Busca sem resultado
jusbrasil.com.br
16 de Junho de 2024
    Adicione tópicos

    Miki critica a permanência de Marco Feliciano na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara

    O líder do PSB na Assembleia Legislativa, deputado Miki Breier (PSB), criticou da tribuna do Parlamento a permanência do pastor Marco Feliciano, do PSC, na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados.

    Miki solicitou ainda a inclusão nos anais da Casa da nota de repúdio feita pela Negritude Socialista Brasileira à eleição do pastor. “Além de envergonhar a Câmara dos Deputados, de mais uma vez desprestigiar o Parlamento e trazer mais descrédito para a política brasileira, sua escolha revela um deboche em relação aos lutadores e lutadoras sociais que labutam na área dos direitos humanos há muito tempo. A Negritude Socialista Brasileira emitiu sua nota de repúdio, lembrando que, em seu Twitter, o deputado Marco Feliciano escreveu que a população de descendentes de africanos é amaldiçoada”, argumentou.

    Miki disse lamentar a posição da Câmara Federal por aceitar a indicação. “Temos de ter o mínimo de senso de responsabilidade para aquilo que é público. A Câmara Federal como um todo – faço uma autocrítica também ao meu partido – permitiu que esse tipo de situação se criasse. É lamentável esse cidadão não ter pedido para sair, diante do que ele escreveu, disse e representa. Ele pode estar defendendo suas ideias, mas não presidindo uma comissão dessa importância. É importante a pessoa se dar conta do que pode, do que deve e do que tem capacidade e compreensão para fazer. Se esse cidadão não foi capaz de fazer isso, que a Câmara Federal ouça os movimentos sociais e o que está sendo dito nas ruas e diga que ele não merece estar ali”, assinalou Miki Breier.

     

    Nota da NSB - Negritude Socialista Brasileira- em repúdio à eleição do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC) para a Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal:

    A Negritude Socialista Brasileira – NSB - engrossando as fileiras dos segmentos do Partido Socialista Brasileiro e de toda a sociedade civil indignados com a eleição do deputado Pastor Marco Feliciano (PSC) para a Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, vem a público manifestar-se.

    Percebemos que a seriedade da política brasileira fica mais uma vez questionada com esta decisão provinda daqueles que deveriam representar a vontade popular. O povo brasileiro, negro em sua maioria, não se sente contemplado ao deparar-se, na presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara Federal, que deveria ser um baluarte na defesa de todas as questões ligadas à etnia, gênero, concepção filosófica e política, opção sexual etc...com um parlamentar que, por má vontade, inabilidade moral ou ignorância, não entende as mudanças de paradigma de nossos tempos e, consequentemente, não entende a evolução humana que faz, há muito tempo, lutarmos para suplantar concepções racistas e preconceituosas. Preconceito e discriminação em relação à etnia ou opção sexual, seja pelo motivo que ocorrer, são sinais de incompetência no entendimento do que é o humano. Preocupante é saber que esta postura não é protagonizada apenas pelo deputado referido. Basta ver inoportunas mensagens de apoio a ele nas redes sociais.

    A Negritude Socialista Brasileira, veementemente, irrompe em grito de protesto e desaprovação com aquilo que representa o ultrapassado, o arcaico, o virulento e, neste sentido, inconcebível para uma sociedade que se quer civilizada. A eleição do Pastor Marco Feliciano do PSC, justamente para a comissão ligada à cidadania, é sinal de vergonha para o seu partido, para a Câmara Federal e para a população brasileira, se esta não se indignar com tal fato. Ela é corporativa e decorre, muito mais, de acordos e negociatas partidárias do que da transparente busca por mais representatividade, dignidade e cidadania para cada brasileiro e brasileira.

    Aquele que opta escrever, em seu twitter, que a “população de descendentes de africanos são amaldiçoados” perde a idoneidade e a imparcialidade necessárias para estar à frente de uma comissão tão demandada de nossa Câmara. A possibilidade de livre expressão acarreta bônus, mas também ônus. Quem pensa como este pastor, de forma racista e homofóbica, não pode estar à frente da comissão que deveria entender-se como suporte para todo e qualquer homem ou mulher; outrossim, quem pensa que, no Brasil – o segundo país no mundo com maior população negra – falar-se em descendentes de africanos é falar sobre minoria, demonstra grotesco desconhecimento sociológico de nossa população.

    A NSB repudia o simbólico - que é paradoxal - manifestado na escolha de um cidadão com postura explicitamente racista para uma função na Comissão de Direitos Humanos na qual a diversidade, a luta intransigente contra os preconceitos, a abertura para que o outro expresse-se e expresse a sua liberdade da maneira mais ampla possível são pontos fundamentais a serem defendidos.

    Infelizmente, esta parcela da classe política brasileira, na pessoa daqueles que sustentaram posse tão aviltante às relações ético-morais de nossa sociedade, retrocede e desaponta a população negra e a todos (as) cidadãos (ãs) que lutam pelo bem comum em nível social.

    Ir contra o Racismo é postura socialista por essência e o Partido Socialista Brasileiro, através do segmento da Negritude Socialista Brasileira, publicamente, deixa o seu repúdio, sua contrariedade e faz questão de registrar que será incansável observador das ações vindouras da comissão citada e se manifestará rotundamente a cada disparate ético cometido por ela.

    • Publicações65591
    • Seguidores32
    Detalhes da publicação
    • Tipo do documentoNotícia
    • Visualizações14
    De onde vêm as informações do Jusbrasil?
    Este conteúdo foi produzido e/ou disponibilizado por pessoas da Comunidade, que são responsáveis pelas respectivas opiniões. O Jusbrasil realiza a moderação do conteúdo de nossa Comunidade. Mesmo assim, caso entenda que o conteúdo deste artigo viole as Regras de Publicação, clique na opção "reportar" que o nosso time irá avaliar o relato e tomar as medidas cabíveis, se necessário. Conheça nossos Termos de uso e Regras de Publicação.
    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/miki-critica-a-permanencia-de-marco-feliciano-na-comissao-de-direitos-humanos-e-minorias-da-camara/100397053

    0 Comentários

    Faça um comentário construtivo para esse documento.

    Não use muitas letras maiúsculas, isso denota "GRITAR" ;)