Maio Cigano: debate na PGR aborda direitos e políticas públicas relacionadas aos ciganos no Brasil
O encontro acontece no Dia Nacional do Cigano (24 de maio)
"Os ciganos são invisíveis não pelo fato de não podermos enxergá-los, mas sim porque as pessoas não querem vê-los. Não querem dedicar tempo a ouvi-los e aprender com eles, conhecer sua realidade." Assim o procurador-geral da República em exercício, Luciano Mariz Maia, descreveu a realidade de preconceito e abandono vivida por boa parte dos povos ciganos atualmente no Brasil. A declaração foi feita na abertura do evento "Ciganos no Brasil - Diálogo e Construção", que acontece nesta sexta-feira (24), na sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília.
O encontro acontece no Dia Nacional do Cigano (24 de maio) e tem como propósito discutir a implementação de políticas públicas voltadas à essa população e o enfrentamento ao racismo étnico. O evento abordará temas como saúde e educação, combate à discriminação, identidade e territorialidade dos ciganos. Entre os participantes, estão a ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), Damares Alves, a secretária de nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Sandra Terena, representantes dos povos ciganos de todo o país e acadêmicos.
Na abertura do evento, o coordenador da Câmara de Povos Indígenas e Comunidades Tradicionais do MPF (6CCR), Antonio Carlos Bigonha, reforçou o comprometimento do MPF com a defesa dos povos ciganos. Ele chamou a atenção para a escassez das políticas públicas direcionadas a essa população e enfatizou a importância da articulação conjunta entre o MPF e, principalmente, o MMFDH, na sensibilização dos demais órgãos estatais para a defesa dos ciganos. "As riquezas socioculturais dos ciganos devem ser valorizadas, seus direitos respeitados e o estado dar tratamento digno a esse povo, que há tanto luta por isso", pontuou.
A ministra Damares Alves se comprometeu a dar prioridade às demandas ciganas. Ela informou, em primeira mão, a ampliação do Disque 100, que passará a contar com um atendimento especial voltado ao recebimento denúncias de violações contra os ciganos. De acordo com ela, o governo atual é sensível à causa dessa população e não a deixará desamparada. "Há tempos aguardamos por esse encontro. Acreditamos que podemos estar inaugurando um novo tempo para os povos ciganos. Esse é o momento de reconhecer os ciganos como povo brasileiro e especial que são”, sintetizou.
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