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17 de Junho de 2024
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    Manchetes dos jornais de hoje

    Publicado por OAB - Sergipe
    há 16 anos

    Folha de S. Paulo

    Lula critica delegado e diz que ele deve concluir caso Dantas O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu ontem à alegação de que a saída do delegado Protógenes Queiroz, que comandou as investigações da Operação Satiagraha, da Polícia Federal, ocorreu por intervenção do governo. Lula defendeu que ele permaneça à frente do inquérito até que o relatório siga para o Ministério Público.

    Apesar da reação, Lula e a cúpula do governo não queriam que Protógenes continuasse à frente da segunda fase das investigações. A PF pressionou pela saída dele do caso. A idéia era que ele encerrasse a fase atual e, depois, fosse removido do inquérito. Só que o delegado decidiu precipitar sua saída e divulgou reservadamente que foi afastado por pressão política. Queiroz não foi localizado ontem pela Folha.

    A amigos o delegado reafirmou que ele foi retirado da operação. Segundo Queiroz, basta ouvir a fita na qual foi gravada a reunião de segunda-feira na Superintendência da PF em São Paulo para comprovar que ele e os delegados Karina Souza e Carlos Pellegrini foram expurgados. Em vez de discutir os novos rumos da operação, de acordo com Queiroz, só houve no encontro reclamações da cúpula por causa de supostos excessos cometidos durante a ação. Lula classificou a versão da pressão como "mentira".

    "Quem contou essa mentira, que foram pressionados, espero que desminta. Ninguém pode fazer o trabalho que ele [Queiroz] fez por quatro anos e, na hora de terminar o relatório, dizer que vai embora. Tem que ficar no caso. Vender insinuações à sociedade é que não é correto. Nem para o presidente da República, muito menos para um delegado da PF."

    Presidente havia avalizado afastamento na 2ª Apesar de ter dito publicamente ontem que Protógenes Queiroz devia continuar na Operação Satiagraha, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avalizou na segunda-feira em conversa com o ministro Tarso Genro (Justiça) o afastamento do delegado da investigação sobre o banqueiro Daniel Dantas.

    Mesmo com o esforço para aplacá-la, a crise acabou chegando à ante-sala do presidente, com conversas gravadas do advogado e petista Luiz Eduardo Greenhalgh com o chefe-de-gabinete de Lula, Gilberto Carvalho. A ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, também teria manifestado irritação com a exposição de seu nome no caso.

    Na conversa com o presidente, Tarso afirmou que ele e o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, consideravam "insustentável" a permanência de Queiroz, apesar da eficiência técnica do inquérito que culminou na prisão de Dantas. Tarso disse ainda que Queiroz extrapolara, atropelando normas da PF -como avisar à TV Globo da prisão do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, filmado ainda de pijama.

    Saída de Protógenes racha Polícia Federal O afastamento do delegado Protógenes Queiroz da Operação Satiagraha causou uma divisão interna na Polícia Federal. Enquanto delegados criticam o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, por tê-lo censurado e defendem punição ao presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, pelas ofensas à instituição, agentes da PF consideraram benéfica para a entidade a saída de Queiroz.

    Contrariados, policiais federais de São Paulo, em especial delegados, decidiram se reunir para estudar possíveis formas de protesto, até mesmo contra a cúpula da própria PF.

    O presidente do sindicado dos delegados da PF em São Paulo, Amaury Portugal, disse que Corrêa errou ao censurar Queiroz por ele ter procurado apoio da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

    "A direção deveria ter dado força ao policial, não repreendê-lo. Quando fez isso, só contribuiu para um desgaste maior da polícia. Entendemos que a instituição saiu enfraquecida desse caso", afirmou Portugal.

    Já os agentes representados pela Fenapef (Federação Nacional dos Policiais Federais), que se sentiram desprestigiados com a preferência de Queiroz por técnicos da Abin em detrimento dos da PF, consideram que o delegado foi desrespeitoso com a classe ao recorrer à agência para auxiliá-lo nas investigações. A classe também criticou os métodos "sensacionalistas" que fizeram com que a PF fosse "amplamente criticada como um todo".

