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16 de Junho de 2024

Leilão de ativos pode ser a melhor opção para empresa gerar caixa e quitar dívidas.

Publicado por Rodrigo Nogueira
há 4 anos

                           Imagem: TJPR

No início deste mês, a Viação Itapemirim, uma empresa de transporte rodoviário de passageiros brasileira, iniciou um processo de leilão, que irá durar cerca de dois meses, para vender diversos bens. Ente os muitos itens estão diversos veículos e imóveis (casas, terrenos e edifícios).

Sendo considerada atualmente como uma das mais tradicionais do ramo no país e também na América Latina, a Viação Itapemirim, com este leilão, busca arrecadar recursos para pagar dívidas com fornecedores, funcionários e outros credores, principalmente bancos.

Vale lembrar que a empresa está em recuperação judicial que se prolonga desde 2016.

O que muitos empresários e/ou administradores não tem conhecimento é que não é necessário esperar que a empresa em uma situação judicial tão ruim, ou seja, de falência ou recuperação judicial, para promover leilões de seus ativos para quitas suas dividas. A prática tem diversas utilidades e pode ser uma forma de a empresa gerar caixa com venda de bens ociosos.

Por exemplo, se a empresa está mudando de sede ou escritório e o novo espaço não comporta os mesmos móveis e equipamentos, é possível vender o mobiliário em leilão.

Hotéis, empresas de serviços e comércio que realizam reformas em ambientes internos também costumam vender bens antigos que não serão mais usados.

Companhias com frotas de veículos podem vender os carros que serão substituídos.

Leilões também são opções para as incorporadoras, que montam apartamentos decorados para lançamentos imobiliários e depois se desfazem de peças como móveis e eletrodomésticos.

Varejistas também utilizam plataformas de leilões online para vender sobras de estoque e peças de mostruário.

O empresário interessado em vender ativos de sua empresa por leilão precisa preencher um cadastro nos sites dos leiloeiros e informar a relação dos itens.

Os leiloeiros criam ações de divulgação no Google, redes sociais e mídias tradicionais, que podem incluir rádio e jornais. Há empresas que oferecem serviço de armazenagem dos produtos.

Após o fim do leilão, os leiloeiros validam o pagamento para evitar fraudes e repassam o valor para o empresário no prazo acordado.

Crescimento do leilão de ativos

Pelo menos 600 mil micro e pequenas empresas fecharam as portas e 9 milhões de funcionários foram demitidos em razão dos efeitos econômicos da pandemia do novo coronavírus. É o que mostra levantamento feito pelo Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às micro e pequenas empresas).

Diante desse quadro caótico muitos empresários se perguntam como farão para quitar seus débitos com seus credores, verbas de contratos trabalhistas e débitos com o fisco.

Sem dúvida o acesso ao crédito junto aos bancos se tornou algo muito próximo do impossível.

Então como conseguir caixa para quitar tantas obrigações?

A solução pode estar no leilão de ativos imobilizados, que por lei e lógica servem para liquidação no caso de encerramento da empresa. Sem dúvida a maneira mais rápida de liquidar tais ativos é via processo de leilão.

A crise movimentou o setor de leilões brasileiro. Nos últimos três anos, a demanda de empresas interessadas em vender ativos para gerar caixa triplicou.

O aumento da inadimplência também fez com que bancos retomassem mais imóveis e veículos de clientes que não conseguiram honrar os pagamentos. Em agosto, a Caixa, por exemplo, realizará um leilão de cerca de 3 mil imóveis.

Neste caso, os bens costumam ser vendidos em leilões devido à agilidade na captação de recursos – o que demoraria muito mais caso os imóveis e demais ativos fossem vendidos por meios convencionais.

Encontro entre empresas e leiloeiros

São diversas as razões que motivam a necessidade de se contratar um leiloeiro. O leilão de ativos para obtenção de liquidez imediata é apenas um destes muitos motivos.

Nesse sentido, uma situação de endividamento, seja com credores, fisco ou funcionários, pode promover o mercado de encontro de empresas e leiloeiros.

Atualmente são muitas as empresas em elevada situação de endividamento, que podem iniciar um processo de leilão de parte ou a totalidade de seus ativos. Sendo está uma solução estratégica para evitar processos judiciais de execução, recuperação judicial ou mesmo de falência requerida.

Considerando que muitos empresários e/ou administradores não estão familiarizados com o sistema de leilões, é importante a promoção desse encontro.

Uma opção como via para esse encontro é a identificação de empresas em situação de endividamento ou de desequilíbrio econômico, que tenham ativos que possam ser leiloados e assim levar ao equilíbrio de suas receitas e despesas.

Atualmente, cerca de 5 mil empresas compõem um endividamento de cerca de 175 bilhões no estado do Rio de Janeiro. Conhecer quais são estas empresas, entender o seu endividamento e seus ativos, sem dúvidas é um caminho para promoção do encontro de empresários/administradores e leiloeiros.

  • Sobre o autorEspecialista em Recuperação de Ativos Financeiros
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