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17 de Junho de 2024
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    Leia a transcrição da entrevista de Eduardo Campos à Folha e ao UOL - Parte 1

    Publicado por Folha Online
    há 10 anos

    Eduardo Campos, pré-candidato a presidente pelo PSB, participou do Poder e Política, programa da Folha e do "UOL" conduzido pelo jornalista Fernando Rodrigues . A gravação ocorreu em 29.abr.2014 no estúdio do UOL em São Paulo.

    Leia a transcrição da entrevista de Eduardo Campos à Folha e ao UOL - Parte 2

    http://www3.uol.com.br/module/playlist-videos/2014/eduardo-campos-no-poderepolitica-1398884700954.js

    Eduardo Campos - 29.abr.2014

    Narração de abertura [EM OFF]: Eduardo Henrique Accioly Campos tem 48 anos. É economista formado pela Universidade Federal de Pernambuco.

    Eduardo Campos começou sua militância política como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Economia, em 1985. No ano seguinte, trabalhou na campanha que elegeu seu avô, Miguel Arraes, governador de Pernambuco, e tornou-se seu chefe de gabinete.

    Eduardo Campos filiou-se ao PSB em 1990, quando conquistou seu primeiro mandato, como deputado estadual. Quatro anos depois, elegeu-se deputado federal, mas permaneceu no governo de Pernambuco, como secretário de Governo e, em seguida, da Fazenda.

    Eduardo Campos reelegeu-se deputado federal em 1998 e 2002. Integrou a bancada de apoio ao governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2004, Lula nomeou Eduardo Campos ministro da Ciência e da Tecnologia.

    Eduardo Campos assumiu em 2005 a presidência nacional do PSB. No ano seguinte, elegeu-se governador de Pernambuco, e em 2010 foi reeleito para o cargo.

    Eduardo Campos rompeu a aliança histórica que mantinha com o PT e, em 2013, recebeu o apoio da ex-senadora Marina Silva. Em abril de 2014, Eduardo lançou-se pré-candidato à Presidência da República, tendo Marina como sua vice.

    Folha/UOL: Olá, bem-vindo a mais um Poder e Política - Entrevista. Este programa é uma realização do jornal Folha de S.Paulo e do portal UOL. A gravação é realizada aqui no estúdio do UOL, em São Paulo. E o convidado desta edição do Poder e Política é o pré-candidato a presidente pelo PSB, ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

    Folha/UOL: Olá, como vai o sr., tudo bem?
    Eduardo Campos: Olá, Fernando. Tudo bem.

    O sr. mencionou, nesta semana, que a inflação no Brasil, cuja meta é de 4,5% com uma tolerância de dois pontos para mais ou para menos, que a meta de 4,5% pode ser atingida no Brasil até o ano de 2018. Tem como ser antes?
    Fernando, o brasileiro está se sentindo, sobretudo, mais pobre ao comprar alimentos no supermercado a cada semana, a cada quinzena, que a inflação, na vida das pessoas, está até maior que o indicador oficial. Nós precisamos preservar essa conquista, que é a conquista da estabilização econômica. Ela tem que ser um compromisso, e será um compromisso do nosso programa de governo. Por isso que eu falei, nosso governo vai tratar do... Qual é o propósito que a gente quer com o país? Para onde que a gente quer levar esse país? E isso, vamos deixar claro, com metas objetivas que vamos colocar, não só metas para a inflação, mas metas também para o crescimento econômico. É possível sim, tanto é possível que outros países como Chile, como a Colômbia têm inflação menor que a do Brasil.

    Eu ia perguntar exatamente isso. A meta de inflação é 4,5%. O sr. acha que é possível, até 2018, atingir esse centro da meta, mas o sr. acha, com as informações que tem, que é possível antes de 2018 chegar nesses 4,5% e depois reduzir ainda mais?
    É exatamente esse o debate. Eu falei em 4%, na verdade, de meta de inflação para chegar até 2014 e como em 2015.

