Médica Layane Carvalho fala sobre cuidados paliativos no programa Portal da Assembleia

A médica da Comissão de Cuidados Paliativos da Secretaria de Saúde de São Luís (SEMUS), Layane Carvalho, concedeu entrevista ao programa “Portal da Assembleia”, exibido nesta sexta-feira (16), no quadro “Sala de Entrevista”, da TV Assembleia. Ela falou sobre cuidados paliativos, que é um tipo de abordagem de cuidado ativo, no qual os pacientes que tiverem uma doença crônica, progressiva e sem possibilidade de cura, recebem tal abordagem de uma equipe multiprofissional.

Segundo Layane, os cuidados paliativos assistem aos pacientes em suas necessidades físicas, emocionais, espirituais e até mesmo familiares. Ela acrescentou que os cuidados paliativos são aplicados durante o processo da doença, o processo de morte e como um apoio para a família também durante o período de luto.

“É um processo interativo que envolve o paciente, a equipe multiprofissional e os familiares. Se o paciente tem capacidade de decisão, deve ser respeitada sua autonomia. Assim, o paciente, que é cuidado em todas as suas dimensões, participa das decisões de cuidados tanto quanto a família. O paciente pode, inclusive, caso seja sua vontade, indicar um responsável por tomar as decisões sobre os cuidados no seu lugar”, esclareceu a médica.

Expansão dos cuidados paliativos

Layane Carvalho esclareceu que os cuidados paliativos é um método de abordagem de cuidados que está em expansão e, em São Luís, já tem implantado no Socorrão I e II, Hospital Geral e Dutra e, na rede privada, no Hospital São Domingos, UDI e Centro Médico. “É bom que se diga que os cuidados paliativos não são voltados somente para pacientes em estado terminal. Recomenda-se que pacientes com doenças degenerativas, progressivas e crônicas devem ser submetidos aos cuidados paliativos logo no início”, advertiu.

De acordo com Layane, os cuidados paliativos tratam o paciente em todas as dimensões (emocional, espiritual e familiar), diferente do médico, que trata somente os sintomas e a doença. “Os cuidados paliativos cuidam do paciente em sua relação com a sociedade. O importante é o alívio de dor e de sofrimento para o paciente e a família. Inclusive, orientamos a família quanto aos procedimentos a serem adotados em caso de morte do paciente”, complementou.

Resolução do SUS

Segundo Layane, o Ministério da Saúde, por intermédio do Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde (CONASEMS), baixou resolução que determina a implantação dos cuidados paliativos, em âmbito nacional, como uma política pública de saúde. “A partir desse momento, fica a critério dos serviços municipais e estaduais a implantação dos cuidados paliativos em todos os atendimentos. O Ministério da Saúde oferece formação, na abordagem dos cuidados paliativos, no próprio site, para as equipes de saúde que fazem trabalho domiciliar”, ressaltou.

A implantação dos cuidados paliativos na rede estadual

Na oportunidade, Layane anunciou que se encontra em tramitação, na Assembleia, projeto de lei de autoria do deputado Dr. Yglésio, idealizado por ela, que estabelece as diretrizes de implantação dos cuidados paliativos no serviço público e particular de saúde. “A Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) declararam os cuidados paliativos como um direito de todos os seres humanos. O direito de ter alívio de dor e desconforto. Quando se fala de dor, não é só no aspecto físico, mas a dor emocional, que chamamos de dor total”, pontuou.

Por fim, a médica disse que espera que a abordagem dos cuidados paliativos seja implantada em todo o Estado do Maranhão, pela sua importância no tratamento dos pacientes, uma vez que ele resgata a essência do que é o cuidado e, ainda, por se tratar de uma assistência mais humanizada. “A gente respeita os princípios de não maleficência, de beneficência, de autonomia e de justiça”, afirmou.