    Curso de especialização terá aula sobre "papel da mídia" na relação com a PF No curso de especialização que faz na Polícia Federal, pré-requisito para ingressar na classe de delegados especiais, umas das mais altas da carreira, Protógenes Queiroz terá aulas sobre a função dos profissionais perante a instituição policial e sobre o "papel da comunicação e da mídia" nas relações com a PF.

    Antes de ele se afastar da investigação que prendeu Daniel Dantas, havia sido aberto contra ele um procedimento interno para apurar os erros cometidos na operação.

    Na próxima segunda, tem início na Academia Nacional da PF, em Brasília, a segunda parte do curso, com aulas presenciais. Essa fase tem duração de um mês, com fim previsto para o dia 22 de agosto.

    Segundo a portaria da PF nº 57, de fevereiro, o curso é dividido em três ciclos: além de lições em sala, os delegados e peritos têm aulas à distância, pela internet, e têm de elaborar um TCC (Trabalho de Conclusão de Curso). A previsão é que o curso, de duração de seis meses, seja concluído em 28 de novembro.

    Em nota, PF afirma que responsável por ação vai terminar relatório até amanhã O delegado Protógenes Queiroz, responsável pela Operação Satiagraha, comprometeu-se a relatar até amanhã o principal inquérito da investigação que levou à prisão do banqueiro Daniel Dantas, segundo nota divulgada ontem pela direção da Polícia Federal em Brasília.

    Ele, no entanto, queria ter mais tempo para concluir as investigações. Segundo a direção da PF, como Queiroz vai iniciar na segunda-feira a parte presencial do curso superior da PF, ele queria instruir o inquérito aos sábados e domingos, mas sua sugestão não foi aceita por seus superiores, o que o teria levado a dizer que relataria o inquérito até o fim desta semana.

    Queiroz preside o procedimento em que Dantas e outros dirigentes do Opportunity são investigados por supostos crimes de gestão fraudulenta e corrupção ativa. Principal delegado do caso, ele também era o mentor de outros dois procedimentos relacionados à investigação, porém presididos pelos delegados que o ajudavam, Carlos Pellegrini e Karina Souza.

    Justiça processa Dantas por tentativa de suborno Um dia depois de o delegado Protógenes Queiroz ter sido afastado das investigações pela cúpula da PF, a Justiça Federal abriu um processo criminal contra o banqueiro Daniel Dantas, o braço direito dele e ex-presidente da Brasil Telecom, Humberto Braz, e o consultor Hugo Chicaroni, pelo crime de corrupção ativa.

    Na decisão, o juiz Fausto De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, informou existir "indícios suficientes" da participação dos três numa tentativa de subornar o delegado da PF Victor Hugo Ferreira com US$ 1 milhão para que Dantas e parentes fossem excluídos da investigação.

    Com a abertura do processo, Dantas, Braz e Chicaroni passam da condição de investigados para a de réus.

    Toda a negociação para o pagamento de propina, que ocorreu em restaurantes de São Paulo, foi autorizada pela Justiça, filmada pela PF e monitorada por escutas telefônicas.

    Na decisão, Sanctis rebateu o argumento de advogados da defesa, que disseram que as provas apresentadas pelo Ministério Público Federal para sustentar a ocorrência do crime de corrupção são inválidas, pois o flagrante teria sido armado.

    "Não houve flagrante preparado", disse o magistrado. Segundo ele, quem telefonou para o delegado foi Braz.

    Defesa de Dantas cita Mendes em e-mails E-mails interceptados pela Operação Satiagraha da Polícia Federal indicam que os advogados do banqueiro Daniel Dantas manobraram, para que caísse no plantão do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, o pedido de liminar no habeas corpus impetrado por Dantas em junho, concedido duas vezes na semana passada.

    Nos e-mails, o advogado e ex-ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) Luis Carlos Lopes Madeira, que faz parte do corpo de advogados de Dantas, sugeriu que a liminar fosse pedida quando o relator do habeas corpus, o ministro Eros Grau, estivesse de férias.

    Pelas normas do tribunal, no recesso, quem recebe os pedidos de liminar em caso de réu preso é o presidente do STF, Gilmar Mendes. Num dos e-mails, Madeira escreveu: "Insisto que não estou pensando no STJ. No STF, quem estará na presidência é o ministro Gilmar ou o ministro Cezar Peluso".

