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22 de Maio de 2024

Michel Temer subestima a Greve Geral no Brasil

Governo disse que houve "baixa adesão", Temer responsabilizou manifestantes por confrontos e, ignorando motivos da paralisação, disse que o trabalhador luta para superar recessão, como o seu governo

Publicado por Cleide Azevedo
há 7 anos

Michel Temer subestima a Greve Geral no Brasil

Jornal GGN - Após todos os estados aderirem em massa à Greve Geral no Brasil, nesta sexta-feira de 28 de abril, com o êxito da paralisação em rodovias, escolas, transportes, serviços e fábricas, o fim de muitos atos fechou em cenário oposto ao que começou. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, os protestos terminaram com confrontos de policiais com os manifestantes.

Ainda assim, com o impacto a nível nacional e internacional da grande adesão popular às reivindicações contra as reformas trabalhistas e da Previdência do governo de Michel Temer, o presidente menosprezou a realidade: "houve a mais ampla garantia ao direito de expressão, mesmo nas menores aglomerações", disse.

Ao contrário do que a imprensa internacional divulgou e a tradicional do Brasil tampouco conseguiu omitir, o mandatário considerou que os atos foram restritos aos grandes centros e que houve baixa adesão, considerando que a maior parte da população apoia as reformas.

No discurso de suposta "menores aglomerações", Temer entendeu que "as manifestações políticas convocadas para esta sexta-feira ocorreram livremente em todo país". Tentou amenizar as críticas dos atos, como se não tivessem a mira nas medidas econômicas formuladas por sua gestão, e disse que "reafirma o compromisso com a democracia e com as instituições brasileiras".

Michel Temer deixou claro que o espaço para a discussão não é nas ruas, com a população, mas no Legislativo, em seu diálogo com os deputados e senadores que representam a grande base aliada de seu próprio governo. "O trabalho em prol da modernização da legislação nacional continuará, com debate amplo e franco, realizado na arena adequada para essa discussão, que é o Congresso Nacional", afirmou.

Mas a forma "livre" e "democrática" das manifestações convocadas pelas centrais sindicais do país, mobilizando milhares de trabalhadores de todas as categorias do país, não terminou como o esperado. Isso porque nas duas grandes capitais, Rio e São Paulo, a polícia intercedeu com truculência, gerando confrontos.

Na capital paulista, um grupo manifestava-se desde o início do dia em frente à casa do mandatário Michel Temer, que por sua vez estava em Brasília. A polícia atirou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta para dispersar os manifestantes, que reagiram com paus e pedras contra os policiais.

No Rio de Janeiro, a concentração foi na Cinelândia, local marcado para o fechamento das manifestações cariocas. Assim como em São Paulo, os agentes usaram bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersão, machucando manifestantes e impedindo que o último ato da greve geral ocorresse.

Também houve confronto em frente à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, entre policiais que faziam a segurança da Alerj e, inicialmente, um manifestante que usando máscara atirou coquetel molotov. Após o episódio, nove ônibus foram incendiados no centro da capital.

Sindicalistas e lideranças sociais, além da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), acusaram a Polícia Militar de inviabilizar o comício, ao esvaziar a Cinelândia de forma truculenta e violenta. A PM respondeu que agiu para "combater a ação de vândalos".

Sobre os casos de confrontos, o mandatário disse são "lamentáveis" os atos de violência, responsabilizando os manifestantes: "Infelizmente, pequenos grupos bloquearam rodovias e avenidas para impedir o direito de ir e vir do cidadão, que acabou impossibilitado de chegar ao seu local de trabalho ou de transitar livremente".

Contrariando os episódios, Temer disse na declaração que os trabalhadores lutam intensamente para superar a “maior recessão econômica que o país já enfrentou em sua história”, de "forma ordeira e obstinada".

Fonte: Jornal GGN

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A frase de Temer de que “o espaço para a discussão não é nas ruas, com a população, mas no Legislativo” seria correta se o Congresso Nacional representasse efetivamente o povo. Isto, porém, não acontece. Hoje a grande maioria de nossos parlamentares representa interesses mais do que escusos.