    2014?
    Até 2018. E como em 2015 a gente tem que fazer o PPA, o Plano Plurianual, que avança um ano sobre o mandato seguinte, a gente já quer deixar claro uma rampa de queda do centro da meta e ter um compromisso com o centro da meta e não com o teto. Agora já está furando o teto. A gente precisa cuidar, exatamente, de focar o centro da meta.

    Então vamos entender. Para 2014 já está dada: a meta é 4,5%, não tem como, e para 2015 também vai ser 4,5%, que é decido agora. Qual deve ser a trajetória da meta de inflação do Brasil ao longo dos próximos anos, considerando-se que em 2015 já vai ser 4,5%, para os anos seguintes, como o sr. vislumbraria?
    Eu acho que, nos próximos quatro anos, a gente deve perseguir uma meta de 4%, como centro da meta, podemos...

    A partir de qual ano?
    A partir do ano de 2016, a gente já se aproxima do centro da meta. Até porque a gente tem uma porção de situações que foram represadas, exatamente, porque esse ano tem eleição, o governo está segurando uma série de preços. Nós temos que trabalhar com esse dado de realidade, mas nós queremos olhar para, a partir de 2018, um novo centro da meta, em torno de 3%, para que o Brasil, aí sim, vá se aproximando de uma inflação de classe mundial para países do padrão do Brasil.

    Vamos entender. 2015 já está dado, a meta é 4,5% por que é decidida neste ano pelo atual governo. A partir de 2016 o sr. entende 4%.
    4%.

    Que seguiria até 2018 e 2019...
    E o PPA nosso constaria, para 2019, já uma meta de 3%.

    Agora, o sr. mencionou represamento de certos preços controlados ou administrados diretamente pelo governo, vou citar combustíveis e energia. Há grande dúvida sobre como desrepresar esses preços. Quando vai ser possível trazer esses preços para níveis de mercado e como fazer isso?
    Primeiro temos que definir uma regra clara, transparente, objetiva sobre preços de combustíveis para que o governo não fique com essa capacidade de meter a mão e ficar atrapalhando a vida do programa, por exemplo, de investimento da própria Petrobras, matando o programa do álcool, 40 usinas fechadas, milhares de empregos, no interior do Brasil, no setor do etanol...

    O governo comenta que fez isso para segurar a inflação, para ajudar a todos os brasileiros. Está errado?
    Está errado, porque ele fez isso porque deixou de fazer outra coisa, que foi, na governança da macroeconomia, cuidar, efetivamente, de ter uma sinergia entre política monetária e fiscal e ter compromisso com o tripé macroeconômico, de fazer um dever de casa que não fez. Como não fez, teve que ir administrar, exatamente, em cima dos preços que ele poderia colocar a mão.

    Tem um senso comum entre os agentes econômicos, economistas, analistas da área, que é mais ou menos assim: se for reeleita a presidente Dilma Rousseff, ela não vai querer dar uma pancada de uma vez nesses preços, aumentar tudo a partir do primeiro semestre de 2015. Estou dizendo preço de energia, combustíveis, entre outros. Se for um candidato de oposição, como não tem compromisso com a política anterior, logo nos primeiros seis meses vai reajustar tudo e vai haver uma pancada na inflação, o país vai ficar em condições difíceis, no ano que vem. Isso vai acontecer?
    Eu acho que não. Se depender de nós, nós vamos fazer um processo...

    Qual é a gradualidade dessa correção?
    A gente passar uma mensagem de tranquilidade, uma visão de médio e longo prazo, a possibilidade de ter regras que impeçam, no futuro, situações assemelhadas a essas e, ao mesmo tempo, não esconder que tem um esqueleto que estão deixando. Eu não sei nem se esse esqueleto, depois das eleições, a presidenta [Dilma Rousseff] perdendo as eleições, se ela não teria, exatamente, as condições de, talvez, e...

    Ver notícia na íntegra em Folha Online

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