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17 de Junho de 2024
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    Leia a transcrição da entrevista de Agnelo Queiroz à Folha e ao UOL

    Publicado por Folha Online
    há 13 anos

    DE BRASÍLIA

    O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), participou do programa "Poder e Política - Entrevista", conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues. A gravação ocorreu em 16.nov.2011 no estúdio do Grupo Folha em Brasília. O projeto é uma parceria do UOL e da Folha.

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    Agnelo diz ter como provar empréstimo de R$ 5.000 a lobista

    Leia a transcrição da entrevista e assista ao vídeo:

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    Agnelo Queiroz - 16/11/2011

    Narração de abertura: Agnelo dos Santos Queiroz Filho, governador do Distrito Federal, tem 53 anos. É médico. Nasceu em Itapetinga, na Bahia.

    Agnelo Queiroz foi filiado ao PC do B até 2008, quando entrou para o PT. Antes de ser governador, foi deputado distrital e 3 vezes deputado federal.

    No governo Lula, foi ministro do Esporte e diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.

    Em 2010, Agnelo foi eleito governador do Distrito Federal após escândalos de corrupção derrubarem a administração anterior. Mas em 2011, o próprio Agnelo passou a ser alvo de acusações de irregularidades.

    Folha/UOL: Olá internauta. Bem-vindo a mais um "Poder e Política Entrevista".

    O programa é uma parceria do jornal Folha de S.Paulo, do portal UOL e da Folha.com. A gravação é sempre aqui no estúdio do Grupo Folha em Brasília.

    O entrevistado deste programa é o governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, do PT.

    Folha/UOL: Governador, muito obrigado por sua presença aqui. Gostaria de começar perguntando qual é o orçamento anual do Distrito Federal e quanto do orçamento vem do Fundo Constitucional para Brasília?

    Agnelo Queiroz: Primeiro eu quero agradecer essa oportunidade, Fernando. É uma honra muito grande poder participar aqui do seu programa. [Quero] cumprimentar também a todos os internautas.

    Brasília tem um orçamento em torno de R$ 27 bilhões e R$ 8 bilhões vêm do Fundo Constitucional.

    Folha/UOL: Quando que Brasília, no futuro, vai estar capacitada para andar com as próprias pernas talvez e prescindir desse fundo?

    Agnelo Queiroz: Esses repasses ocorrem desde a inauguração de Brasília [em 21.abr.1960]. Mas é obrigação do gestor pensar no desenvolvimento econômico que, no futuro, daqui a 20, 30, 40 ou 50 anos [Brasília] tenha autonomia financeira. Porque nós conseguimos autonomia administrativa, política e não tem autonomia financeira porque esse percentual é fundamental para a manutenção da capital do Brasil.

    Folha/UOL: Se o sr. tivesse de afirmar qual seria o ano no futuro em que se possa esperar que Brasília seja independente [financeiramente], qual seria esse ano? Estamos em 2011, é 2020, é 2030? Quando o sr. acha que seria isso?

    Agnelo Queiroz: Financeiramente. Nós temos que pensar nossa capital para os próximos 50 anos. Essa é a grande meta. Porque temos 51 anos de idade. O repasse federal é indispensável. A cidade quebraria se houvesse uma alteração desse repasse do Fundo Constitucional. Então o nosso planejamento tem que ser para os próximos 50 anos. E dentro desse planejamento tem que também prever uma autonomia financeira até esse período.

    Folha/UOL: Ou seja, no horizonte de 50 anos o sr. acha possível, talvez, dar independência financeira e prescindir do fundo?

    Agnelo Queiroz: Não digo prescindir do fundo. Considero que o fundo seja apenas uma contrapartida pelos serviços que nós oferecemos por ser capital do país. Então você tem que garantir a estabilidade da capital, você tem que prestar a parte da segurança para todas essas autoridades aqui do Executivo, do Legislativo, do Judiciário, do corpo diplomático. Você tem que ter uma infraestrutura na cidade que dê sustentação à capital de um país, de aeroporto, hotelaria etc. Mas não pode ser, Fernando, uma coisa que, se parar de receber, a cidade fica inviabilizada.

    Folha/UOL: O Distrito Federal é uma região rica do Brasil. Tem um orçamento grande para uma área pequena e para uma população que também não é tão grande na comparação com outras áreas urbanas. Não obstante, há uma impressão geral de que certos serviços e infraestrutura não vão bem. Por exemplo: chove em Brasília, capital da República, é comum faltar luz. Há um número grande, relatados pela mídia local, de sequestros relâmpago às vezes até à luz do dia. E há uma impressão o sr. já está há 10 meses, um pouco mais, aí no governo, e há uma impressão de que as coisas andam um pouco lentamente. O que está acontecendo?

