Mensalão mostrou que imprensa pode condenar antes do Judiciário, diz Lula
O caso do mensalão mostrou como a imprensa pode ser usada para condenar pessoas antes do Judiciário. Para o ex-presidente Lula, foi esse o resultado da aliança feita entre veículos de comunicação e setores do Ministério Público, da Polícia Federal e da magistratura para fazer circular acusações sem confirmação, fragilizar governos e impedir a tomada de decisões.
O ex-presidente faz sua análise no livro A verdade vencerá – o povo sabe por que me condenam (Boitempo). A obra condensa três entrevistas do líder do PT concedidas no Instituto Lula, em São Paulo, nos dias 7, 15 e 28 de fevereiro, aos jornalistas Juca Kfouri, Maria Inês Nassif e Gilberto Maringoni e à diretora da Boitempo Ivana Jinkings.
Lula está preso na sede da PF em Curitiba, cumprindo pena antecipadamente pela condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Foi preso no dia 7 de abril. Um dia antes, fez um discurso acusando o MP Federal, a PF e setores do Judiciário de terem se aliado à imprensa para criar a imagem de que ele é culpado, antes mesmo que ele fosse condenado. O método, diz no livro, é herança do mensalão, processo no qual o Supremo Tribunal Federal condenou as principais lideranças petistas, como José Dirceu, José Genoino e João Paulo Cunha.
“Na verdade, nunca acreditei na história do mensalão. Essa foi a grande descoberta do século XXI: de como a mídia poderia ser utilizada para criminalizar as pessoas antes da Justiça. A mídia tomou a decisão de, ao invés de esperar a Justiça criminalizar, transformar alguns líderes do PT em bandidos. Eu tinha medo porque, se o Zé Dirceu não tivesse sido preso, poderia ter sido atacado por um fanático em alguma rua aqui de São Paulo e ser morto...
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