Interação: tem início capacitação de membros de comunidades terapêuticas

Teve início ontem (14/3) e segue até o dia 23 o primeiro módulo da capacitação para integrantes de comunidades terapêuticas de todo o Estado. Participaram desta etapa, realizada no Instituto Dom Fernando, em Goiânia, 86 profissionais de 40 diferentes instituições.

A formação já é a concretização de uma das providências previstas no termo de cooperação firmado pelo Ministério Público de Goiás, a Associação Goiana dos Municípios (AGM) e o Fórum Goiano de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas, no âmbito do Programa Interação. Clique aqui para ter acesso à integra do acordo, que foi assinado na solenidade de lançamento do Interação, no dia 5.

Coordenadores e monitores de unidades terapêuticas participaram do curso, que tem o objetivo de oferecer capacitação sobre atenção integral à saúde e assistência social de usuários de crack e outras drogas, e também a seus familiares. A programação irá contemplar ainda o conteúdo da Resolução (RDC) nº 29, de 30 de junho de 2011, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que estabelece exigências mínimas para o funcionamento de serviços de atenção a pessoas com transtornos decorrentes do uso ou abuso de substâncias psicoativas.

Como apoio à realização desta primeira etapa, a AGM investiu o valor de R$ 65 mil. Já o Ministério Público articulou a cessão do local para a realização do curso. A atividade terá ainda o segundo módulo.

O curso

Especialista em Dependência Química, a professora Laura Fracasso abriu o curso abordando as características das comunidades terapêuticas e destacando a necessidade de humanização das comunidades e não de hospitalização. Ambiente residencial, com características de relações familiares, saudável e protegida, técnica e eticamente, livre de drogas e violências, assim como de práticas sexuais (temporariamente), afirmou a professora, definindo essas comunidades.

Ela lembrou que as comunidades terapêuticas se caracterizam por serem espaços de convivência entre pares, com foco na espiritualidade (respeitando as crenças religiosas), autoconhecimento da doença e de como enfrentá-la. Usuários e família precisam saber como lidar com a questão da droga do lado de fora, precisam desenvolver recursos próprios, assinalou. O trabalho surge no sentido de ajudar a pessoa a se reorganizar, reaprender a ser pontual, observou.

Laura Fracasso destacou ainda a importância de se capacitar as pessoas que estão à frente das comunidades terapêuticas. No momento em que trazemos a possibilidade de se capacitar, há também a troca de experiências, de se reconhecer e formar uma rede de relacionamento e ajuda, frisou.

Coordenador da Fazenda Senhor Jesus (Assoproh), de Damolândia, Paulo José Ribeiro, que há 18 anos atua nesta área, destacou a qualidade do curso e a importância da ação para as comunidades terapêuticas. Goiás, com certeza, está dando um grande passo para combater as drogas. São os profissionais mais qualificados do Brasil. Aqui só se ganha, acrescentou. ( Texto: Cristina Rosa - foto: João Sérgio / Assessoria de Comunicação Social do MP-GO, com informações e foto da PUC-GO)

Fotos Professora Laura Fracasso deu início à capacitação, realizada em Goiânia Sônia França, do Fórum, assinou parceria com MP e AGM no lançamento do Interação