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17 de Junho de 2024
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    Muitas vidas, um juiz... e um projeto: Arprom

    há 6 anos

    Projeto social já atendeu mais de 40 mil jovens.

    O juiz deve ou não participar da sociedade em que vive? O juiz pode se envolver socialmente com as causas que afligem os seres humanos? É lhe dado o direito de mudar vidas? Para essas e outras perguntas o juiz Silvio Irineu Bednarski, que se aposentou em agosto de 1982, sempre respondeu sim e com AÇÕES.

    Por ter atuado, por muitos anos, na área da infância e da juventude, em outubro de 1967, ele fundou a Associação Riopretense de Promoção do Menor (Arprom), sem fins lucrativos e com a finalidade de atender jovens de famílias vulneráveis, colocando à disposição dos adolescentes uma estrutura qualificada, com ênfase em projeto social e em ações humanas, que tem por finalidade o pleno desenvolvimento e o preparo para o exercício da cidadania e da qualificação para o trabalho. Desde sempre, o juiz se preocupou com famílias de baixa renda, de prole ociosa e sem destino, que pudessem conviver com problemas de conduta, vulnerabilidades e riscos sociais.

    Como no último dia 25 foi inaugurado o Fórum “Doutor Silvio Irineu Bednarski”, da Comarca de São José do Rio Preto, o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Manoel de Queiroz Pereira Calças, aproveitou a oportunidade e foi ver de perto o trabalho realizado e as necessidades atuais da associação. Acompanhado pelo juiz da Vara da Infância e da Juventude da comarca, Evandro Pelarin, e pelo filho do fundador da Arprom, o integrante do Ministério Público de São Paulo, José Luiz Bednarski (que muito conviveu com a associação durante a época em que seu pai era vivo e que ele ainda residia na cidade), o presidente foi recebido pelos juízes aposentados e sempre colaboradores Almir Soares de Carvalho e Sérgio Serrano Nunes, pelo integrante do Conselho Fiscal Paulo Humberto Borges, pelas supervisoras administrativas Beatriz da Rocha Martim e Stefanie Rodrigues Caldeira e pelo presidente da Arprom, José Vita Medina.

    Apresentados aos jovens, os visitantes falaram sobre a oportunidade – única – que eles vivenciavam. Pereira Calças citou nomes de promotores de Justiça e delegados, hoje profissionais competentes e bem-sucedidos que passaram pela Arprom. José Luiz Bednarski, que atualmente é promotor de Justiça, relembrou os seus aniversários comemorados na associação e contou histórias. “Pelé esteve aqui”, disse, ao contar aos jovens, em dias de Copa do Mundo, que o rei do futebol conheceu a instituição. O promotor de Justiça aposentado, Paulo Humberto Borges, que auxilia na gestão da Arprom desde 1970, discorreu sobre os objetivos da entidade, pela qual já passaram mais de 40 mil crianças carentes.

    O presidente, José Vita Medina, encerrou pedindo que os adolescentes contassem em casa que receberam a visita do presidente do TJSP porque eles – os jovens – “eram pessoas muito importantes”. Atualmente, 600 adolescentes são assistidos (400 no mercado de trabalho e 200 em preparação por meio dos cursos que acontecem pela manhã e à tarde, com turmas distintas). Segundo o presidente da Arprom, o juiz Evandro Pelarin “caiu do céu” para os adolescentes de São José do Rio Preto.

    Um pouco da história – O estatuto da Arprom foi elaborado pelo jurista Olímpio Rodrigues dos Santos e os primeiros a usufruírem seus benefícios foram os pequenos engraxates frequentadores da Praça Rui Barbosa, que passaram a receber aulas ministradas pela professora (voluntária) Maria Luiza Silva. Com o passar do tempo, Adélcio Parro, da Polícia Militar, conhecido como “cabo Adélcio”, assumiu a coordenadoria, função que exerceu por mais de 30 anos. Nesse período, os adolescentes foram empregados em estabelecimentos comerciais e a Arprom evoluiu, na parte do ensino, com a contratação de professores e monitores.

    Desde 2000, “os guardinhas” são registrados em carteira, não sem antes passarem por cursos de capacitação de 90 dias, com 21 disciplinas, dentre as quais ética e cidadania, inclusão digital, noções de contabilidade, saúde sexual e secretariado. Há, também, a participação em projetos sociais e ambientais que incentivam o não desperdício de água, reciclagem de lixo e atos que contribuem para a despoluição de rios e economia de energia.

    Os adolescentes também recebem cursos de reposição de mercadorias, comércio varejista e atacadista e de auxiliar administrativo. Ao término, são encaminhados ao mercado de trabalho, ou seja, grandes e microempresas, supermercados, hospitais e escritórios. O aprendiz, registrado na Arprom, custa para o empregador um salário mínimo acrescido de 1/3, utilizado para o pagamento dos encargos sociais. Ao completar 18 anos, o jovem é dispensado e recebe todos os direitos trabalhistas e a boa notícia é que mais de 90% permanecem registrados nas empresas. Hoje, muitos dos adultos que por ali passaram são diretores de empresas, funcionários públicos, delegados, advogados e profissionais liberais. Medina, o presidente da Arprom, sempre diz que sua primeira preocupação é restituir a autoestima e a dignidade do adolescente, tendo em mente o dever e o prazer de fazer o bem.

    Um juiz, muitas vidas e... uma REALIZAÇÃO: a Arprom!

    N.R.: texto originalmente publicado no DJE de 4/7/18.

    Comunicação Social TJSP – RS (texto) / KS (fotos)

    imprensatj@tjsp.jus.br

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/muitas-vidas-um-juiz-e-um-projeto-arprom/597803798

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