é a prerrogativa da vitaliciedade assegurada aos membros do Poder Judiciário, além do viés político presente nas indicações, questões vistas de formas diferentes pelo autor e pelo relator. De acordo com a Constituição, os membros do STF são nomeados pelo presidente da República, após aprovação da escolha pela maioria absoluta do Senado Federal.

    Romero Jucá acredita que a delimitação de mandato poderá comprometer a independência dos ministros do STF, direcionando seus julgamentos conforme os interesses de um governo que eventualmente pode acenar com a promessa de futuros cargos ou vantagens. Ele também considera "incongruente" retirar dos membros do Supremo uma prerrogativa mantida para os demais juizes.

    Já o senador Roberto Requião sustenta que a instituição não só se impõe como órgão essencialmente político, como também tem uma composição distinta das demais instâncias judiciais do País. "A composição do tribunal não tem elementos que o caracterizem como parte da carreira da magistratura", afirmou Requião, ao justificar a PEC 58/2012.

    Estruturação

    A fixação de mandato para os ministros do STF se aprovada, implicará outras mudanças na estruturação do tribunal. A medida elimina, por exemplo, a compulsoriedade de aposentadoria aos 70 anos. Encerrado o mandato de oito anos, o juiz, membro do Ministério Público ou servidor público nomeado ministro do Supremo deverá voltar a exercer suas funções no órgão de origem.

    A PEC 58/2012 proíbe ainda a recondução ao cargo a qualquer tempo; estabelece o cumprimento do restante do mandato por ministro substituto caso o cargo fique vago; e estipula as datas finais dos mandatos dos ministros empossados nas vagas abertas a partir da vigência da emenda constitucional. Na hipótese de o parecer de Jucá ser derrubado e a CCJ aprovar a proposta como está, a PEC seguirá para dois turnos de votação no Plenário do Senado para depois ser votada pela Câmara dos Deputados. (Jornal do Commercio)

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