Lupi defende na Câmara redução de jornada de trabalho
O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, rebateu há pouco o argumento de que a redução da jornada poderá gerar aumento do preço final de produtos fabricados no país. A participação da massa salarial no custo do produto de todas as empresas representa, em média, 22% na produção, com todos os encargos, inclusive. E 78% são outros custos, disse no plenário, onde participa da comissão geral da Câmara sobre a redução da jornada de trabalho.
O ministro deu como exemplo outros países que adotam uma jornada de trabalho menor que a brasileira, como o Uruguai, com 41,5 horas semanais, a França, com 34,7 horas semanais, e o Japão, com 32 horas semanais. Na Europa, a média é de 41,1 horas semanais para homens e de 35,2 horas semanais para mulheres, argumentou. E lembrou que em alguns setores a jornada já é menor que as atuais 44 horas semanais, como no caso de servidores públicos, bancários e telefonistas.
A última redução de jornada que o país adotou foi há mais de 20 anos, quando passou de 48 para 44 horas semanais. O argumento foi o mesmo e não teve ninguém quebrando por conta disso, disse Lupi, acrescentando que com menos horas de trabalho serão criadas mais vagas no mercado. O deputado Paulinho Pereira da Silva, o Paulinho da Força (PDT-SP), disse que é preciso trabalhar a ideia de que a redução da jornada aumentará o mercado interno. O que dificulta a vida da empresa é o excesso de imposto, não a redução da jornada de trabalho.
A Proposta de Emenda à Constituição 231/95, que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais sem redução de salário, já foi aprovada em comissão especial e agora precisa ser votada em dois turnos no plenário. Paulinho da Força leu requerimento assinado por diversos deputados pedindo a inclusão da matéria na Ordem do Dia.
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