Major Rocha diz que Sena Madureira não tem nada a comemorar no aniversário

O deputado Major Rocha (PSDB) fez pronunciamento nesta quarta-feira, 28, parabenizando os municípios de Sena Madureira e Cruzeiro do Sul pela comemoração de seus aniversários nos dias 25 e 28 respectivamente. Mas, ressaltou que Sena Madureira não tem nada a comemorar, pois considera que a cidade está abandonada.

“Sena já foi uma das cidades mais bem cuidadas do Acre, mas hoje infelizmente se encontra abandonada. Suas ruas parecem ramais, mas o TCE e o Ministério Público já estão prestes a denunciar estas irregularidades e a justiça será feita”, afirmou.

O deputado também comentou pronunciamentos anteriores dos deputados Astério Moreira e José Luis Tchê, afirmando que comunga da ideia da cobrança de um bônus pelo Acre para a preservação da floresta, pois acha que atualmente o Estado está tendo apenas ônus.

Major Rocha afirmou que outrora teve a mesma visão que seus colegas a respeito do manejo sustentável, mas considera que hoje tudo não passa de propaganda e lembrou que a Universidade de São Paulo já concluiu que esta prática não dá certo em florestas nativas. Como exemplo, Rocha citou o plano de manejo que vem sendo executado na Floresta Estadual do Antimary, onde, segundo ele, houve devastação em algumas áreas como no ramal do Limoeiro. “Ali não foram respeitadas nem mesmo as áreas de proteção permanente e as árvores protegidas. Só restaram árvores finas e um cemitério de toras apodrecendo”, afirma.

Especialização

Rocha relatou que passou tanto tempo visitando o projeto Antimary que tornou-se em especialista em manejo a ponto de estar produzindo um documentário que pretende exibir no Congresso Nacional. “Ali não tem como esconder. É uma floresta de tocos, filmados e fotogrados. Os moradores foram convencidos de que iriam ganhar dinheiro agregando valor à madeira, teriam uma serraria e uma marcenaria para fabricar pequenos objetos. Nunca serraram nem um cabo de vassoura e hoje foram abandonados, sem assistência de saúde, educação ou ramais”, afirma.

Segundo Major Rocha, os técnicos responsáveis pelo programa incentivaram os moradores a coletarem sementes de mogno, avaliadas em R$ 500,00 o kilo, mas pagaram apenas R$ 50,00 em forma de alimentos. O deputado garante que nas áreas particulares onde há plano de manejo a madeira é paga no valor de R$ 120,00 por metro cúbico, enquanto no Antimary não passa de R$ 40,00.

Major Rocha afirma que os procedimentos para a concessão do plano de manejo para a Floresta Estadual do Antimary foram ilegais, já que trata-se de uma área do Estado e, portanto, precisava ter o aval da Assembleia Legislativa. “Foi feito um processo de licitação para a exploração de um patrimônio do Estado passando por cima da Aleac, sem ouvir os deputados”, disse ele.

De acordo com Major Rocha, a empresa Laminados Triunfo, vencedora da licitação para explorar a Floresta do Antimary, fez contrato com as associações de produtores para a extração de 20 mil metros cúbicos de madeira ao falor de R$ 800 mil, dos quais a metade ficaria com a comunidade. “Até hoje os moradores não receberam este valor”, afirmou. Outros dois contratos, segundo ele, foram feitos de forma impositiva, com a madeireira estipulando preços e forma de pagamento parcelada.

João Maurício

Agência Aleac