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1 de Maio de 2024
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    Mainardi discursa sobre os injustiçados na Guerra dos Farrapos

    “Precisamos olhar a história sem maquiagem, mesmo que nos revele coisas que nos decepcionem. A condição dos negros, das mulheres e dos pobres de nosso estado ainda requerem nossa indignação e ação política. O ideal de igualdade de direitos ainda está para ser efetivado. Temos de atualizar o nosso compromisso com os esquecidos da história.” Autor da manifestação, durante a sessão solene em homenagem à Semana Farroupilha, nesta quinta-feira (15), na Assembleia Legislativa, o deputado e líder da Bancada do PT, Luiz Fernando Mainardi, destacou “alguns dos personagens fundamentais, mas pouco lembrados” na história gaúcha com participação na Guerra dos Farrapos. Mainardi fez referência aos negros, que “lutaram sonhando poder viver em uma região livre das amarras da escravidão”. Lembrou dos peões das estâncias, “que se tornaram soldados e morreram acreditando em uma vida melhor”. O parlamentar não esqueceu das mulheres, “que assumiram a defesa e a gerência das propriedades e que acreditaram que a vida seria melhor após a guerra”. O líder petista afirmou que, para falar da Guerra dos Farrapos, é preciso lembrar dos Lanceiros Negros e da Batalha dos Porongos, assim como de mulheres como Anita Garibaldi, que, entre tantas que tiveram as suas vidas profundamente impactadas e transformadas pelo conflito, se tornou uma referência. “Entre muitas que foram para a frente da batalha, ela é uma das poucas que obteve reconhecimento público”. Durante o discurso, Mainardi afirmou que foram muitos homens e mulheres que lutaram, morreram e ficaram aleijados e doentes. “Na sua imensa maioria, anônimos na história, injustamente esquecidos. Dentre os pontos obscuros, controvérsias e cicatrizes que envolvem esse evento histórico, está a participação das mulheres, dos negros, índios, mestiços e brancos pobres.” Batalha dos Porongos O deputado Manardi foi enfático ao comentar sobre a Batalha dos Porongos, de 1844. Para ele, foi “uma história de covardia e traição ao povo negro, que mancha a luta dos farrapos.” Explicou que, para lutar na Guerra dos Farrapos, foi necessário juntar as tropas dos generais que aderiram à causa e assim foi formado o exército farroupilha, liderado pelo General Bento Gonçalves. Em 1836, depois da Derrota de Fanfa, em que Bento Gonçalves foi preso e o exército farroupilha teve excessivas baixas, eles não vacilaram em libertar os escravos que, em troca, se engajaram no exército farroupilha. Assim, “foi criada a unidade militar que ficou conhecida como os Lanceiros Negros. Os farroupilhas assumiram compromisso com a libertação dos negros que lutavam, embora a base (os estancieiros) e muitos líderes fossem escravocratas”. O republicano Giuseppe Garibaldi, um dos maiores personagens da Revolução Farroupilha, na sua biografia, reconheceu a qualidade dos Lanceiros Negros em combate. Na Guerra, os Lanceiros Negros, acampados, desarmados, traídos por seu comandante David Canabarro, foram entregues a Duque de Caxias, que atacou de madrugada o acampamento e os massacrou. A batalha resultou na morte de centenas de lanceiros (as versões variam entre 170 e 800 mortos). Aqueles poucos que sobreviveram foram enviados ao Rio de Janeiro para serem reintroduzidos à vida de escravidão ou em trabalhos forçados. “David Canabarro e Duque de Caxias, estão na história oficial, como heróis. Entretanto, acesso a documentos oficiais revelados décadas depois comprovam que o massacre foi proposital e combinado, por farrapos e imperiais”, acentuou o líder petista. Em março de 1845, o Tratado de Poncho Verde foi assinado, selando a paz no Sul do Brasil. Após dez anos de muitas intensas batalhas, a Guerra dos Farrapos chegou ao fim. Porém, “deixou marcas que ainda hoje permeiam a nossa sociedade, nos costumes, comportamentos e ideologias”, disse o deputado Mainardi, ao concluir o discurso na tribuna da Assembleia Legislativa. © Agência de Notícias
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