Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
3 de Maio de 2024
    Adicione tópicos

    GMP visita VT de Atibaia

    Por Ademar Lopes Junior e Beatriz Assaf

    No canto da parede do café, onde se acomoda um mural de fotos, os colegas sorridentes comem bolo e se abraçam na Vara do Trabalho de Atibaia. Muitos daqueles rostos não se encontram mais ali. A rotatividade é grande, aliada ao volume imenso de trabalho que se multiplica por todos os espaços em forma de processo.

    A copeira Marta Tania de Siqueira se apressa em trazer um cafezinho passado na hora. O estagiário Renan Antunes Vieira, estudante do quinto ano de Direito na Faculdades de Atibaia (Faat), dribla o movimento do balcão quase toda a tarde. Ele sonha em se formar e começar a advogar logo, e tentar concurso público, de preferência na Justiça do Trabalho. A secretaria conta ainda com o apoio dos técnicos judiciários Reginaldo Augusto de Campos e Camila Pinheiro da Conceição, além dos executantes Valdomiro Pereira de Camargo Junior, Vivian Pinheiro, Edgard Correa da Silva, Juliano Pedroso Gallo e Michel Vitor Mendonça.

    Há pouco mais de um ano trabalhando como técnico judiciário, Luana Alves de Souza Fernandes se muda nesta semana para sua nova casa. De todos os seus sonhos ela já conseguiu realizar quase todos os mais urgentes. Entrar para o TRT-15, casamento há oito meses, compra da casa própria e, ainda, acalentado com desejo, mas sem tanto encanto, passar no concurso para a Magistratura do Trabalho. Luana tem 25 anos e adora escrever (especialmente textos jurídicos), daí achar a Magistratura ser uma profissão atraente. "O que assusta é o volume de trabalho", afirma.

    De fato, a estatística do TRT-15 aponta que a VT de Atibaia registrou nos últimos dois anos um volume ascendente de processos. Foram 1.840 recebidos em 2011 e 2.398 em 2012 (30% a mais, sem contar as cartas precatórias e os processos em execução). Neste ano, até meados de julho, já são aproximadamente 1.980 distribuídos (incluindo aí as cartas precatórias e os recebidos em execução). Parte do grande volume de processos que lotam as prateleiras e cômodos do prédio de 400 metros quadrados do atual prédio da Justiça do Trabalho em Atibaia se justifica, segundo o diretor José Eduardo, pelo desmembramento da VT de Bragança Paulista, que ocorreu em setembro de 2005. "Até o final do ano vamos ultrapassar os 3 mil processos", comenta o diretor.

    Paralelamente à unanimidade de opiniões sobre "o volume de serviço", os 12 componentes da VT de Atibaia afirmam que todos ali são bons companheiros de trabalho e mantêm um ótimo relacionamento, incluindo ajuda mútua nas dificuldades do dia a dia.

    A visita do Grupo Móvel da Presidência de Atenção às Unidades de Primeira Instância (GMP), no final de junho, encontrou uma equipe de servidores que procura superar, a cada dia, os "ossos do ofício". O bom-humor ajuda, mas a esperança de todos, nos últimos meses, tem sido uma só: a mudança da VT local, atualmente localizada na rua São Vicente de Paula, para um prédio três vezes maior (cerca de 1.200 metros quadrados), novo. A Vara do Trabalho de Atibaia atende, ainda, os municípios de Piracaia, Bom Jesus dos Perdões e Nazaré Paulista, somando uma população de aproximadamente 188 mil habitantes.

    Para Azildo Souza Campos, que se encontra há pouco mais de um mês em Atibaia, depois de passar quase sete anos na Secretaria Judiciária, no edifício-sede em Campinas, a mudança de ares lhe trouxe mais qualidade de vida. Da janela de sua sala, ele vê ao longe montanhas azuladas sob um morno sol de inverno. "A cidade é ótima e ainda moro perto do trabalho". Azildo começou a trabalhar na Justiça do Trabalho há 26 anos, ainda no TRT-2 (São Paulo). Além de se dedicar ao serviço público, que se iniciou no Segundo Tribunal de Alçada Cível, no início dos anos 1980, ele estuda com prazer filosofia e história.

    Ainda hoje Azildo, que já foi professor do ensino médio, lê regularmente todos os dias, e coleciona cerca de sete mil livros em sua casa, onde mora sozinho. "Esse foi o principal problema da mudança de Campinas para ca", afirmou Azildo, que praticamente doou todos os seus móveis do antigo apartamento quando se mudou para Atibaia, num sinal de total desapego, mas que não conseguiu se desfazer de um livro sequer de sua coleção. Ele sabe que precisa se preparar para quando chegar o tempo de deixar o serviço. Afinal, com seus 57 anos, faltam mais ou menos, pelos seus cálculos, uns cinco anos. Mas isso não importa para ele, o mais importante agora é voltar para casa no final do dia e poder curtir sua última descoberta literária: Vladimir Safatle.