    Dantas, delegado e juiz terão de depor em CPI A CPI das Escutas Telefônicas da Câmara aprovou ontem, em votação simbólica, a convocação do banqueiro Daniel Dantas, do delegado Protógenes Queiroz, que deixou anteontem o comando da Operação Satiagraha, e do juiz Fausto Martin De Sanctis, autor dos pedidos de prisão de Dantas.

    Os depoimentos foram marcados para 6 (Queiroz), 7 (Sanctis) e 13 (Dantas) de agosto, na volta do recesso parlamentar.

    Na sessão de ontem, foram aprovados ainda requerimentos de pedidos de informação sobre a Operação Chacal, deflagrada em 2004, que investigou a suposta espionagem da Kroll contra a Telecom Italia. Diretores da empresa e o delegado Romero Menezes, responsável por essa operação, também foram convocados.

    A votação simbólica ontem foi possível graças ao acordo firmado com a base aliada na véspera para arquivar os pedidos de depoimento dos petistas Luiz Eduardo Greenhalgh, ex-deputado e advogado de Dantas, e do ex-ministro Luiz Gushiken (Comunicação Social), além do investidor Naji Nahas.

    O deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) acredita que a CPI ganha novo fôlego com os depoimentos de Dantas, do delegado e do juiz e assegurou que vai questionar os depoentes sobre outros detalhes da Operação Satiagraha, como o afastamento de Protógenes do caso.

    Eike e Dantas travaram no Senado disputa de lobbies Os empresários Eike Batista e Daniel Dantas travaram uma "disputa de lobbies" no Senado, há cerca de dois meses, em torno da atuação do setor empresarial nos portos do país. Segundo relatórios da Polícia Federal relativos à Operação Satiagraha, o embate pode ter envolvido pagamento de propina e tráfico de influência.

    O motivo foi a votação de uma emenda a medida provisória que tratava dos portos.

    Em escuta telefônica que consta do relatório da PF, Arthur Joaquim Carvalho, cunhado e homem de confiança de Dantas, afirma ter ouvido que a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), relatora da MP, recebeu R$ 2 milhões da empresa OAS para propor uma emenda à medida provisória. Essa emenda era contra os interesses de Dantas. Kátia Abreu nega ter recebido propina.

    A conversa gravada pela PF em 27 de maio é de Carvalho com o publicitário Guilherme Sodré, o Guiga, amigo do governador Jaques Wagner (PT-BA). Segundo a PF, Guiga também atuaria para Dantas.

    Ontem, o Painel revelou que o Opportunity tinha forte interesse na MP.

    A senadora desistiu da emenda à MP no dia seguinte porque, segundo ela, houve acordo com o governo, que teria prometido publicar um decreto com o teor da emenda.

    Após 8 anos foragido, Cacciola volta ao país escoltado pela polícia O ex-banqueiro Salvatore Cacciola conversou longamente com a Polícia Federal na primeira parte da sua viagem de extradição de Mônaco para o Brasil. "Ele está se explicando, dando sua versão do que aconteceu", disse à Folha um dos integrantes da equipe da PF que viajou a Mônaco.

    Aparentemente tranqüilo, de calça jeans, camisa pólo branca, óculos escuros, tênis e com um relógio no pulso (mas não algemas), o ex-banqueiro quase não parou de falar no vôo de Nice a Paris, de pouco mais de uma hora de duração. Gesticulando bastante, mas calmamente, olhava ora para um membro da PF à sua direita, ora para um à esquerda. Ele viajou no meio, no assento 11B.

    Cacciola não quis falar com repórteres que acompanhavam o vôo, lotado. Na saída, o repórter da Folha mostrou a ele um bilhete de meses atrás em que prometia "uma bela entrevista", mas ele disse: "Me desculpe, mas agora eu não vou falar".

    O Estado de S. Paulo

    Dantas vira réu sob acusação de tentar subornar delegado Em um único dia, o banqueiro Daniel Dantas foi denunciado e virou réu em processo criminal em que é acusado de oferecer US$ 1 milhão para corromper o delegado federal Vitor Hugo Rodrigues Alves Ferreira. Além dele, o executivo do Opportunity Humberto José da Rocha Braz e o professor Hugo Sérgio Chicaroni também vão responder ao processo por corrupção ativa. A decisão é do juiz federal Fausto Martin De Sanctis, da 6ª Vara Criminal Federal de São Paulo, que acolheu a denúncia do procurador da República Rodrigo de Grandis.

