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17 de Junho de 2024
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    GVT debita má qualidade de serviços a efeitos do clima e OI tem pior colocação em ranking da ANATEL

    CPI da Telefonia identifica reiterada falta de investimentos e descaso com telefonia fixa

    A reunião ordinária da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Telefonia da Assembleia Legislativa desta segunda-feira (19) ouviu empresas de telefonia fixa. O diretor executivo de relações institucionais, Affonso Grandmasson Ferreira Júnior, representando a GVT foi o primeira a depor. Em sua fala, o diretor apresentou a abrangência de atuação da operadora. Segundo ele, a GVT atua em 146 municípios no Brasil, em 20 estados, além do Distrito Federal. Grandmasson lembrou que, em 2012, cerca de R$ 2,6 bilhões foram investidos em infraestrutura, fazendo com que a GVT mantivesse 82% dos clientes com a velocidade superior a 10 mega na banda larga.

    Segundo o diretor, a empresa tem avaliação positiva como excelente em 88% das chamadas recebidas em seu Call Center. Porém, o relator da CPI, deputado Daniel Bordignon (PT) destacou que a GVT é a segunda pior operadora de telefonia fixa de acordo com a Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e perguntou o motivo da situação. O deputado Frederico Antunes (PP), foi na mesma linha, questionando que se a empresa anuncia investimentos futuros, deveria utilizar estes recursos para reparar uma infraestrutura deficitária que coloca a empresa entre as piores em serviços.

    O diretor justificou que a ANATEL tem vários tipos de avaliação: “Um dos fatores que determinou o crescimento da insatisfação foram problemas causados pelo clima, como chuvas e temporais, que teriam danificado os equipamentos da empresa”, alegou Ferreira Júnior. “ É no mínimo estranho afirmar que os efeitos climáticos interferiram na qualidade dos serviços pois este fenômeno é o mesmo para todas as operadoras. Por que então as outras não tiveram queda na prestação dos serviços. Fica evidente que os problemas são outros”, avalia o deputado Ernani Polo.

    O vice-presidente da CPI, deputado Alexandre Postal (PMDB), questionou sobre a taxa básica de telefonia fixa: “As empresas não ganhariam muito mais se cobrassem menos?” Ferreira Júnior defendeu que a GVT mantém a tarifa básica apenas para manutenção dos equipamentos e alegou que não há franquia para a utilização.

    O deputado Ernani Polo (PP), presidente da CPI, observou que a demora nos reparos e cobranças indevidas são campeãs nas reclamações. O diretor justificou dizendo que há uma oscilação na qualidade dos serviços da empresa GVT, a qual já foi notificada e multada pela ANATEL.

    O diretor executivo da Embratel, Ayrton Capella Filho, falou que a empresa abrange 11 milhões de acessos à telefonia fixa, representando 23% mercado local. “A Embratel investiu em satélites que abastecem serviços estratégicos em comunicação. Hoje há uma grande rede de dados à base de fibra ótica que atende 59 cidades no Rio Grande do Sul e mais de 400 no país”, revelou Capella. O diretor comunicou que são 468 mil acessos a telefonia fixa no Estado, e em relação a demanda de clientes, 90% são resolvidas.

    Representando a OI, o diretor de Relações Institucionais da região sul, Gabriel de Campos, falou que a empresa detém 1,6 milhão de terminais fixos e 55,3 mil telefones públicos instalados no Estado. Campos revelou que no ano passado foram investidos R$ 331 milhões e prevê que em 2013 sejam cerca de R$ 280 milhões.

    Segundo o diretor de relações institucionais, no Rio Grande do Sul, são mais de 5 mil empregos gerados e quase 4 milhões de clientes em telefone fixo e banda larga. “Estamos investindo permanentemente em novos equipamentos. O serviço de call center, por exemplo, tem investimento previsto da ordem de R$ 1 bilhão até 2014, sem deixar de manter o atendimento presencial nas principais cidades do RS”, lembrou.

    Pior resultado em ranking da ANATEL

    O deputado Daniel Bordignon observou que de acordo com o ranking de satisfação da Anatel, o desempenho da Oi caiu: “Em dezembro de 2012 era 56% o índice de satisfação, em janeiro, 24% e em março, 9,82 %, uma queda vertiginosa. Com esses resultados tão baixos, seria passível até a empresa perder a autorização de prestação de serviço”, analisou o vice-presidente da CPI, que acrescentou ainda: “Temos a informação que os dividendos chegaram a R$ 5 bilhões. Houve corte de obras e de pessoal”, frisou. Bordignon questinou ainda sobre corte de investimentos, de telefones públicos e de pessoal.

    O diretor da OI explicou que a eventual redução de telefones públicos seria uma determinação da Anatel. Em relação a empresa terceirizada, sublinhou que o contrato é feito pelo volume de serviços e não pelo número de funcionários. Mas admitiu que houve redução no número de terceirizados, afirmando que a empresa contratou novos funcionários próprios.

    Bordignon rebateu dizendo que se a empresa está investindo não há motivos para haver uma queda de rendimento, perguntando ainda se a OI teria consciência de que é a pior operadora no ranking da ANATEL. O diretor da Oi afirmou que irá fazer o levantamento das questões solicitadas pela CPI e enviar as respostas à Comissão.

    O deputado Ernani Polo finalizou avaliando que o modelo atual para telefonia é equivocado: “ Temos muitos problemas de fiscalização, em um cenário em que o consumidor migra para a telefonia móvel. É um processo de abandono de investimentos da telefonia fixa. A tendência é diminuir mais este serviço, o que é muito preocupante. Esperamos receber os documentos solicitados pelas operadoras para a complementação de nosso relatório, pois são evidentes as deficiencias nos serviços em telefonia fixa também”, conclui o presidente da CPI.

    Participaram também os deputados Nelsinho Metalúrgico (PT) e Jurandir Maciel (PTB).

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