Kátia Abreu anuncia saída do DEM e diz que PSD terá 40 deputados
BRASÍLIA (Reuters) - A senadora Kátia Abreu (TO) anunciou nesta quarta-feira oficialmente que está deixando o DEM e se unirá ao prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, na criação do Partido Social Democrático (PSD). Segundo ela, a nova legenda deve contar com uma bancada de aproximadamente 40 deputados federais.
No discurso no plenário do Senado, ela disse que não deixa o partido motivada por desavenças. Afirmou ainda que o PSD não estará alinhado com a oposição que "tem sempre que dizer não como se fosse uma empresa de demolição", e nem ao governo "onde é obrigatório dizer sim".
A senadora admitiu que foi consultada sobre a possibilidade de presidir a nova legenda, mas garantiu que não está em campanha e defendeu que o partido tenha uma eleição para definir seu comandante.
A bancada federal de 40 deputados seria formada por parlamentares de diversos partidos da oposição e da base aliada, segundo ela. Até agora, sete deputados do DEM já anunciaram que pretendem migrar para o PSD. Outros sete do PPS também já comunicaram aos criadores do novo partido que migrarão.
"Os que têm nos procurado têm reclamado muito da ditadura partidária em várias legendas", conta. A senadora explicou que até agosto o PSD pretende ter seu registro aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral e para isso terá que colher cerca de 500 mil assinaturas. "Faremos isso nos próximos dois meses."
Ela afirmou que o governador do Amazonas, Omar Aziz (PMN), já informou aos criadores do PSD que migrará para a nova legenda e que o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo (DEM), ainda está estudando a possibilidade.
"Ele deseja trocar, mas está estudando o melhor momento. Depende da composição no Estado", disse. A senadora afirmou que caso Colombo migre para o PSD o ex-senador e ex-presidente do PFL (antigo nome do DEM), Jorge Bornhausen também ingressa no novo partido. "Vem todo mundo, daí".
A senadora revelou ainda que em recente conversa com o líder do DEM na Câmara, ACM Neto (BA), ele manifestou o desejo de migrar para o PSDB caso seu partido sofra uma grande baixa.
"Ele me disse há três semanas, e não pediu sigilo, que se houvesse uma saída forte do DEM, iria para o PSDB", contou ela, que avaliou que isso só poderia ser feito por meio de uma fusão entre as duas legendas de oposição.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)
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