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21 de Junho de 2024
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    Juiz precisa de paz para trabalhar", diz presidente eleito da Ajufe

    Publicado por Consultor Jurídico
    há 12 anos

    A eleição do juiz federal Nino de Oliveira Toldo para a presidência da Associação dos Juízes Federal do Brasi (Ajufe) foi de certo modo histórica. Primeiro pelo resultado inesperado até para o próprio presidente eleito. No pleito do dia 27 de abril, Toldo levou 660 votos ou 48% dos votos apurados nas urnas eletrônicas.

    O resultado o deixou mais de 200 votos a frente do segundo colocado, o juiz federal Roberto Veloso, e deixou Francisco Glauber Pessoa Alves, o terceiro colocado, a 400 votos de distância. Segundo os que acompanharam as eleições, fazia tempo que um presidente não despontava tamanha diferença.

    A votação expressiva se deve, em parte, outra característica histórica da eleição de Toldo. Juiz da 10ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Nino Toldo se apresentou como oposição à atual gestão, do presidente Gabriel Wedy apesar de eleito, Nino Toldo só toma posse em junho.

    Para compor sua chapa, se aliou a dois antigos aliados de Wedy, o desembargador José Marcos Lunardelli, do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que sempre apoiou o presidente gaúcho, e o juiz federal Ricardo de Castro Nascimento, presidente da Associação dos Juízes Federais de São Paulo (Ajufesp) e ex-vice-presidente de Wedy.

    Mas ele nega que tenha se tratado do famigerado fisiologismo político, evocado sempre em nome da governabilidade. Não foi nada disso. Houve um processo de maturidade de todos nós, diz. Já estivemos em posições adversárias no campo político, mas sempre houve entre nós muito respeito e diálogo. Chegamos a um ponto em que percebemos, até a partir da própria política associativa, que para que se alcance alguma melhoria para a Justiça Federal e para os juízes federais, é necessário união, afirmou em seu gabinete, quando recebeu a revista Consultor Jurídico para uma entrevista.

    Esse ponto talvez seja a insatisfação generalizada com a administração de Wedy. Toldo, declaradamente oposição, reclama da postura do atual presidente na defesa de melhorias para a carreira, ou mesmo de seu posicionamento frente às questões relacionadas a juízes, que tomaram as manchetes nos últimos meses.

    Quando ainda era candidato, Toldo disse à ConJur que depois de anos de trabalho para a Ajufe chegar a um patamar de credibilidade e respeito perante os interlocutores de assuntos relacionados à magistratura federal, a atual gestão da nossa associação nacional perdeu a capacidade de interlocução e não conseguiu nenhum ganho significativo para os associados.

    Agora, eleito, Toldo diz se opor à postura excessivamente corporativa e desnecessariamente agressiva da gestão Wedy. Ao longo da atual gestão não houve nenhum reajuste de subsídio, não houve melhoria na estrutura da Justiça. Sua gestão, disse à ConJur em seu gabinete, será marcada pela busca efetiva pelo diálogo. Sob a chapa Ajufe no rumo certo, Toldo costuma repetir: Juiz precisa de paz para trabalhar.

    Leia a entrevista concedida pelopresidente eleito da Ajufe, juiz federal Nino Toldo:

    ConJur Porque sua candidatura fez oposição ao atual presidente?

    Nino Toldo Fundamentalmente é o entendimento dos membros da chapa e apoiadores, de que a atual gestão da Ajufe adotou uma postura excessivamente corporativa e desnecessariamente agressiva, o que gerou uma perda de diálogo. quer no âmbito interno do Poder Judiciário, quer no âmbito externo com o Poder Legislativo e principalmente com o Poder Executivo. Então isso dificultou que se conseguisse, para a classe dos juízes, qualquer ganho efetivo. Ao longo da atual gestão não houve nenhum reajuste de subsídio, não houve melhoria na estrutura da Justiça. Reconheço o trabalho que foi feito, foi caminho que se buscou, mas um caminho que se mostrou inadequado. E tanto isso é verdade que a nossa proposição do restabelecimento do diálogo, de condução serena, responsável e séria dos pleitos da Justiça foi acolhida por uma maioria significativa dos associados.

    ConJur Como se deu a união das oposições representadas pelo desembargador José Lunardelli, do TRF-3, e pelo juiz federal Ricardo Nascimento?

    Nino Toldo Nós já estivemos em posições adversárias no campo político, mas sempre houve entre nós muito respeito e diálogo. Chegamos a um ponto em que percebemos que, para que se alcance alguma melhoria, era necessário união. Então, todos nós que participamos disso aqui na 3ª Região tivemos esse espírito republicano: deixamos de lado posições pessoais muito específicas em favor de algo comum, que é o melhor para a Justiça Federal e para os juízes federais. Sem isso não seria possível. Não é como muitas pessoas disseram, uma união apenas visando o pleito. Não é. Houve um processo de maturidade de todos nós.

    ConJur E como foi essa aproximação?

    Nino Toldo Já vem do tempo da formação de uma chapa para a associação regional daqui, a Ajufesp [ Associação dos Juízes Federais de São Paulo ]. Ali já se começou a conversar nesse sentido. E aí houve uma participação muito importante do juiz Paulo César Neves Junior e do atual presidente da Ajufesp, o Ricardo Rezende, no sentido de buscar uma união. A divisão só nos enfraquece e não leva a nada. Houve conversa, muito diálogo e nós conseguimos chegar a um consenso.

    ConJur Como foi formada a chapa?

    Nino Toldo Houve a disputa na Ajufesp, e quando se formou [ a chapa ] se pensou na formação de uma chapa para a eleição da Ajufe. O meu nome foi lembrado, pela minha disposição ao diálogo sempre. Isso sempre foi mostrado ao longo da campanha eleitoral da Ajufe, a todos os associados. Quando saiu o resultado e recebi o telefonema dos dois candidato...

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