MPT ajuíza ação para empresa contratar concursados
Companhia Brasileira de Trens Urbanos mantém empregados trabalhando por meio de terceirização ilícita
Maceió – O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Alagoas pediu à Justiça, em caráter liminar, que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos, a CBTU, afaste os empregados contratados por meio de empresa interposta e convoque os aprovados no último concurso público realizado pela instituição. O procurador do Trabalho Rafael Gazzaneo, autor da ação civil pública (ACP) ajuizada contra a CBTU, constatou que a instituição admitiu trabalhadores por meio de terceirização ilícita.
Conforme os pedidos formulados na ação, o MPT requer à justiça que a CBTU seja obrigada a afastar os trabalhadores terceirizados que desempenham as funções de Auxiliar Operacional (ASO - Operação de Estação), Assistente Operacional (ASO – Segurança Metroviária) e Assistente de Manutenção (ASM – Manutenção de Sistemas e Equipamentos Metroviários – Especialidades: Elétrica, Eletrônica, Manutenção Predial, Mecânica, Metalurgia e Operação de Máquinas e Equipamentos). De acordo com as investigações, as funções citadas são exatamente idênticas às atividades que os aprovados no concurso público deveriam executar, se fossem devidamente contratados.
Segundo o procurador, a permanência da terceirização no serviço, quando há candidatos aprovados e aptos para desempenhar funções terceirizadas, afronta os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade e moralidade. “A terceirização dos serviços na CBTU comprova a necessidade de pessoal, pois existem vários contratos vigentes com empresas prestadoras de serviço, enquanto diversos candidatos estão ‘esquecidos’ no cadastro de reserva. Isso mostra, claramente, uma afronta aos princípios constitucionais, principalmente ao da legalidade e da moralidade”, disse.
Atualmente, o concurso público realizado pela CBTU, em 2014, ainda está dentro da validade, já que o certame, válido por dois anos, pode ser prorrogado uma vez por igual período.
Durante o inquérito civil, o MPT propôs solucionar a irregularidade por meio de termo de ajustamento de conduta (TAC), tendo concedido à CBTU prazo de 120 dias para apresentar um plano destinado a eliminar a terceirização das funções citadas, mas a a companhia não aceitou a proposta.
Pedidos - O Ministério Público do Trabalho pede que a CBTU seja obrigada a afastar os empregados terceirizados dos cargos citados e a contratar os candidatos aprovados em concurso público, sob pena de pagar multa de R$ 200 mil por cada trabalhador encontrado em situação irregular. Além disso, pede a condenação em R$ 500 mil por dano moral coletivo.
Os valores serão revertidos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) ou a uma instituição sem fins lucrativos indicada pelo MPT.
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