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16 de Junho de 2024
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    Financiar a compra no cartão de crédito pode descontrolar as finanças, diz consultora Suyen Miranda

    Publicado por Direito Legal
    há 12 anos

    Parcelamentos muito longos para consumo escondem taxas altas, até mais que nos carnês

    As operadoras de cartão de crédito começaram a oferecer programas de parcelamento de compras em até 48 vezes visando minimizar a burocracia na hora da contratação e com parcerias de diversas modalidades de comércio – especialmente lojas de construção civil, móveis e decorações e até concessionárias automotivas para seminovos. Mas será que esta oportunidade vale para todos?

    A consultora em finanças pessoais e qualidade de vida Suyen Miranda, graduada pela USP e pesquisadora de comportamento há uma década afirma que a modalidade pode levar a um consumo descontrolado e dívidas em bola de neve. “O primeiro ponto a lembrar é que este financiamento tem juros que são definidos pela administradora do cartão com base no histórico do cliente, mas dificilmente serão mais baixos que os operados em linhas de crédito ao consumidor, que hoje estão entre 2,5% a 5,5% para o segmento de construção civil ou reforma. No que se refere a automóveis os juros ficam entre 0,99% a 3,5% conforme o valor da entrada (que se chegar a 50% do valor do carro pode até ter parcelas com isenção de juros em planos de até 12 meses, mas com cobrança de taxas administrativas e IOF)”, explica a consultora, que lembra que a poupança não chega a 0,75% ao mês, como referência.

    Financiar no cartão de crédito tem um ponto que atrai muita gente: a rapidez na aprovação do crédito, quase tão ágil quanto na compra à vista. Suyen alerta para esta facilidade: “Para usar esta condição é preciso lembrar que tudo tem um preço, até mesmo esta burocracia quase inexistente – e gosto de salientar que toda compra deve ser racional, pois o seu dinheiro foi obtido por formas práticas e racionais, seja no trabalho, numa herança ou mesmo num prêmio”, diz. É preciso analisar com critério se a agilidade compensa.

    O perigo da contratação deste financiamento, explica Suyen, é também o atraso no pagamento das parcelas, ou ainda o pagamento somente do valor mínimo de cada parcela, arrastando o restante para as demais: os juros cobrados neste caso passam a ser os mesmos do crédito rotativo, entre 8% a 12%, fazendo com que a parcela seguinte fique muito mais alta do que a anterior. “A pergunta que fica é: se não foi possível pagar o valor total da anterior, e quitado somente o mínimo (de 15% do valor), como será possível então quitar a próxima que será o valor cheio mais o resíduo não pago da anterior com os juros bem mais altos?”, questiona a consultora que, ao longo dos anos afirma que a grande fonte de origem de problemas de impedimento de crédito vem das dívidas dos cartões de crédito, principalmente nos últimos três anos.

    E financiar no crediário, pode ser uma melhor opção? Suyen Miranda explica que, apesar da burocracia maior e maior tempo de aprovação, o crediário da própria loja pode operar com taxas mais baixas, de 1,2% a 2,5% como no caso do mercado de reforma e construção, ou usando as linhas de crédito do governo para o segmento da construção civil, estas sim com taxas muito atraentes, que dependendo do perfil são pouca coisa mais caras que a poupança. Elas requerem uma pesquisa inicial nos bancos, eventual abertura de conta mas dispõem de condições melhores que impactam menos o orçamento e não resultam em juros abusivos.

    Suyen Miranda finaliza lembrando que se não for uma compra de alta necessidade, como uma reforma que irá valorizar seu imóvel, ou para viabilizar sua moradia com mobiliário e eletrodomésticos necessários para o dia a dia, é melhor adiar a compra antes de aderir a qualquer financiamento por longo período, principalmente em carnê ou cartão; e se for simplesmente para realizar um desejo, um luxo, deixar para comprar à vista, pois todo tipo de parcelamento, mesmo sem juros, que exija contratação terá taxas de IOF, imposto sobre operações financeiras.

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