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17 de Junho de 2024
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    Magistrados assistem a palestra sobre o Projeto de Gestão de Pessoal por Competências do TRT

    Por Patrícia Campos de Sousa

    Cerca de 30 juízes e desembargadores da 15ª assistiram na manhã desta quinta-feira (18/10), no auditório do 1º andar do edifício-sede do TRT15, em Campinas, à palestra "Gestão por Competências no Setor Público". Promovido pela Diretoria de Pessoal da Corte, em parceira com a Escola Judicial, o evento, transmitido ao vivo pela Internet, visou apresentar aos magistrados o Projeto de Gestão de Pessoas por Competências que está sendo implantado no Regional desde junho deste ano, em conformidade com a Resolução 92/2012 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), a qual preconiza a adoção desse modelo de gestão de pessoal em toda a Justiça do Trabalho de 1º e 2º graus. O palestrante, o consultor Rogério Leme, é diretor-executivo da Leme Consultoria, empresa contratada pelo Tribunal para conduzir a implantação do projeto.

    O evento foi aberto pelo presidente do TRT, desembargador Renato Buratto, que ressaltou a importância do projeto para o Judiciário Trabalhista da 15ª, onde a iniciativa "foi abraçada com entusiasmo por nossa diretora de Pessoal, Adriana Martorano Amaral Corchetti". Ele lembrou que o Regional, antecipando-se à Resolução do CSJT, já trabalha com o modelo de gestão de pessoal por competências desde novembro do ano passado, tendo iniciado a efetiva implantação do projeto em junho de 2012, "com a contratação de empresa de consultoria de reconhecida competência no ramo". Buratto observou que os magistrados estão acostumados a gerir processos, mas que não foram preparados para gerir pessoas, liderar e motivar equipes, competência hoje considerada estratégica para qualquer projeto de desenvolvimento.

    O desembargador afirmou que, juntamente com os investimentos em tecnologia da informação e na melhoria da infraestrutura física das unidades jurisdicionais, a capacitação continuada dos cerca de 400 magistrados e 3.700 servidores da 15ª foi a prioridade de sua administração, que se encerra em dezembro próximo. Segundo Buratto, ao longo do biênio 2010-2012 o Tribunal destinou cerca de R$ 2 milhões para projetos de capacitação de recursos humanos.

    Coube também ao presidente apresentar o palestrante. Engenheiro de produção, com MBA em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Rogério Leme é autor de sete livros sobre gestão de pessoal por competências e avaliação de desempenho. Sua empresa, a Leme Consultoria, presta serviços nas áreas de desenvolvimento humano e tecnologia de gestão de pessoas para vários órgãos públicos, como a Secretaria do Tesouro Nacional, os Tribunais de Contas do Mato Grosso e do Paraná, os TRTs da 8ª (PA e AP) e da 20ª (SE) Região, os Tribunais de Justiça da Bahia e de Rondônia, os Tribunais Regionais Eleitorais da Bahia e de Minas Gerais e a Caixa Econômica Federal, entre outros.

    A gestão por competências

    Rogério Leme iniciou sua exposição ressaltando que o papel da consultoria é o de facilitadora apenas. "Nosso objetivo não é aplicar aqui experiências alheias. Nós apresentamos a metodologia, um modelo consolidado de gestão e de avaliação de competências, com resultados efetivos, mas o caminho a ser seguido nós construiremos juntos com o Tribunal" , frisou o palestrante.

    Segundo o consultor, o objetivo da gestão por competência é desenvolver os conhecimentos e habilidades (as competências técnicas) e as atitudes (criatividade, flexibilidade, comunicação, foco nos resultados, enfim, as chamadas competências comportamentais) dos recursos humanos de uma organização, com foco na estratégia institucional. "Promover a gestão de pessoal por competências é fazer mais com menos, da forma mais eficiente e mais rápida possível e que gere resultados não só melhores, mas que sejam sustentáveis no tempo." O palestrante lembrou, contudo, que competência não se confunde com desempenho. "As competências dominadas por um servidor não garantem que ele vá agregar valor à instituição a que pertence, embora sejam a matéria-prima para um bom desempenho." Segundo ele, para obter resultados positivos e sustentáveis, uma organização deve partir de uma avaliação não só da competência de seus quadros, mas também do desempenho destes, do seu "grau de entrega à instituição". Para Rogério, somente com base nessa avaliação é que se pode aquilatar os resultados obtidos, se as metas estabelecidas foram ou não atingidas, e propor as medidas necessárias.

    O palestrante lecionou que o modelo de gestão de pessoas com foco na competência está montado sobre dois pilares: a transparência (o servidor deve saber o que se espera dele) e a meritocracia (o reconhecimento do servidor pela sua entrega à instituição). "Quando se trabalha com transparência e considerando a meritocracia, se alcança a justiça, que é o terceiro pilar do modelo. O sentimento de justiça tem grande impacto no clima organizacional." O consultor advertiu, contudo, que, diferentemente do que ocorre no setor privado, onde empregados que não apresentam bons resultados são facilmente dispensados, no caso do setor público a única alternativa é investir no desenvolvimento do servidor.

    Rogério Leme participou do treinamento da equipe multiprofissional da 15ª que auxilia a Diretoria de Pessoal na implantação do projeto e foi um dos professores dos cursos de desenvolvimento gerencial promovidos pelo Tribunal em agosto e setembro deste ano, para a capacitação de cerca de 300 servidores que exercem cargos de chefia, direção ou assessoramento na Justiça do Trabalho da 15ª. Ele também estará à frente do trabalho de mapeamento das competências gerenciais e de identificação das lacunas entre a competência necessária para atingir os objetivos estratégicos do Tribunal e as competências existentes internamente. Com a avaliação das competências técnicas e comportamentais dos gestores, o Regional deverá ser capaz de identificar as necessidades de aprendizagem e treinamento, com vistas à elaboração de planos de desenvolvimento individuais. "Precisamos trabalhar na gestão das individualidades. Servidores com competências aquém das necessárias devem ser devidamente treinados e desenvolvidos. Já aqueles com mais competências que as exigidas para a função devem ser reconhecidos e recompensados." Uma segunda etapa do trabalho, anunciou o palestrante, é elaborar um programa de desenvolvimento gerencial, para a formação de novos gestores.

    O consultor ressaltou, por fim, que a responsabilidade pela gestão por competências será sempre do líder imediato – no caso, o diretor de secretaria das varas e os secretários das turmas do Regional –, cabendo à Diretoria de Pessoal o papel de sistematizar e apoiar os gestores e de garantir o alinhamento com a estratégia da organização.

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