Ministério Público investiga entrevistas de presos na TV
O Ministério Público de São Paulo abriu nesta quarta-feira (24/5) Inquérito Civil para apurar entrevistas com supostos líderes do PCC, exibidas nas televisões entre 15 e 19 de maio, período em que o estado de São Paulo foi abalado por uma onde de ataques a pessoas e imóveis do sistema de segurança e de rebeliões em presídios.
“As notícias veiculadas na grande Imprensa, de que três emissoras de televisão, excedendo-se no direito de informação, teriam na semana de 15 a 19 de maio, veiculado falsas entrevistas ou falsas informações sobre a recente e lamentável onda de ataques, deflagradas pelo crime organizado (Primeiro Comando da Capital – PCC), cujo conteúdo é de veracidade duvidosa e com pesado apelo psíquico e emocional”, diz a portaria 11/06 de autoria da promotora Débora Pierre.
A portaria cita nominalmente os jornalistas Marcelo Rezende, da Rede TV e Roberto Cabrini da Rede Bandeirantes, além da Rede Record. A procuradora Débora Pierre foi quem investigou a fraudulenta entrevista com líderes do PCC veiculada pelo apresentador Gugu Liberato há dois anos.
A procuradora cita na portaria a “falsa entrevista” com Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, apontado como o líder da organização criminosa Primeiro Comando da Capital, feita pelo jornalista Roberto Cabrini, da Rede Bandeirantes. Para ela “a responsabilidade do apresentador Roberto Cabrini e da própria Rede Bandeirantes deve ser apurada, pois ainda que a entrevista seja verídica, violaram norma legal que impede comunicação daqueles que se encontram em regime especial de retenção”.
No momento da entrevista, feita por telefone, Marcola estava detido no presídio de segurança máxima de Presidente Bernardes, sob Regime Disciplinar Diferenciado, no qual o preso é mantido incomunicável.
A procuradora cita também entrevista com outro suposto integrante do PCC conhecido como Macarrão, transmitida pelo |>Jornal da Noite da Rede Record, cujo apresentador não identifica. Ela se propõe também a apurar a responsabilidade do jornalista Marcelo Rezende na divulgação de “suposta orientação, que teria sido dada pela Polícia Militar para que os alunos de universidades fossem liberados em razão da segurança, o que causou grande pânico”
Leia a íntegra da Portaria 11/06
"Considerando as notícias veiculadas na grande Imprensa, de que três emissoras de televisão, excedendo-se no direito de informação, teriam na semana de 15 a 19 de maio, veiculado falsas entrevistas ou falsas informações sobre a recente e lamentável onda de ataques, deflagradas pelo crime organizado (Prime...
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