    A propina serviria para livrar Dantas, seu filho e sua irmã Verônica do inquérito que apurava as atividades do Grupo Opportunity, controlado pelo banqueiro. Foi esse inquérito que serviu de base à Operação Satiagraha, que provocou a prisão de Dantas, do investidor Naji Nahas, do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e de 15 de outros 21 investigados - por ordem também do juiz De Sanctis. Todos, com exceção de Chicaroni e de Braz - foram soltos pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes.

    Defesa de banqueiro pede que juiz do caso seja impugnado A defesa do banqueiro Daniel Dantas entregou ontem ao Tribunal Regional Federal um pedido para que o juiz Fausto De Sanctis seja considerado inapto para julgar as denúncias da Polícia Federal na Operação Satiagraha.

    O pedido de impugnação formal foi entregue pelo advogado Nélio Machado. "Alegamos comprometimento do ponto de vista da falta de isenção no caso, pelas entrevistas que deu, pelas declarações que formulou, pela presunção que fez em relação a Daniel Dantas sem conhecê-lo e sem sequer ouvir sua versão."

    O pedido será inicialmente submetido ao próprio juiz e depois ao Tribunal Regional Federal, caso ele não tome a decisão de considerar-se inapto.

    "Como eu pedi a suspeição, ele precisa processá-la, ou a reconhecendo ou a submetendo ao Tribunal", afirmou Nélio Machado.

    Dantas opta por ficar em silêncio no interrogatório Alvo principal da Operação Satiagraha, o banqueiro Daniel Dantas foi ontem à sede da Superintendência da Polícia Federal, em São Paulo, e permaneceu calado pela segunda vez em que os delegados do caso tentaram ouvi-lo.

    Dantas chegou à PF às 15 horas, acompanhado dos advogados Nélio Machado e Gustavo Teixeira. Entrou sem dar uma palavra aos jornalistas. O sócio-fundador do Grupo Opportunity foi aconselhado pelos advogados a permanecer calado diante dos delegados na tentativa de oitiva.

    Logo no início do interrogatório, conduzido pelo delegado Protógenes Queiroz, um oficial de Justiça entregou o documento comunicando a denúncia formal apresentada pelo Ministério Público Federal e aceita pelo juiz Fausto De Sanctis.

    "Com a notícia da denúncia formal envolvendo Humberto Braz e por presunção relacionada a Daniel Dantas, a questão que seria ali tratada ficou prejudicada", explicou Machado, que deixou a PF por volta das 18h30. Braz é apontado pela polícia como emissário de Dantas.

    ''Parede falsa é armação da PF'' O advogado criminal Gustavo Teixeira, que integra a equipe de defesa do banqueiro Daniel Dantas, rebateu ontem a informação divulgada pela Polícia Federal, segundo a qual foram encontrados DVDs e CDs em uma sacola escondida em parede falsa no apartamento do controlador do Grupo Opportunity durante as buscas feitas na terça-feira da semana passada pela Operação Satiagraha. "É uma armação da polícia, certamente com o intuito de fundamentar novo pedido de prisão preventiva de Dantas", acredita Teixeira.

    Segundo investigadores da operação, o material recolhido aponta a existência de planilhas com nomes de autoridades e valores que teriam sido repassados a elas por Dantas, a quem a PF atribui o papel de mentor de organização criminosa para evasão de divisas, lavagem de dinheiro, corrupção e quadrilha. Os investigadores afirmam que os CDs e DVDs estavam em um compartimento falso em um dos cômodos do apartamento do banqueiro, em Ipanema, no Rio.

    Opportunity é alvo de processo no BC Banco Central está processando o Opportunity por suspeita de lavagem de dinheiro. E os indícios da prática criminosa foram levantados pelo próprio BC, numa fiscalização feita em 2007 pelo Departamento de Combate a Ilícitos Financeiros e Supervisão de Câmbio e Capitais Internacionais (Decic). O relatório do Decic concluiu que o Banco Opportunity "expõe seus produtos e serviços à lavagem de dinheiro" porque "não tem controle" das operações de seus correntistas.

