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7 de Maio de 2024
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    Live no Instagram debate o papel da Escola na prevenção à violência contra a mulher

    O Poder Judiciário de MS inaugurou, na noite desta quinta-feira (16), uma nova forma de comunicação com a população. Esta foi a primeira vez que o Judiciário de MS promoveu um debate em uma Live na rede social Instagram, como forma de disseminar conhecimento em tempos de pandemia da Covid-19. O tema, um dos mais relevantes da atualidade, foi “o Papel da Escola e das Redes de Proteção na prevenção à violência doméstica contra a mulher”. Três especialistas trataram do assunto por uma hora, enriquecendo o debate da temática.

    A coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do TJMS, juíza Helena Alice Machado Coelho, destacou o ineditismo desta ação e agradeceu o apoio das Secretarias de Comunicação e de Tecnologia da Informação do TJMS, que proporcionaram os meios técnicos e comunicacionais para a realização deste evento digital.

    Como debatedores que iniciaram esta nova forma de comunicação estavam a juíza Jacqueline Machado, da 3ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Campo Grande, Gina Vieira, professora da Secretaria de Educação do Distrito Federal e criadora do projeto “Mulheres Inspiradoras”, e Mizael Almeida, professor da Educação Básica da Capital e mestrando em Educação pela UEMS.

    A juíza Jacqueline Machado iniciou a Live dizendo que é muito bom saber que as pessoas estão abrindo os olhos para o problema da violência de gênero. A magistrada trabalha dentro da 1ª Casa da Mulher Brasileira instalada no país e, atualmente, é presidente do Fórum Nacional de Juízes e Juízas da Violência Doméstica e Familiar (Fonavid).

    “As questões de gênero precisam ser entendidas como padrões culturais criados por uma dada sociedade. O que a família e a sociedade esperam de meninos e meninas. Sua forma de agir, expressar-se e se vestir. E quando falamos disto estamos debatendo o papel da mulher e dos homens nos estudos de gênero”, disse Jacqueline Machado, ressaltando o papel da Escola neste momento de isolamento social devido à pandemia de coronavírus no mundo.

    Professora no Distrito Federal, Gina Vieira trouxe ao debate a visão de dentro das escolas, como espaço de socialização e transmissão de saberes. Na visão de Gina, o Brasil é um país extremamente desigual. Neste momento de pandemia, em que as crianças estão com os pais, os problemas sociais se acirram. “A escola devia ter contato com as famílias para saber qual a realidade, alimentação, bem-estar, saúde mental e segurança. Temos bons exemplos disto no DF, por exemplo, já que a Escola é o principal aparelho do Estado de contato com crianças e a mulher nas famílias”, disse.

    Mas, na visão de Gina Vieira, esta ponte de comunicação não pode falhar neste momento de crise mundial. “Os sistemas de opressão continuam existindo durante a pandemia. As crianças, as mulheres, os idosos e os negros continuam sendo vítimas da visão hegemônica de classe”, explica.

    Um ponto de destaque no debate desta Live no Instagram, foi a problemática da educação em casa durante o isolamento social. Com o fechamento de escolas, a educação passou a ser mais um ponto a ser resolvido em casa, na maioria das vezes, mais uma das inúmeras tarefas delegadas às mulheres, no lar.

    “Falar de educação no Brasil já é um campo de disputa”, iniciou sua contribuição o professor da Capital, Mizael Almeida. Segundo o docente, “não estamos vivendo em um momento de educação à distância, porque a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) não nos autoriza. Este momento não é de se privilegiar conteúdo, mas sim um momento de reinvenção. No plano da Escola Pública, a família, no geral, não tem todos os instrumentos, sejam tecnológicos ou intelectuais para manter o estudo dos filhos dentro de casa, em isolamento social”, disse o professor.

    Ele relata que a Secretaria de Educação de Campo Grande tem enviado atividades aos alunos, muitas relacionadas à temática da pandemia da Covid-19, trazendo diálogo entre o aluno e seus pais. “Outro ponto a se destacar é a disponibilização de kits merenda para os estudantes carentes, o que traz um alívio para as famílias”, ressalta Mizael.

    Os professores Gina e Mizael têm visões comuns de que, no aspecto da Escola Pública brasileira, deve-se ter noção da capacidade das famílias em manter um estudo em casa. “Não sabemos se eles têm acesso e capacidade para fazer a tutoria das lições. Por isto penso que não devemos insistir nesta questão da conectividade e avançar no conteúdo, sem a devida base”, disse Mizael, lembrando que muitas famílias têm mais de dois filhos e apenas um computador em casa.

    Acompanhe – Nesta sexta-feira (17), acontecerá outra Live, agora pelo Youtube, a partir das 18 horas, no Bate Papo da Coordenadoria da Mulher do TJMS, no canal www.youtube.com/TJMSJornalismo, com a juíza Helena Coelho, como debatedora e os convidados Guilherme Valadares, editor-chefe do site PapodeHomem e membro do Comitê #ElesporElas, da ONU Mulheres; Mafuane Odara, coordenadora de Projetos de Enfrentamento à Violência do Instituto Avon; a juíza Jacqueline Machado, da 3ª Vara da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher da Capital, e o servidor Yuri da Silva Santos, para tradução simultânea em líbras.

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