Hemose adquire máquina mais moderna para realização de aférese

O Centro de Hemoterapia de Sergipe (Hemose) adquiriu uma nova máquina para a realização de aférese - técnica utilizada na separação dos componentes do sangue. O novo equipamento tem algumas vantagens em relação ao já existente no hemocentro. Entre elas, o uso de tecnologia de última geração, o tamanho, e o peso, o que permite que a máquina seja facilmente transportada para atender o paciente num leito hospitalar. "Antigamente essa alternativa era inviável", informou Mariamália Andrade, gerente de atividades médicas do Hemose.

Para o manuseio correto do equipamento, quatro consultores da empresa paulista Fresenius - responsável pela venda e manutenção da máquina - vieram a Sergipe treinar os profissionais do Hemose. Durante três dias, até a sexta-feira, 19, eles irão ministrar aulas voltadas para toda a equipe do hemocentro, composta por médicos, biomédicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem.

De acordo com o consultor Carlos Bertoncelo, a nova máquina oferece mais conforto ao doador, pois utiliza somente um acesso venoso. "Com a outra máquina, o doador era submetido a duas punções venosas, uma em cada braço, sendo uma para a retirada do sangue e separação das plaquetas e a outra para a devolução dos demais componentes do sangue", explicou Bertoncelo.

A gerente de atividades médicas do Hemose, Mariamália Andrade, destacou que o investimento vai trazer grandes benefícios aos pacientes portadores de leucemia e outras doenças hematológicas. "Com o novo equipamento, toda a nossa metodologia de trabalho será modificada, o que significa mais segurança, conforto e eficiência na coleta e tratamento", garantiu a médica.

Segundo ela, para os médicos neurologistas, infectologistas, hematologistas e reumatologistas,será aberto um grande campo de atuação junto aos pacientes. "Para fazer determinados tratamentos, como a plasmaférese, muitas pessoas tinham que se deslocar para outros Estados. Com a nova máquina isso não será mais necessário. Além disso, também será possível separar as células-tronco, o que nos sinaliza uma perspectiva para o futuro", afirmou Mariamália.

Doação

A doação de plaquetas (células do sangue responsáveis pela coagulação) por aférese chama-se plaquetaférese. Para se ter uma idéia da importância dessas células, quando um vaso sanguíneo ou um órgão é lesado, elas se prendem ao local formando uma barreira que evita o sangramento. Qualquer pessoa saudável com ótimas veias, que já tenha feito pelo menos uma doação convencional e que seja facilmente localizado quando for necessário, pode doar plaquetas.

Durante a operação, o doador é submetido a uma punção venosa. O sangue é retirado pela veia e segue, através de um sistema descartável localizado, para dentro da máquina de aférese. As plaquetas são colocadas em uma bolsa e os demais componentes do sangue são devolvidos ao doador. O procedimento dura aproximadamente 90 minutos. "Doar plaquetas é totalmente seguro. O material utilizado é estéril, de uso único, em sistema fechado. O sangue do doador não entra em contato direto com o equipamento", ressaltou a gerente de atividades médicas do Hemose.

Em cada doação são coletados entre 10% e 30% das plaquetas circulantes, recuperadas pelo organismo em 24 horas. Após 48 horas já é possível fazer um novo procedimento por aférese. As pessoas interessadas em doar devem evitar bebidas alcoólicas e alimentos gordurosos na véspera da doação; não usar, nos sete dias anteriores a doação, anti-inflamatórios e medicamentos que contenham o Ácido Acetil Salicílico (AAS, Aspirina, Engov, Cibalena, Sais de Fruta, Melhoral, Coristina); e alimentar-se normalmente no dia da doação, de preferência ingerir alimentos ricos em cálcio (leite, queijo fresco etc.).