    Agnelo Queiroz: Nós pegamos uma situação dramática. Recebi a cidade com mato sem cortar, buracos nas ruas, lixo sem recolher, mais de 90 convênios sem prestação de contas, desorganização administrativa. Destruíram a parte da administração do Distrito Federal. Isso foi uma tragédia. Tivemos quatro governadores em 2010. E quando assumimos, para botar a casa em dia e responder rapidamente, de fato, esse período fica um período curto, apesar do trabalho intenso e já ter muitas respostas.

    Peguei a companhia elétrica "pré-falimentar". Destruição. Investimento na área de geração e não distribuição que é a nossa vocação aqui. E a empresa quebrada. Estou fazendo esforço grande agora, porque tudo o que essa empresa arrecada é para pagar dívida.

    Folha/UOL: O sr. acha que no ano que vem, 2012, já pode estar solucionado ou não?

    Agnelo Queiroz: Solucionado não. Mas já estará melhorado. Eu estou fazendo agora uma proposta, um entendimento com o BNDES [Banco Nacional de Desenvolvimento Social]. A CEB [Companhia Energética de Brasília] tem uma dívida de R$ 800 milhões. Com esse empréstimo nós estamos neste momento tentando resolver, eu pago todas as dívidas da CEB, vou reescalonar essa dívida a um juro mais baixo e em um prazo mais longo. E hoje ela recupera imediatamente sua capacidade de investimento na parte de distribuição. E passa a investir nas áreas fundamentais que são as responsáveis por esses apagões, porque tem muitos anos sem investimento na área de distribuição.

    Folha/UOL: Para aquela pessoa interessada, de Brasília, ou mesmo brasileiros que visitam aqui a capital federal: o sr. acha 2011, 2012, 2013...

    Agnelo Queiroz: 2013. 2013 é uma meta importante para nós porque nós vamos aqui fazer a abertura da Copa das Confederações de 2013. Em 2014 é a Copa do Mundo. Em 2015 vamos fazer a Copa América aqui. Em 2016 vamos fazer os jogos masculinos e femininos das Olimpíadas. Em 2017, agora no dia 29 [de novembro de 2011] terá a definição e, se Deus quiser, vamos ganhar essa batalha para Brasília sediar a Universiades, que é o terceiro maior evento esportivo do mundo.

    vFolha/UOL: A meta é, em 2013, acabar com esses apagões?*

    Agnelo Queiroz: É acabar com esses apagões porque aí eu estou dando um prazo... Se eu resolvo a questão do empréstimo até o começo do ano [2012] eu terei um ano para fazer investimentos em distribuição.

    Folha/UOL: E segurança pública? Esses sequestros relâmpago que acontecem em Brasília. Os policiais aqui são dos mais bem remunerados do Brasil. Como é que o sr. explica que esse problema de segurança persista também no seu mandato?

    Agnelo Queiroz: Os serviços públicos em geral, não só a questão da segurança, mas também da saúde e da educação, pelo volume de recursos que nós temos na capital do Brasil, com esse orçamento não justifica a qualidade do serviço que nós prestamos. Isso será melhorado.

    *Folha/UOL: E quando será? *

    Agnelo Queiroz: Quando será? Estamos tomando essa providência desde o começo do meu mandato. Por exemplo, na segurança, que você citou. Eu estou fazendo investimento grande nessa área. São R$ 40 milhões em equipamentos, em estrutura para as três áreas da segurança, tanto a Polícia Militar, a Polícia Civil e Corpo de Bombeiros. Treinei e já botamos na rua aproximadamente 800 policiais já treinados e estão em treinamento 750 atualmente para colocar mais policiais na rua de forma ostensiva. Mudamos a política que era uma política em que os policiais estavam presos em um posto imobilizados para um policiamento inteligente com equipamentos, estrutura. Se deslocam de acordo com as informações, mobilizar o material humano. Então já há uma mudança na segurança pública, estamos atacando as áreas centrais o problema da droga, que é um problema gravíssimos nas três grandes áreas do Distrito Federal. Aqui no Plano Piloto, no centro da cidade, por incrível que pareça a 800 metros do Palácio do Planalto, no centro de Taguatinga e no centro de Ceilândia. Então essa ação há está em curso. Se você passar no Setor Comercial Sul, se perguntar a uma pessoa que trabalha lá, está no cotidiano, ela vai te relatar a situação já diferente de todos os tempos para trás, que é uma Polícia mais ostensiva.

    Folha/UOL: O sr. acha que as estatísticas já vão melhorar a partir do ano que vem [2012]?

    Agnelo Queiroz: Vão. E já estão melhorando. O número de homicídios, roubos e uso de drogas nas áreas centrais onde as estatísticas indicavam o maior número de incidência já caíram nesse período agora.

    Folha/UOL: Brasília tem uma fama péssima perante os brasileiros por diversas...

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