    O Estado apurou que o Processo Administrativo (PA) contra o Opportunity ainda está em curso. A fiscalização do BC, que terminou com uma Avaliação de Controles Internos e Compliance, mostra que o Opportunity abria contas sem documentação mínima.

    Havia cadastros sem comprovantes de residência, identidade (RG) e do contribuinte (CPF). Nenhum dos registros de pessoa jurídica continha informações sobre faturamento, e cerca da metade dos registros de pessoa física não descrevia informações sobre renda. O termo "compliance" quer dizer "agir de acordo com a regra".

    Lula reage à saída de Protógenes Preocupado com a repercussão provocada pelo afastamento do delegado Protógenes Queiroz do comando da Operação Satiagraha - o que foi recebido como indício de interferência política do governo na Polícia Federal -, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu ontem e cobrou a volta dele à investigação que levou às prisões do banqueiro Daniel Dantas, do Banco Opportunity, do investidor Naji Nahas, o ex-prefeito Celso Pitta e mais 15 outras pessoas.

    "Moralmente, esse cidadão tem de ficar no caso até terminar esse relatório", disse Lula, mostrando irritação com o que chamou de "venda de insinuações políticas" decorrentes da maneira como Protógenes deixou a operação policial. O presidente admitiu, quando deu a entrevista, no meio da tarde, que já havia falado com o ministro da Justiça, Tarso Genro, pedindo a volta de Protógenes.

    Presidente avaliou a reação para evitar dano à imagem A defesa que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez do delegado Protógenes Queiroz não foi de improviso. Menos de 24 horas depois do anúncio do afastamento do homem que pôs o banqueiro Daniel Dantas na berlinda, Lula foi informado por auxiliares que a saída de Protógenes prejudicaria a imagem do governo. O publicitário João Santana, consultor do governo, estava na linha de frente dos assessores ouvidos no Palácio do Planalto.

    A análise recebida por Lula não deu margem a dúvidas: aos olhos da sociedade, o afastamento de Protógenes passa a idéia de que o governo quer esconder alguma coisa na investigação sobre crimes financeiros e desvio de recursos públicos. O presidente saiu das conversas convencido de que o delegado só foi afastado por causa da guerra entre a Polícia Federal e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

    Protógenes tem a confiança de Paulo Lacerda, que comanda a Abin, mas vivia às turras com o diretor-geral da PF, Luiz Fernando Correa. Na prática, as investigações da Operação Satiagraha começaram há cerca de quatro anos, quando Lacerda ainda chefiava a PF. Subordinado ao ministro da Justiça, Tarso Genro, Correa não brecou a Satiagraha, mas, na versão de Protógenes, também não forneceu meia centena de homens para reforçar a operação, conforme solicitado. O delegado convocou, então, agentes da Abin para a tarefa. Compartilhou com arapongas dados sob segredo de Justiça.

    Delegado tentou evitar saída da investigação Diferentemente do que disse ontem o presidente Lula, o delegado Protógenes Queiroz não abandonou o comando da Operação Satiagraha para fazer um curso. "Na hora de finalizar o relatório, esse cidadão diz: eu vou embora fazer meu curso, e ainda dá vazões para insinuações de que ele foi tirado", afirmou o presidente. A verdade é outra: na reunião de segunda-feira passada, em São Paulo, Protógenes resistiu o quanto pôde e chegou a se oferecer para trabalhar só nos finais de semana.

    A reunião foi na Superintendência da Polícia Federal. Além de Protógenes, participaram o diretor de Combate ao Crime Organizado, Roberto Ciciliati Troncon Filho, o chefe da Divisão de Combate aos Crimes Financeiros, Paulo de Tarso Teixeira, e o Superintendente da PF em São Paulo, Leandro Daiello Coimbra. Foi um encontro tenso, com os delegados enumerando erros de Protógenes - como esconder informações da direção da PF sob o argumento de que temia vazamentos. Para a cúpula da polícia, isso tornou o inquérito um "fracasso político-institucional", apesar de alguns méritos técnicos.