    Antes de entrar para a Justiça do Trabalho, em 2007 no TRT-2 (SP), Vanessa Negreiros Gonçalez havia trabalhado na Prefeitura de São Paulo como assistente administrativa. A doença do pequeno Guilherme Vitor, seu filho de cinco anos, ainda desperta muita preocupação em Vanessa. O pequeno Guilherme sofre de hipoplasia do ventrículo direito.

    Sobre sua mesa, ao lado da CPU do computador, forrado de bichinhos de plástico com sorriso quase humano, o calendário com fotos de crianças e adolescentes, todos portadores de cardiopatias, não a deixa esquecer da Organização Não Governamental "Pequenos Corações", de Bauru. Bem-humorada, Vanessa lembra que a ONG tem um propósito: instituir em todas as cidades brasileiras o Dia da Cardiopatia Congênita. A data já existe, 12 de junho, mas Atibaia ainda está fora desse calendário. A luta dela e de seu marido é para divulgar o projeto.

    A oficial de justiça Débora Cristina Silva de Oliveira tem 27 anos e é baiana de Salvador. Sonha em voltar para a Bahia, mas ela sabe que isso é algo quase impossível. "Permuta de Salvador para Atibaia é muito difícil", diz a jovem de pelé muito branca e olhos expressivos, praticante de hidrobyke e musculação. Enquanto a permuta não vem, seus sonhos voam mais alto. Ela espera, num futuro próximo, deixar de ser oficial de justiça para ser auditora fiscal do trabalho ou, até mesmo, procuradora do trabalho.

    Rosmeire Aparecida Vasques completou onze anos de TRT da 15ª na função de oficial de justiça. O sorriso é franco e fácil, aliado ao bom humor. Seus olhos já viram quase todos os países da Europa e outros tantos no continente americano. Formada em Psicologia e Direito, Rose sempre gostou da área social. Trabalhou por 16 anos na área de Recursos Humanos. Foi nessa época, mais precisamente em 1986, que ela aprendeu com os colegas de trabalho a se programar para fazer o que mais gosta na vida: viajar. Depois das duas experiências com o câncer de mama, ela sente que "a vida melhorou", e que fez uma "faxina interna". Dessa viagem, Rose garante que saiu mais maleável e que está "menos egoísta e mais sensível".

    De todas as suas viagens, nunca procurou acumular bugigangas nem "souvenirs". Rose prefere aproveitar ao máximo a experiência de estar num lugar estrangeiro, conhecer pessoas novas. "Viver como se o dia de hoje fosse o último", essa a lição que aprendeu com um médico. Em junho, ela voltou de sua última viagem de férias. Dessa vez ela visitou Israel, Jordânia e Capadócia. Nem bem desfez as malas, já traçou seu próximo roteiro: Rússia.

    Atibaia, a cidade das flores e dos morangos

    Fundada em 24 de junho de 1665 por Jerônimo de Camargo, a cidade de Atibaia, situada a 65 km de São Paulo, é internacionalmente conhecida pela produção de morangos e flores, que são exportados para diversos países do mundo, como a Argentina e os Estados Unidos da América. Além da agricultura, indústria, comércio e serviços, o turismo destaca-se como uma das principais atividades econômicas do município. Dentre as atrações procuradas por aqueles que visitam a cidade, aparecem a Represa da Usina, local preferido de pescadores e atletas; Retiro das Fontes; o Parque das Águas; o Museu Municipal e a conhecida Pedra Grande, montanha de 1.400 metros com um mirante, onde é possível avistar sete cidades da região.

    No clima temperado do município, considerado pela Unesco como o segundo melhor clima do mundo, perdendo somente para a Suíça, vivem 126.603 pessoas, de acordo com dados do IBGE Cidades de 2010. Para atender a essa população o município conta com dois "campi" das Faculdades Atibaia (Faat), que oferecem dezessete cursos de graduação, além de extensivos e pós-graduação em diversas áreas e com um polo presencial da faculdade Anhanguera.

    Origem do Nome

    Os tupinólogos procuram definir o verdadeiro significado da palavra Atibaia e suas variáveis, tais como Tybaia, Thibaya, Atubaia etc. Porém, alguns especialistas afirmam que a origem deste nome tem diversos significados, tais como rio da feitoria, rio alagado, morro dependurado, água saudável, trançada, revolta ou confusa. Segundo João Batista Conti, "Atibaia possui o rio que corre nas várzeas, o rio alagadiço, a água trançada revolta e confusa, mas, sobretudo, possui a água agradável ao paladar, cujas propriedades medicinais têm sido decantadas por ilustres médicos, cientistas e por todos aqueles que a têm procurado como verdadeira fonte de saúde" (dados retirados do sítio da Prefeitura de Atibaia

    • Publicações8277
    • Seguidores632007
    Detalhes da publicação
    • Tipo do documentoNotícia
    • Visualizações121
    De onde vêm as informações do Jusbrasil?
    Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/gmp-visita-vt-de-atibaia/100616449

    0 Comentários

    Faça um comentário construtivo para esse documento.

    Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)