Quanto à greve dos pelegos, importa notar que a adesão foi mesmo pequena, apenas a bagunça foi grande, diferentemente das manifestações populares ocorridas onde se deu o contrário. A única coisa contra a qual se rebela a pelegagem é o fim da obrigatoriedade do imposto sindical. No mais, muito barulho e nenhuma razão para fazê-lo. continuar lendo

É, subestimou o dano que um mísero punhado de selvagens poderia provocar.

As polícias militares deveriam ser mobilizadas para dispersar, prender, e tudo o que mais fosse necessário, com força proporcional, essa horda destrutiva.

Apedrejamentos, pneus e lixo em chamas, ameaças, grampos em pistas, concreto em trilhos. Isto é uma barbárie, e demanda um tratamento à altura. Esses facínoras agiram assim na certeza de impunidade. O cidadão não pode reagir; a população assiste bestializada ao espetáculo promovido por essa canalha terrorista.

Nesse sentido, a polícia do Rio de Janeiro está de parabéns. Deveria ter sido mais incisiva, claro. Poderia seguir e prender cada vândalo facínora que participou dos bloqueios.

O país não pode ser refém da barbárie. E não pode duvidar que existem bárbaros por aqui. Que tenha sido um erro de avaliação, e que não se repita. Sejam recebidos à bala de borracha, jato d'água, cavalaria e cassetetes, estejam presos e algemados, antes que terminem de acender um único pneu. continuar lendo

É inadmissível o que o Presidente Temer alega como vontade do povo as reformas propostas. Ortotgar leis e dizer que o povo está de acordo sem antes consultar é um ato contra a democracia. Eu gostaria de que ele promovesse um ato convocando o povo brasileiro a sair nas ruas e declarar que são a favor das reformas da Previdência e trabalhista, assim como quantos acham justo se aposentarem aos 65 anos e contribuírem por 40 ou 49 anos. Todos sabemos que mesmo numa economia estável, no Brasil é praticamente impossível um trabalhador manter se empregado por 49 anos ininterruptos, aliás é muito tempo para garantir uma estabilidade econômica, condiderando que ao longo de cinco décadas as grande potências declinaram, passaram por crises e por um longo período de recessão, como uma economia de um país em desenvolvimento e historicamente distante de se tornar a grande potência econômica que nos prometeram ao longo da nossa história será capaz de conseguir o que os mais desenvolvidos não conseguiram que é proporcionar emprego para todos os braleiros por 49 anos. Se de fato o Presidente acredita no apoio de toda ou da maioria da população, porque não convocar um plebiscito e assim tiramos a dúvida que há entre as partes, o Governo e o povo. Não creio que aja alguém com coragem o suficiente para tanto, considerando que poderá colocar em risco uma votação contra nossa vontade e a perda de apoio no.Congresso. O povo brasileiro é trabalhador e a grande maioria gostaria de ter ido ao trabalho na última sexta, entretanto não se pode pressumir que queremos a reforma e classificar o ato como um fiasco. Todos sabemos que muita gente não apoio a ideologia sindical e muito menos os benefícios que alguns pretendentes a eleição ou reeleição ganham com este ato. A verdade é que ninguém quer se aposentar aos 65 anos. Eu trabalho desde 14 anos, tenho 45 anos e vou completar 31 anos de contribuição. Comecei a trabalhar antes a promulgação da CF de 1988, quando bastavam 30 anos para homem e 25 para mulheres, após 88 aumentou apenas 5 anos. E agora vocês querem aumentar mais 14 anos. O que fizeram ao tomarem o poder nos últimos 30 anos após o Governo militar?? Não quero a ditadura, nem mesmo um general no comando do pais, mas queremos a ética e o bom senso na criação de leis e principalmente o respeito e a igualdade. É totalmente injusto ter que esperar mais 20 anos para eu me aposentar, espero que vocês consigam de fato viver a expectativa de vida que declaram publicamente existir, sem estudo ou pesquisa científica, talvez vocês possam contar quantos morreram sem se aposentar e quantos se aposentaram e gozaram por longos anos esse tão esperado direito. Claro que isso não vale para presidente, deputados, senadores, ministros e funcionários públicos. Então convoque um plebiscito e evite cometer um erro histórico e um massacre aos trabalhadores que dedicam suas vidas para produzir riqueza a nossa nação, como ato de respeito e de patriotismo, quando demonstra amor ao povo, a nação, as leis e a justiça. Mauricio Moreira - estudante de direito. continuar lendo