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17 de Junho de 2024
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    Máfia do Carvão cria offshore em nome de laranja

    Relatório final do Ministério Público Estadual (MP) aponta que a "Máfia do Carvão" teria usado o empresário Carlos Antônio Murta Alves como "laranja" no esquema de danos ao meio ambiente e ao erário no valor de R$ 60 milhões, conforme investigado na operação "Corcel Negro I". O próprio empresário, em depoimento, admite o golpe. Segundo ele, a Cosimat, usada pela quadrilha, seria a controladora de diversas outras empresas, incluindo a Castle Bridge, uma offshore situada em Montevidéu, no Uruguai, conhecido paraíso fiscal.

    A Cosimat é investigada pelo MP por comprar e utilizar carvão vegetal produzido ilegalmente. Entre 2008 e 2011, a empresa consumiu mais de 46 mil metros de carvão vegetal ilícito. Segundo a investigação, a quantidade "corresponde a desmate ilegal de área superior a 15 mil hectares" e gerou lucro estimado para a empresa de R$ 18 milhões no período. Alves afirmou que, apesar de figurar no contrato social como um dos donos da Cosimat, a empresa pertence a Ennes Gontijo.

    "Num minuto de loucura e em atenção à amizade que nutria por Ennes Gontijo, o depoente (Alves) aceitou figurar no contrato social da empresa Cosimat que estava sendo criada. Por confiar naquelas pessoas, sequer quis saber detalhes da empresa", diz o relatório.

    Alves explicou que foi empregado da empresa Usifer, da família Gontijo. Porém, quando ela faliu, foi convidado a figurar como sócio na Cosimat. Seu nome apareceria apenas no contrato social.

    Segundo Alves, foi Urbano Gontijo quem o chamou para ser "laranja". No mesmo encontro em que pediu o favor, já apresentou o contrato social e pediu-lhe os documentos pessoais.

    O empresário ainda aparece como proprietário da Vida Verde Indústria e Comércio de Carvão Vegetal Ltda, Plane Florestal Ltda, Castle Bridge e Forte Empreendimentos e Participações. Ele também disse que não sabia que figurava como sócio em outras empresas. "O depoente acredita inclusive que sua assinatura esteja sendo falsificada pelo próprio Urbano", completou.

    O relatório aponta que a família Gontijo estaria envolvida no esquema de falsificação de notas fiscais e não pagamento de impostos. "Constata-se que boa parte da cadeia criminosa que se formou em torno da produção, do transporte e da comercialização de carvão vegetal ilicitamente extraído da vegetação nativa é patrocinada e financiada por Ennes Gontijo, Urbano Ferraz Gontijo, Gustavo Ferraz Gontijo e por Ana Paula Ferraz Gontijo, os quais operam as empresas Usifer e Cosimat por meio dos"laranjas"Carlos Antônio Murta Alves e Elton Antelmo Carneiro", diz o documento do MP. Urbano, Gustavo e Ana Paula são filhos de Ennes Gontijo. (Hoje em Dia)

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