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2 de Maio de 2024
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    Jovem de 19 anos foi aprisionada e abusada sexualmente por nove anos em Luziânia.

    Publicado por Justilex
    há 16 anos

    A revelação de uma história sórdida chocou os moradores do Parque Sol Nascente, bairro de Luziânia (GO) localizado a 58km de Brasília. Uma jovem de 19 anos era estuprada diariamente desde os 10, teve o primeiro filho aos 13 e ficou por dois anos acorrentada em um porão sujo e escuro. Ela foi aprisionada, molestada e ameaçada de morte pelo comerciante Raimundo Gomes da Silva, 61 anos, com quem teve dois filhos. O fim desse terror ocorreu no último dia 5, quando a vítima conseguiu fugir com a filha de 5 anos, que também era mantida refém, e denunciou o comerciante à polícia. Até o fechamento desta edição, Raimundo continuava foragido. Livres, mãe e filha estão sob proteção policial. A jovem conta que foi abordada aos 10 anos, quando mendigava pelas ruas do bairro com a mãe. Raimundo teria se mostrado solícito: ofereceu comida à menina, mas, pouco depois, passou a estuprá-la diariamente (leia depoimento). Ameaçando exterminar toda a família da garota, o comerciante conseguiu manter a violência em segredo até a vítima completar 13 anos e ficar grávida. A mãe descobriu e levou o caso à polícia, que nada teria feito. Livre, o comerciante teria incendiado o barraco da família, forçando-a a fugir para Samambaia. Pouco depois, a mãe da jovem foi assassinada e Raimundo levou a garota para morar com ele definitivamente, no bar Vagalume, de sua propriedade. A jovem cresceu nos fundos do bar, na Rua 15, Quadra 33. Foi mantida à força em um quarto totalmente coberto por pôsteres e fotos de mulheres nuas e cenas de sexo. No local, que tem apenas uma janela voltada para o quintal, há uma cama de casal, um sofá velho e um berço. Mas, dos 13 aos 15 anos, ela ficou em um lugar ainda pior. O comerciante manteve a garota e a filha acorrentadas em um porão de três metros quadrados, onde só havia um colchão de espuma e duas lâmpadas vermelhas, que Raimundo acionava quando violentava a jovem. Outros crimes Além de confirmar o cativeiro, a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) de Luziânia, Dilamar Castro, afirma que Raimundo usava o bar como fachada para a interceptação de objetos roubados. “Tinha bicicleta, ferramentas, aparelhos de som, DVD… Tudo sem nota fiscal”, detalha a delegada. Segundo ela, duas armas de fogo foram apreendidas no local e Raimundo ainda responde por três homicídios, cárcere privado e atentado violento ao pudor. “Também há suspeita de passagens pela polícia em outros estados”, completa a delegada Dilamar. Ela conta que uma das supostas vítimas de Raimundo seria a mãe da adolescente, morta por esfaqueamento, em 2002. “Dois adolescentes assumiram a autoria, mas o nome dele ainda consta como suspeito. Ele tem a fama de contratar pessoas para executar os crimes”, diz Dilamar. Outra vítima de Raimundo seria o filho que ele teve com a adolescente em 2005. “Ninguém nunca viu a criança. A única prova de sua existência são os documentos do parto no hospital”, acrescenta a delegada. Desde quarta-feira, bombeiros escavam o chão do bar em busca de supostos corpos enterrados no local. A Deam investiga a possibilidade de Raimundo não ter agido sozinho. A ex-mulher dele, identificada por Eunice, e os quatro filhos do casal moram em uma casa atrás do bar. Todos foram interrogados e negaram ter participação ou conhecimento do caso. “A vítima afirma que ela (Eunice) sabia de tudo, inclusive negociou a ida da moça para a casa de Raimundo. Mas ainda não temos provas”, resigna-se a delegada Dilamar. Na vizinhança, impera a lei do silêncio. “Ele ainda está solto e é louco. Tenho medo de que ele volte”, resumiu uma moradora da região. A jovem e a filha estão sob a proteção da polícia e nos próximos dias devem seguir para um abrigo em outra cidade. Elas não contam com apoio familiar porque, após a morte da mãe da garota, o pai dela desapareceu — ela acredita que ele esteja em Minas Gerais, onde tem outra família. As duas irmãs mais velhas da vítima também não deram mais notícias, temendo a violência de Raimundo. “Ela (a vítima) passou alguns dias na chácara que eu tomo conta. O Raimundo envenenou os cachorros e deixou um bilhete pregado no portão, falando que, se ela ficasse, os próximos seríamos nós”, revela a única irmã com quem a vítima mantém contato. “Agora quero estudar para ser professora e ser feliz com a minha filha”, sonha a jovem, com um tímido sorriso no rosto.

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    Hey, realmente é um documentário forte! Toda a história que ela passou, os abusos sofridos, a falta de família, e também ela ter saído gravida em toda essa história, não consigo imaginar a dor que a mesma sentia a ver sua filha encurralada e não poder fazer nada! Realmente é desesperador! continuar lendo