Jäger diz que não sofreu interferência política para direcionar investimentos da Petros
O presidente da Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), Henrique Jäger, disse aos deputados da CPI dos Fundos de Pensão que nunca sofreu qualquer interferência política no direcionamento dos investimentos do fundo desde que assumiu o cargo, há um ano.
“Sou filiado ao PT, mas nunca fui procurado por ninguém”, disse, ao responder pergunta do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG).
“Claro, quando ele chegou lá, o Vaccari já estava preso”, comentou o presidente da CPI, Efraim Filho (DEM-PB), se referindo a João Vaccari Neto, o ex-tesoureiro do PT preso pela Operação Lava Jato, acusado de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Jäger começou a ser ouvido pela CPI às 10h30 e está sendo questionado a respeito dos investimentos feitos pelo fundo e das medidas adotadas para evitar novos prejuízos. No depoimento, ele admitiu que dobrou o deficit da Petros, que era de R$ 8,114 bilhões em março do ano passado e hoje é de R$ 16 bilhões.
Segundo ele, o prejuízo é decorrente da queda no valor das ações da carteira de investimentos do fundo e de outros fatores, como a correção do passivo do fundo pela inflação e a perspectiva de aumento real dos salários. O presidente da Petros garantiu, porém, que o fundo não está “quebrado” e tem recursos para pagar as aposentadorias dos funcionários da Petrobras.
Entre outras medidas adotadas pela Petros para evitar prejuízos, de acordo com dados apresentados por Jäger, está o veto a investimentos em Fundos de Investimentos em Participações (FIPs). Segundo ele, esse tipo de investimento pode demorar até cinco anos para gerar lucro.
Outro investimento que deu prejuízos à Petros, porém, foi defendido por Jäger: a participação acionária na empresa Sete Brasil, criada para construir 28 navios-sonda para exploração do petróleo do pré-sal.
“Eu ainda acredito na viabilidade do projeto, que deu prejuízo porque, na época em que ela [Sete Brasil] foi criada, o barril do petróleo estava a 140 dólares e para alugar uma sonda era preciso esperar 6 meses”, disse. “O preço do petróleo vai subir e o pré-sal é uma realidade”, complementou.
A audiência continua no plenário 1.
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Edição - Marcia Becker
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