    Policiais cobram autonomia e independência O episódio Protógenes Queiroz não teria sido escrito na história da Polícia Federal se os delegados da corporação tivessem autonomia e independência funcional. A avaliação é de Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, presidente da Comissão de Prerrogativas da Associação Nacional dos Delegados da Polícia Federal. "Somos uma categoria amadurecida, mas seria melhor se a independência fosse gravada em Lei Orgânica da PF ou mesmo na Constituição , a exemplo dos procuradores e magistrados que têm essas prerrogativas. Gostaríamos que essa maturidade se transformasse em lei para acabar com essas especulações."

    Leôncio Ribeiro destacou, no entanto, que os delegados federais"estão muito unidos, fortes e vigilantes a todo tipo de atitude que possa caracterizar patrulhamento sobre suas atividades". Ele disse que a classe não aceita mais ingerências. "Construímos uma autonomia de fato. Qualquer interferência externa é imediatamente rechaçada. A categoria está consciente do seu papel. Não é tão simples, como dizem, que as investigações são controladas."

    CPI convoca Dantas, delegado e juiz Cumprindo acordo feito na véspera, a CPI dos Grampos aprovou ontem a convocação do banqueiro Daniel Dantas, do delegado da Polícia Federal que comandou o inquérito da Operação Satiagraha, Protógenes Queiroz, e do juiz Fausto De Sanctis, da 6 ª Vara Criminal Federal, que determinou as buscas e prisões.

    Em votação simbólica, que durou 30 minutos, os integrantes da comissão de inquérito na Câmara aprovaram também outros requerimentos da pauta. Um deles é o que solicita à empresa Kroll - que teria sido contratada pelo controlador do Opportunity - os relatórios produzidos durante as investigações em torno da Brasil Telecom.

    Embora tenham sido aprovadas as convocações do banqueiro, do delegado da Polícia Federal e do magistrado, a oposição não conseguiu manter na pauta os pedidos de convocação do ex-deputado e advogado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), do megainvestidor Naji Nahas - também detido pela Operação Satiagraha e libertado, depois, por uma liminar do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes - e do ex-ministro Luiz Gushiken (Comunicação Social).

    Chinaglia quer votar lei contra abuso em agosto O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), pretende colocar em votação em agosto, na volta do recesso parlamentar, projetos que tornem mais rigorosa a lei sobre abuso de autoridade e que regulamentem o uso do grampo telefônico em investigações policiais.

    A discussão sobre a necessidade de uma nova legislação tomou fôlego após encontro do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, anteontem.

    O debate surgiu depois de reações aos métodos utilizados pela Polícia Federal na Operação Satiagraha. Mendes liberou Dantas e a maior parte dos presos na operação.

    Chinaglia e Mendes já conversaram sobre a necessidade de alterar a lei. "Esse ambiente policialesco de condenar sem direito à defesa e atingir imagens das pessoas, sou favorável a um ordenamento jurídico para resolver isso", afirmou Chinaglia.

    ACM Júnior cobra explicações de Tarso Genro O senador Antonio Carlos Magalhães Júnior (DEM-BA) informou ontem que "recorrerá aos tribunais" se o Ministério da Justiça não lhe explicar - como pediu formalmente em ofício, na segunda-feira - por que seu nome foi incluído entre supostos auxiliares do banqueiro Daniel Dantas, no relatório da Polícia Federal sobre as atividades do grupo Opportunity.

    "Sei que o pedido deve estar tramitando lá no ministério", afirmou o senador, "pois já estamos no terceiro dia de espera. Quero que entendam que o assunto é sério e que estou disposto a esclarecer isso até o fim. Se tudo não for explicado, na volta do recesso vou tomar as medidas legais necessárias".

    O nome de ACM Júnior aparece - como noticiou o Estado no sábado - ao lado de outros seis em um organograma que toma três páginas do relato feito pelo delegado Protógenes Queiroz. Sob o título Agentes Públicos e Políticos Associados, dentro de um retângulo diretamente ligado ao nome de Daniel Dantas, estão, além dele, o ministro de Assuntos Estratégicos Mangabeira Unger, o também senador Heráclito Fortes (DEM-PI), o ex-presidente do Banco do Brasil Cassio Casseb e mais três altos funcionários da administração, ligados à Receita Federal, à Caixa Econômica Federal e ao Serpro. O documento não traz, em páginas anteriores ou posteriores ao organograma, nenhum texto ou gravação que explique como funcionava essa rede de apoio político ao banqueiro.

