Moradores temem tragédia em conjunto da CDHU
Uma ocupação no final dos anos 90 de prédios inacabados da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), em frente ao Centro Educacional Unificado do Campo Limpo, na zona sul da capital, pode acabar em tragédia. Esta denúncia, comprovada por fotos, chegou nesta quarta-feira, 8/6, ao gabinete do deputado e 1º secretário da Assembleia Legislativa, Rui Falcão (PT), que enviará à CDHU requerimento de informação sobre o caso.
Os prédios do Conjunto Habitacional Santo Amaro, no Jardim Leônidas Moreira, que hoje abrigam 580 famílias, foram ocupados entre 1998 e 1999. Por se tratar de uma ocupação, a companhia não permite que as concessionárias de serviços públicos levem ao local serviços regulares de energia elétrica, abastecimento de água e saneamento básico. "A gente se vira como pode. Tudo lá é gato (ligação clandestina), seja de luz ou água e o esgoto corre a céu aberto" , denuncia a líder comunitária Antônia Rosângela Santos Mendes.
Antonia Rosângela relata que os moradores já procuraram a CDHU e não obtiveram retorno. "Nem mesmo foram lá para cadastrar os moradores" , lamenta. "O esgoto que corre a céu aberto causa diversos problemas de saúde", acrescenta ela, que fala com o conhecimento de quem já foi agente de saúde. As ligações clandestinas de luz e o consequente risco de incêndio também são preocupação dos moradores.
Os moradores querem que a CDHU reforme os prédios, regularize os serviços essenciais de luz, água, saneamento básico e urbanize o local. Para tanto, afirmam que estão dispostos a negociar o pagamento por estes serviços. "Não queremos nada de graça", afirma Antônia Rosângela, em nome do Movimento Comunitário Resgatando a Moradia (Mocrem), que representa também cerca de mil famílias da favela surgida no entorno do conjunto habitacional e que, igualmente, não têm acesso aos serviços essenciais.
rfalcao@al.sp.gov.br
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