MPF/MG denuncia quadrilha por tráfico internacional de drogas
O Ministério Público Federal (MPF) em Minas Gerais denunciou por tráfico internacional de drogas uma quadrilha formada por quatro africanos e três brasileiros. Chefiada pelo nigeriano Ikechukwu Joseph Chinyelugo, com a participação de sua mulher, a brasileira Maria José Freire, o bando tinha entre seus integrantes o também nigeriano Jude Anayo Onyeazor, o casal de brasileiros Adriano Collaço Gomes e Flávia Patrícia Silva de Lima e as moçambicanas Bendita Claudia Zavale e Georgina Luissana Zunguene.
A atuação da quadrilha foi descoberta a partir de informações obtidas pela Polícia Federal no segundo semestre de 2009, dando conta de que uma empresa voltada para o comércio exterior, sediada em Belo Horizonte, estaria sendo utilizada para enviar drogas para países da África e Europa.
Em outubro daquele ano, nos dias 7, 14 e 19, foram feitas três grandes apreensões de cocaína no local. A droga estava escondida em materiais de jardinagem - pás e tesouras - e em máquinas de costura. Com a prisão em flagrante de três africanas, a PF deu início à Operação Conexão África, quando a Justiça autorizou a interceptação telefônica e de dados de algumas pessoas envolvidas com o esquema. O objetivo era exatamente o de identificar os demais integrantes da organização criminosa.
As investigações acabaram apontando para a existência de um grupo liderado pelo denunciado Joseph Chinyelugo e culminaram na realização de inúmeras prisões e apreensões da droga em diversas cidades brasileiras, entre elas, Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte.
Mulas - O nigeriano arregimentava pessoas humildes em diversos países da África, que viajavam para o Brasil e depois retornavam ao continente africano transportando a droga. Os brasileiros que atuavam no bando também exerciam funções subalternas: geralmente funcionavam como mulas, transportando cocaína para países da Europa.
O centro de operações da quadrilha funcionava em um imóvel situado no Bairro Cidade Líder, em São Paulo. De lá, o nigeriano Joseph Chinyelugo, de 51 anos, comandava suas atividades. No local, foram apreendidos diversos documentos, papéis e cadernos contendo anotações de nomes e contabilidade relacionados ao tráfico, além de diversos apetrechos utilizados para a embalagem da droga e para a confecção de fundos falsos em objetos. Também foram encontrados objetos já com a cocaína oculta em seu interior, além de fitas adesivas com resquícios da droga.
O líder da quadrilha, que reside na capital paulista, era auxiliado pelo casal de brasileiros Adriano Collaço e Flávia Silva de Lima, que também atuava como mula. Em 17 de janeiro deste ano, Flávia foi presa no Aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, quando tentava embarcar com a droga. Interrogada em juízo, confessou que já havia traficado cocaína para o exterior em outras oito ocasiões. Ela foi denunciada pelo MPF do Rio de Janeiro e em junho deste ano saiu a sentença condenatória. Seu marido encontra-se foragido.
Todos os demais denunciados encontram-se presos, à exceção da moçambicana Georgina Luissana Zunguene, que também se encontra foragida.
Se recebida a denúncia, eles irão responder pelos crimes de associação para o tráfico ilícito de entorpecentes e por tráfico internacional de drogas, com penas que variam de três a quinze anos de prisão.
Saiba mais - Outras pessoas que traficavam drogas para a quadrilha de Joseph Chinyelugo já foram denunciadas, no dia 18 de novembro de 2009, pelo MPF em Belo Horizonte: Natércia Ribeiro Pachisso, Catija Amisse Sarangue.
A atuação dos nigerianos também foi alvo da Operação Monalisa, realizada este ano pela Polícia Federal de Santa Catarina para investigar a remessa de drogas por via marítima.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal em Minas Gerais
(31)
No twitter: mpf_mg
0 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.