Juiz ouve quatro testemunhas de defesa no Caso Lanusse

No dia 13/6/2011 está marcada a audiência de continuação, na qual será ouvido o réu

O juiz do Tribunal do Júri de Brasília ouviu na tarde desta segunda-feira, 21/3, quatro testemunhas arroladas pela defesa do médico Haeckel Cabral Moraes, no processo que apura a morte da jornalista Lanusse Martins Barbosa. A jornalista faleceu no dia 27 de janeiro de 2010, vítima de parada cardiorrespiratória, durante cirurgia de lipoaspiração realizada pelo médico. A perícia constatou a ocorrência de hemorragia interna e perfuração do rim da paciente.

A audiência iniciou às 14h e foi presidida pelo juiz do Tribunal do Júri de Brasília, Dr. Fábio Francisco Esteves. Uma das testemunhas arroladas pela defesa não compareceu, por motivo de doença. Foram ouvidas as testemunhas Juliane da Costa Rosal, Eldiro Daniel Mendes, Mara Bonafé e Ana Luíza Osório.

A primeira testemunha a ser ouvida foi Juliane Rosal, paciente do médico Haeckel em uma cirurgia realizada em 2007. No depoimento, ela afirmou ter procurado o médico por indicação de amigas e que ficou satisfeita com o trabalho do acusado, tendo inclusive o indicado para duas tias, também operadas por ele com sucesso. Segundo Juliane: "O comportamento profissional do médico foi perfeito, sendo que esclareceu os benefícios da cirurgia, que o preço cobrado foi o de mercado, a forma de pagamento facilitada (...)."

Em seguida foi ouvido o médico anestesista Eldiro Mendes. Eldiro narrou que, no dia do fato, chegou à clínica Pacine por volta das 13h, a pedido do médico Março Antônio. Ao chegar, foi informado pela equipe sobre o acontecido e concluíram que a paciente sofrera embolia. Todos os procedimentos para o quadro foram tomados, sendo a paciente massageada, medicada e ventilada, na tentativa de reanimação. Que não houve transferência para um hospital com UTI porque em nenhum momento, após a parada cardiorrespiratória, tiveram êxito em estabilizar os batimentos cardíacos de Lanusse e que nenhum hospital aceita transferência de paciente com esse quadro. Não havia sinal clássico de hemorragia. Que a UTI não é fundamental para esse tipo de cirurgia e que a Clínica Pacine reúne condições para cirurgias de porte ainda maior do que a realizada na jornalista.

A terceira testemunha ouvida, Mara Bonafé, é mãe de um paciente do médico Haeckel. No depoimento, ela ressaltou que teve as melhores referências do cirurgião, que o bom atendimento do médico ocorreu desde o primeiro contato, estendendo-se ao pós-operatório. Que quando soube da morte da jornalista ficou perplexa, pois todos que ela conhece tecem apenas elogios ao médico. Que tudo o que foi contratado para a cirurgia do filho foi cumprido, que a clínica foi escolhida por ela, que seu filho fez lipoaspiração e abdominoplastia e que os resultados foram excelentes.

A última a ser ouvida foi Ana Luiza Osório. No depoimento, ela afirmou que conhece Haeckel desde os cinco, seis anos de idade e que nesse período de convivência nunca teve notícias de nenhuma conduta que o desabonasse. Que o acusado sempre foi muito estudioso, que não é uma pessoa avarenta nem mercenária, nem com ambição excessiva.

Encerrada a oitiva das testemunhas, o juiz marcou o dia 13/6/2011, às 13h30, para audiência de continuação. Na ocasião, o magistrado ouvirá a testemunha faltante e interrogará o réu Haeckel Moraes sobre os fatos. Após a fase inquisitorial, o juiz analisará o processo e proferirá a sentença de pronúncia.

Nº do processo: 2010011017039-6