Indústrias do Rio: otimismo com moderação para 2009

Da Redação

Os industriais do Rio esperam um 2009 de crescimento menor, entre 2,20% e 3,50%, e alguma deterioração nas contas externas, embora com manutenção dos bons fundamentos da economia brasileira. As conclusões estão na Nota Técnica Perspectivas Macroeconômicas da Indústria Fluminense, divulgada nesta quinta-feira (15/1), pela Firjan.

Os empresários consultados estimam a inflação do ano entre 4,5% e 6%; Na taxa básica de juros, a faixa estimada foi entre 12,75% e 14%, o que representaria aumento da taxa. As apostas no comércio exterior estão todas abaixo dos valores de 2008, com saldo previsto de até US$ 17,75 bilhões. As empresas que responderam a pesquisa são todas oriundas do ranking das 200 maiores do estado, editado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), e tiveram ativos totais de quase R$ 480 bilhões em 2007.

Para o chefe da Divisão de Estudos Econômicos da FIRJAN, Patrick Carvalho, o cenário que orienta as decisões estratégicas das maiores empresas do Rio permanece favorável, porém menos otimista em relação à pesquisa do ano passado, por conta da crise internacional.

- Os industriais esperam que o Brasil continue a apresentar bons fundamentos, com inflação dentro da meta e austeridade fiscal. Isso depende, no entanto, das reformas estruturais do país - afirma.

Em um contexto de crédito mais restrito e redução da demanda doméstica, a expectativa dos industriais fluminenses é de que o crescimento da economia brasileira seja bem inferior ao esperado para o ano passado, com a taxa de crescimento sobre 2008 variando de 2,20% a 3,50%, contra uma previsão de 4,10% e 5% na pesquisa anterior.

Com relação à inflação, o efeito da desvalorização do real será uma das fontes de pressão sobre os preços, bem como os serviços indexados. Porém, com a redução dos preços das commodities e a desaceleração econômica, os empresários esperam uma inflação ao consumidor de acordo com o intervalo estabelecido pelo Governo para 2009, entre 4,5% e 6,0%.

O patamar da taxa de juros básica da economia ainda não parece bem definido, já que o nível atual (13,75%) situa-se entre as projeções. Segundo os participantes da pesquisa, a taxa Selic deverá localizar-se entre 12,75% e 14,0% em dezembro de 2009.

Em relação às contas externas, as projeções apontam uma redução do saldo em transações correntes, que, segundo os entrevistados, deve situar-se entre US$ -25,00 e US$ -32,00 bilhões, como reflexo do menor crescimento e liquidez da economia mundial. Para o saldo comercial, as projeções situam-se entre US$ 11,75 e US$ 17,75 bilhões, inferior ao resultado observado em 2008 (US$ 26,48 bilhões nos doze meses acumulados até novembro). As compras externas devem ficar entre US$ 150 e US$ 185 bilhões e as exportações entre US$ 170 e US$ 200 bilhões.

As estimativas de superávit primário entre 3,5% e 4,5% do PIB, no próximo ano, indicam que os empresários trabalham com um cenário em que a política fiscal continuará sendo pautada pelo rigor, mantendo o compromisso com a melhoria dos indicadores fiscais a médio e longo prazo.