    O Globo

    Lula agora quer manter delegado que PF afastou O presidente Lula disse ontem que, "moralmente", o delegado Protógenes Queiroz tem de continuar no comando da Operação Santiagraha. Lula negou que tenha havido pressões políticos no caso e determinou que o ministro da Justiça, Tarso Genro, conversasse com a diretoria da PF para anular o afastamento. A PF, no entanto, garante que Protógenes não estará mais no caso a partir de segunda-feira.

    A operação, que estabeleceu ligação de petistas históricos com Dantas, foi chamada de espetáculo pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. "Acho que esse delegado tem de ficar no caso. Esse cidadão não pode, depois de fazer uma investigação de quase quatro anos, na hora de finalizar o relatório, dizer 'eu vou embora fazer meu curso' e ainda dar vazão a insinuações de que foi tirado", disse Lula.

    O juiz Fausto de Sanctis, da 6ª Vara Criminal de São Paulo, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal de corrupção ativa contra Daniel Dantas por causas do suborno a um delegado da PF.

    CPI convocará banqueiro A CPI do Grampo aprovou a convocação, em agosto, do banqueiro Daniel Dantas, com o objetivo de explicar o pedido à empresa Kroll para investigar a Telecom Itália e membros do governo. O delegado Protógenes Queiroz e o juiz Fausto de Sanctis também serão ouvidos.

    BB empresta R$ 4,3 bi à Oi Em meio às denúncias contra Dantas, o Banco do Brasil vai dar um empréstimo de R$ 4,3 bilhões à Oi (ex-Telemar) para que ela possa comprar a Brasil Telecom – na qual o banqueiro é acionista minoritário – e fazer a supertele. O banco não quis comentar a operação.

    "Laranjão" - Renda de 21 mil, negócios de milhões A análise do disco rígido (HD) do Grupo Opportunity confiscado em 2004, na Operação Chacal, mostra que só um investidor carioca teria movimentado US$ 25 milhões no Opportunity Fund, que deveria ser só para investidores estrangeiros. Apesar disso, ele declarara renda mensal de R$ 21 mil.

    Cacciola já tem habeas corpus O ex-banqueiro Salvatore Cacciola, extraditado, desembarca hoje no Rio, após dez meses preso em Mônaco. Ontem ele conseguiu habeas corpus para não ser algemado e ter uma conversa reservada com advogados. Ele também não queria ser fotografado, mas o STJ negou o pedido.

    Correio Braziliense

    Saem reajuste e 13º para servidor e aposentado Depois de várias idas e vindas, a Câmara aprovou ontem a MP 431 , que concede reajuste salarial para 800 mil servidores e 700 mil militares. O percentual de aumento varia entre as categorias, mas, só neste ano, o governo terá que desembolsar R$ 7,5 bilhões a mais para pagar a folha de pessoal. O Ministério da Previdência também confirmou que metade do 13º salário dos aposentados e pensionistas do INSS será paga antecipadamente em agosto. A medida injetará R$ 6,9 bilhões na economia e será instituída por decreto presidencial, a ser assinado nos próximos dias. No Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou o projeto de lei que cria o piso nacional para professores e abre 49 mil vagas no sistema federal de educação – a serem preenchidas por concurso público.

    Presidente faz jogo de cena contra delegado

    Constrangido pela versão de que o governo afastou os três delegados que estavam à frente da Operação Satiagraha para abafar a investigação, Lula declara que Protógenes Queiroz (foto) deve vir a público dizer que pediu para sair.

    No xilindró, sem algemas Condenado a 13 anos de prisão por quebrar o Banco Marka depois de receber dinheiro público, em janeiro de 1999, Salvatore Cacciola chega hoje ao Brasil. A mando da Justiça, ele não pode ser algemado.

    Na Justiça, para driblar a lei seca

    Desembargadores julgam hoje no DF o mérito de liminar que extingue processo contra motorista acusado de embriaguez que se recusou a fazer o teste. Medida divide juristas e Detran avisa: tolerância zero será cumprida com rigor enquanto a lei vigorar.

    Fonte: Congresso em Foco

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