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16 de Junho de 2024
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    Ideias do Milênio: Robert Fisk, jornalista britânico

    Publicado por Consultor Jurídico
    há 13 anos

    Entrevista do jornalista britânico Robert Fisk ao correspondente da Globo News em Beirute M ounir Safatli para o programa Milênio , transmitido originalmente no dia 9 de maio. O Milênio é um programa de entrevistas do canal de televisão por assinatura Globo News, que vai ao ar às 23h30 de segunda-feira, com repetições às 3h30, 11h30 e 17h30 de terça; 5h30 de quarta; e 7h05 de domingo. Leia, a seguir, a transcrição da entrevista:

    O entrevistado desta edição do programa Milênio é o jornalista britânico Robert Fisk , que se encontrou com Osama Bin Laden em três ocasiões. Na primeira delas, Osama estava exilado no Sudão, logo depois de ter sido expulso da Arábia Saudita, no início dos anos 1990. Os outros dois encontros foram a pedido do próprio Bin Laden e aconteceram na Afeganistão, país no qual Osama se refugiou depois que a ONU pressionou o governo do Sudão a expulsá-lo de lá.

    Robert Fisk é o mais premiado correspondente estrangeiro do Reino Unido e considerado um dos maiores especialistas nos conflitos do Oriente Médio. Vive no Líbano desde 1976, e cobriu a ocupação militar dos soviéticos no Afeganistão, a Guerra Irã-Iraque, as duas guerras do Golfo Pérsico. Fisk é hoje um dos principais colunistas do jornal britânico The Independent . Os bastidores dos encontros de Robert Fisk com Osama Bin Laden são o tema desta conversa com o correspondente da Globo News em Beirute, Mounir Safatli .

    Mounir Safatli Quantas vezes o senhor entrevistou Bin Laden? Como marcou essas entrevistas? Quanto tempo precisou esperar pela confirmação?

    Robert Fisk No total, falei com ele três vezes. A primeira, foi no Sudão, onde ele estava exilado. Depois, duas vezes no Afeganistão, onde nos encontramos em diferentes acampamentos. No caso do nosso primeiro encontro, um ex-soldado saudita no Afeganistão, que havia enfrentado os russos com Bin Laden, tinha virado jornalista e era amigo meu. Ele disse: Quero apresentá-lo a alguém. Bin Laden já era conhecido, a essa altura. Já estava na lista de terroristas dos EUA. Dirigimos por horas a fio pelo deserto passando por antigas pirâmides do Sudão, até chegarmos a uma aldeia aonde Bin Laden havia levado máquinas e tratores para construir estradas para o povoado. Era uma boa ação. Ele estava sentado lá, enquanto o povo cantava, aplaudia e o agradecia. Crianças dançavam na frente dele. Foi então que ele viu o homem ocidental chegando. Ele não sabia da minha visita, mas ficou feliz de ver seu velho colega de exército. Enfim, eles se abraçaram, e logo Jamal me apresentou. Este é Robert Fisk, meu bom amigo. Ele queria conhecê-lo. Conversamos assim por um tempo, e ele afinal concordou. Bin Laden perguntou: Quer conversar sobre o quê? Falei que não ia insistir no assunto de terrorismo e disse: Quero que você diga como foi lutar contra os russos no Afeganistão. Conversamos por meia hora, até a força de segurança do Sudão aparecer. Eles interromperam a conversa. Enfim, ele contou sobre os russos, e isso foi muito importante. Voltarei a falar disso. Nos dois encontros seguintes, ele estava no Afeganistão e pediu para falar comigo. Ele gostou da matéria que escrevi sobre a luta dele contra os russos. Para o segundo encontro, recebi uma ligação da Suíça. Disseram que meu amigo do Sudão queria conversar. Você sabe onde ele está agora. Respondi que sim. Sabia que ele voltara ao Afeganistão após ser expulso. Perguntei onde, e ele respondeu: Vá a Jalalabad. Fiquei muito assustado, porque achei que o homem ao telefone podia ser um agente de segurança dos egípcios ou dos paquistaneses. Alguém que poderia me levar a Jalalabad e me matar para culpar Bin Laden. Esse era o meu medo, eu não temia Bin Laden de modo algum. Isso foi depois do ataque aos soldados americanos em Dhahran [na Arábia Saudita, em 2001] . Ele tinha feito um ataque sério contra os americanos desde nosso encontro anterior. Portanto, eu respondi: Não posso confiar em alguém pelo telefone. Preciso ter certeza de que você é quem diz ser. Fui a Londres, me hospedei no Sheraton Belgravia e disse a ele onde estava. Esperei dois ou três dias, até que me ligaram. Eu estava escrevendo no meu quarto, e ligaram da recepção dizendo que havia um homem esperando por mim no lobby. Isso foi em Londres em um hotel chique. Desci à recepção. Estava cheio de homens fumando charutos, mulheres lindas e tal... No canto, vi um homem com uma enorme barba negra, vestido c...

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