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17 de Junho de 2024
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    Ministros do Supremo vão aprovar revisão da Lei da Anistia, acredita Vannuchi

    Publicado por Agência Brasil
    há 14 anos

    Vladimir Platonow

    Repórter da Agência Brasil

    Rio de Janeiro - O ministro Paulo Vannuchi, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, afirmou ter esperança de que os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovem a revisão da Lei da Anistia, tornando puníveis crimes comuns contra os direitos humanos como homicídios, desaparecimentos, abusos e torturas praticados durante a ditadura militar.

    A matéria deve entrar em pauta hoje (28) à tarde no Supremo, que vai analisar a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 153, que contesta a Lei 6.683/1979 a Lei da Anistia , a pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

    O Supremo tomou decisões muito importantes recentemente, como sobre a Raposa Serra do Sol [ ao manter a demarcação da terra indígena em área contínu a ] e pesquisa com células-tronco, enfrentando uma espécie de opinião majoritária que se formou nos meios de comunicação, e pode repetir isso neste processo, disse Vannuchi.

    Ele participou ontem (27) à noite no Rio de Janeiro de um debate sobre a criação da Comissão da Verdade, instância prevista na terceira edição do Programa Nacional dos Direitos Humanos (PNDH-3), que deverá ser proposta pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva sob forma de projeto ao Congresso.

    Vannuchi disse que a decisão do Supremo sobre a revisão da Lei da Anistia vai ter reflexos nos trabalhos da Comissão da Verdade, embora tenha frisado que são matérias distintas.

    O julgamento não define absolutamente nada a respeito da Comissão Nacional da Verdade. Ela não tem caráter judicial, nem punitivo. É conhecer o que aconteceu, tomar depoimentos, identificar as estruturas de tortura, mortes, desaparecimentos, localização dos corpos, disse Vannuchi, que rebateu a tese de que se trataria de uma espécie de revanchismo contra militares.

    Segundo ele, o que se busca é o resgate de informações sobre o período da ditadura militar, por meio da localização de documentos cujo paradeiro ainda é desconhecido. Participaram do debate, no Teatro Casa Grande - antigo palco de manifestações artísticas e políticas contra a opressão militar militantes de direitos humanos e dezenas de parentes e amigos de desaparecidos políticos nos anos da ditadura.

    A presidente da Comissão dos Direitos Humanos da OAB do Rio de Janeiro, Margarida Pressburger, também demonstrou esperança quanto ao julgamento previsto para hoje no STF. Crime hediondo não prescreve e tortura é crime hediondo. Então essa anistia plena, total e irrestrita é uma farsa. Os torturados foram condenados sem julgamento. Os torturadores hoje estão aposentados, recebendo altos soldos. Não é revanchismo que a gente espera. É justiça, definiu Margarida, que esteve envolvida na luta estudantil desde o início do período militar.

    O irmão dela, Miguel Pressburger, foi preso e torturado, durante quatro anos, entre 1968 e 1972, por participar das Ligas Camponesas, grupo de esquerda de oposição à ditadura. Segundo Margarida, mesmo depois de solto, ele não se recuperou totalmente das violência sofrida no cárcere e só teve o processo de anistia julgado em janeiro de 2009, seis meses após sua morte.

    Edição: Juliana Andrade

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/ministros-do-supremo-vao-aprovar-revisao-da-lei-da-anistia-acredita-vannuchi/2166727

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