MPF/MG: seis pessoas são condenadas por assalto a agência dos Correios no interior do Estado
A ação criminosa estendeu-se também a uma cooperativa de crédito, onde os funcionários foram amarrados e amordaçados
O Ministério Público Federal em Minas Gerais (MPF) obteve a condenação de seis pessoas que, em fevereiro do ano passado, assaltaram agência dos Correios e de uma cooperativa de crédito na cidade de Córrego Danta (MG).
O líder do grupo, Marco Aurélio Sullivan de Lima, recebeu pena de 15 anos e dois meses de prisão. Wedson Rodrigues da Silva foi condenado a nove anos, seis meses e dez dias; Gabriel Francisco de Oliveira, a oito anos, cinco meses e 15 dias; Jonatas Alverindo Dias, a cinco anos, um mês e 25 dias; Lucimar Ramos Basílio Teles, a quatro anos, quatro meses e oito dias; e Elenice Rodovalho, a quatro anos, quatro meses e oito dias. Outro integrante do grupo, Danilo, morreu numa troca de tiros com a polícia logo após a ação criminosa.
Todos os réus estão presos, à exceção de Lucimar Ramos, beneficiada com liberdade provisória durante o trâmite da ação.
Córrego Danta é uma cidade de 3.391 habitantes (Censo IBGE 2010), na região Centro-Oeste de Minas Gerais. Segundo a denúncia do MPF, ela foi escolhida para os assaltos exatamente por se tratar de uma cidade pequena, o que facilitaria a execução dos crimes.
As ações criminosas ocorreram na manhã do dia 4 de fevereiro de 2014, quando Wedson e Gabriel, armados, entraram na agência da cooperativa e anunciaram o assalto. Eles renderam os funcionários e retiraram R$ 55 mil dos caixas e do cofre. Antes de saírem, amarraram e amordaçaram os funcionários, para impedir qualquer reação ou que chamassem a polícia. As vítimas relataram que Gabriel puxou-lhes os cabelos, com violência, perguntando onde estavam suas coisas de ouro, tendo sido contido pelo comparsa.
Enquanto isso, outro integrante do grupo, Danilo, roubava a agência dos Correios. Os funcionários também foram rendidos mediante ameaça de arma de fogo e abriram o cofre, de onde o assaltante retirou R$ 77 mil, além da quantia de R$ 665,24 que estava no caixa.
Elenice e Jonatas aguardavam os comparsas dentro de um veículo para dar-lhes fuga, e, juntos, voltaram a Bambuí. Para comemorar o sucesso da empreitada, os acusados realizaram um churrasco, e o mentor dos assaltos, Marco Aurélio, que estava em Uberlândia, viajou até o local para reunir-se com o grupo e receber os 50% que lhe cabiam.
Na madrugada do dia seguinte, 5 de fevereiro, a polícia, que vinha efetuando buscas na região desde a ocorrência dos roubos, encontrou dois veículos parados em frente à casa que servia de base para o grupo. Ao abordarem os motoristas, eles saíram em fuga, trocando tiros com os policiais, mas acabaram sendo presos. Wedson e Lucimar foram detidos dentro da casa.
O grupo já vinha sendo monitorado pela polícia desde um assalto a uma casa lotérica em Bambuí/MG supostamente praticado por Wedson e Gabriel. O monitoramento telefônico permitiu inclusive desvendar a participação de Marco Aurélio Sullivan na empreitada.
Conforme assinalou a sentença, ele nunca tinha participação direta nos roubos efetuados pela quadrilha, pois atuava como autor intelectual dos crimes, ficando com o encargo de planejamento, coordenação, orientação e de propiciar ao grupo todos os meios necessários à prática delituosa (armas, munições e até mesmo veículos).
Marco Aurélio já foi condenado em outras três ações penais, todas transitadas em julgado, por crimes de roubo e porte ilegal de arma. Outro integrante do grupo, Wedson Rodrigues, também possui vasta folha de antecedentes, com uma condenação por roubo e diversos registros de prisão.
Os réus ainda poderão recorrer da sentença. O MPF já apelou pedindo aumento das penas.
(Ações Penais nº 12130-79.2014.4.01.8811 e 3306-34.2014.4.01.8811)
Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal em Minas Gerais
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