Na tribuna do STF, advogados LGBT defendem criminalização da homofobia
Com embates entre LGBT e evangélicos, defensores usaram símbolos da comunidade. “É histórico’, diz advogada trans
No primeiro grande julgamento do Supremo Tribunal Federal em 2019, o plenário da Corte viu a sigla LGBT de fato subir à tribuna para defender a omissão do Congresso na criminalização da homofobia e transfobia. Três advogados gays, uma advogada lésbica e uma transexual formaram um bloco, que não só fez a defesa para tornar a prática crime, como fez questão de ressaltar o “lugar de fala”.
Com declarações em primeira pessoa e adereços com as cores da bandeira LGBT, os advogados pontuaram aos ministros dados da violência contra essa parcela da sociedade, lançaram mão de tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, que têm cláusulas de proteção à comunidade LGBT, além de terem ouvido que não há necessidade de tipificação especial para crimes contra essas pessoas e argumentos religiosos contra uma atuação do Supremo no caso.
No plenário, que permaneceu cheio durante toda a sessão, as reações foram muitas: risadas, expressões de deboche, de surpresa e até de confusão sobre o que estava sendo argumentado pelos representantes das entidades. Fora dele, alguns poucos manifestantes seguravam bandeiras com as cores do arco-íris torcendo pela criminalização.
Os ministros deram início nesta quarta-feira (13/02), ao julgamento sobre a tipificação dos crimes de homofobia e transfobia. As ações só começam a receber votos dos ministros amanhã, mas o primeiro dia de julgamento teve plenário cheio, sustentações orais enfáticas – por vezes até exaltadas – e embates entre representantes de entidades religiosas e da comunidade LGBT.
O Mandado de Injunção (MI) 4733 e a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO) 26 foram impetrados pela Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transgêneros (ABGLT) e pelo PPS, respectivamente. O advogado Paulo Iotti, que representa os dois impetrantes, foi o primeiro a sustentar. Iotti, com a mão direita enfeitada com anéis e fitas com as cores da bandeira LGBT, iniciou sua fala ressaltando que era um dos três advogados gays que iriam subir na tribuna.
Muitas vezes, em seu discurso, usou a primeira pessoa do plural para exemplificar as violências sofridas pelas pessoas LGBT, o que se repetiu em outras sustentações. Antes do julgamento, Iotti disse ao JOTA que era importante gays, lésbicas, travestis e transexuais mostrarem essa representatividade no Supremo e levar essa discussão a nível nacional.
17 Comentários
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Independentemente de ser uma questão grave, uma violência, dados alarmantes, etc., o STF NÃO É O CONGRESSO!
Juiz/desembargador/ministro NÃO É Legislador!
O princípio da Divisão dos Poderes é precípuo em um Estado de Direito!
Esse ativismo judicial, ideológico ou político, tem que ter um FIM! O Judiciário tem que entender seu papel, que NÃO É, Governar, MUITO MENOS Legislar!
Princípio basilar, que existe junto à ideia de Constitucionalismo , é o da Legalidade: "Não há Crime sem LEI anterior que o defina!' Não tem essa de Ministro criminalizar NADA!
Essas Ações estapafúrdias desses partidinhos e grupelhos já tá ultrapassando o limite da ridicularidade!
Cuidado STF! Sua hora vai chegar...daqui a pouco, tão chegando aí, batendo na sua porta, 'um cabo e um soldado'! rs continuar lendo
No Estado de Direito a última palavra é sempre do Judiciário.
Isto é devido ao Judiciário não ter iniciativa própria, mas sim precisar ser provocado e uma vez provocado não pode deixar de responder. É parte do sistema de pesos e contra pesos e previne o excesso ou omissão dos outros poderes, novamente, desde que seja provocado.
Se há ativismo judiciário é somente por conta da omissão do lixo legislativo brasileiro; que se omite onde faria diferença e quando legisla é em causa própria principalmente.
Achar que militares, nos dias de hoje, vão interceder contra os poderes constituídos, principalmente o Judiciário, é uma ofensa infantil contra as Forças Armadas. continuar lendo
Totalmente contra. Já temos leis demais. Já existem possibilidades de encaixar possíveis crimes contra eles nos artigos já existentes. Aliás, já são encaixados. Nada de supercategorias com leis inventadas para elas. continuar lendo
Juro que eu achava que as leis existentes eram pra TODOS!
Quantos (tas) são violentados todos os dias?... Quantos são roubados todos os dias? ... Quantos são assassinados todos os dias? .... Quantos são etc.? .... Os que são pertencentes a classe LGBT que sofrem violência desse tipo ou outros não tem direito a defesa?
Ou precisam de leis que os autorizem a por ex.: beberem e sair dirigindo, cometer atentados ao pudor e não serem incomodados , comprar e não precisar pagar, estacionamento exclusivo (tipo o de idosos), - já pensou, no supermercado? .... etc ?
como dizia meu avô.."um dia as bananas vão começar a comer os macacos" . continuar lendo
Bom, esse dia não demorará a menos q esse governo endureça e acabe com tudo q o socialismo enrustido criou em 30 anos. O poste já está mijando no cachorro. continuar lendo
Manchete utópica: "Na tribuna do STF, advogados defendem o aumento do rigor contra qualquer tipo de crime." continuar lendo
Não dá ibope. Temos q fatiar a sociedade em categorias e vê-la brigando para q cada uma consiga super poderes, super leis, etc. Não somos mais sociedades. Somos grupos brigando uns contra os outros, então, temos q pedir super leis mais rígidas apenas para nossos grupos. continuar lendo