Nova lei pode proibir animais em circos nos Estados Unidos
(da Redação)
Países em todo o mundo estão proibindo animais em circos (Foto: news.softpedia.com)
O deputado republicano Jim Moran apresentou ao Congresso Americano a Traveling Exotic Animal Protection Act, uma lei que visa proibir o uso de animais selvagens em circos itinerantes. As informações são da Global Animal.
A Traveling Exotic Animal Protection Act (TEAPA) foi criada devido ao visível sofrimento dos animais vítimas desse tipo de exploração: eles ficam confinados em locais pequenos, móveis e temporários, com restrição de movimentos, ambientes impróprios e viagens longas e árduas.
O confinamento e a natureza das apresentações a que os animais são submetidos leva a abusos que foram filmados em circos ao redor do mundo, incluindo os Estados Unidos.
A lei, se aprovada, fará com que os Estados Unidos entrem em uma lista composta por quase 30 países que já aprovaram legislações similares, como a Áustria, a Bélgica, a Grécia, a Índia, a Bolívia, a Colômbia e o Panamá. Outros países como a Grã Bretanha, o Brasil e o México estão atualmente revendo a legislação, sendo que o Primeiro Ministro da Grã Bretanha prometeu que uma lei deverá ser aprovada dentro de 12 meses.
“Bullhooks” são usados frequentemente em circos como armas para espetar os elefantes e espancá-los (Foto: PETA)
Jim Moran disse à reportagem:
“Devido a evidências em vídeos e fotos, está claro que os circos itinerantes não fornecem condições de vida adequadas aos animais exóticos. Esta legislação pretende atingir as situações mais chocantes envolvendo animais exóticos e selvagens nesses circos. A evidência de tratamento desumano e a crescente preocupação pública para com esses animais exigem que reconsideremos o que é adequado para essas criaturas sociais e inteligentes”.
A Animal Defenders International (ADI) vem trabalhando com o congressista Moran e está provendo a membros do Congresso relatórios detalhados com provas de crueldade, e com os perigos em se manter animais selvagens em hospedagens temporárias, bem como as questões econômicas.
Jan Creamer, presidente da ADI, declarou:
“Os majestosos animais selvagens não encontram o seu lugar em um circo itinerante, e com esta lei, os Estados Unidos se juntarão a quase trinta países ao redor do mundo que tomaram uma atitude para terminar esse sofrimento. Devido à natureza dos circos móveis, os animais não podem se mover ou se exercitar naturalmente, e vivem toda a vida acorrentados ou amarrados, em jaulas pequenas que cabem na traseira de um caminhão. Nossas investigações também mostraram que a violência usada para controlar animais é parte da cultura do circo: os animais são espancados, chicoteados e eletrocutados para que executem as performances. Essa brutalidade não é admissível na sociedade atual”.
Entre os apoiadores da lei estão o apresentador de TV Bob Barker e a atriz do CSI, Jorja Fox.
Elefantes são acorrentados em duas pernas a maioria do tempo no circo (Foto: AFP/Getty Images)
A ADI estima que cerca de 300 animais encontram-se presos por esses circos em turnê pelos Estados Unidos, e cita os seguintes exemplos recentes:
- Ursos ficam enjaulados 90% do tempo em jaulas pequenas, na traseira de um trailer. São vestidos em trajes, amordaçados e forçados a montar motocicletas, a ficar de pé em suas patas dianteiras e a jogar basquete.
- Elefantes são rotineiramente acorrentados em duas pernas a maior parte do tempo, raramente conseguindo dar um passo para a frente e um para trás. São controlados com “bullhooks” e armas de fogo.
- Em março, três elefantes escaparam por 45 minutos de um circo em Missouri e vagaram pelo estacionamento, danificando veículos. Um dos elefantes, Viola, já havia escapado de outro circo em 2010. Tais fatos são comuns em circos itinerantes.
- Macacos vivem em gaiolas minúsculas na traseira de um trailer; são forçados a usar roupas, coleiras e trelas, e a executar truques.
- Tigres de Bengala e leões africanos passam cerca de 22 horas por dia em gaiolas dentro de carrocerias de caminhões que permitem apenas alguns passos para exercício.
Se a lei for aprovada, os Estados Unidos serão mais um entre 30 países que baniram animais exóticos e selvagens em circos itinerantes (Foto: Lorraine Moe)
O filantropista e legendário apresentador de TV Bob Barker disse:
“Os americanos estão se tornando cada vez mais conscientes de que os animais explorados por circos sofrem, desde violentas técnicas de treinamento até o severo confinamento. Animais selvagens enormes não são parte do circo, e obrigar animais a se apresentar é antiquado e pertence ao passado, a um tempo em que humanos eram ignorantes a respeito das necessidades de outras espécies com as quais dividimos o planeta”.
A atriz Jorja Fox defende que “o Congresso tem a responsabilidade de proteger o bem-estar dos animais e assegurar a segurança do público. A proibição do uso de animais exóticos e selvagens proporciona, de maneira responsável, a solução menos onerosa para este problema que ocorre há muito tempo. Apelamos ao Congresso para pôr fim, de uma vez por todas, no abuso e no sofrimento que têm sido expostos pela ADI repetidamente”.
A ADI também cita a crescente popularidade das apresentações com atores humanos, como o Cirque du Soleil, um exemplo de como os circos podem se adaptar e eliminar shows com animais e, ao mesmo tempo, serem mais relevantes às modernas audiências.
Para conhecer a campanha e participar clique aqui.
Nota da Redação: No Brasil, os estados de Alagoas, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Minas Gerais têm legislação que proíbe o uso de animais em circo. O Pl 7291/06, de autoria do Senador Álvaro Dias (PSDB-PR), que tem como objetivo proibir animais em circos em todo o país, se encontra pronto para pauta no plenário e consta como prioridade. Escreva para o Presidente da Câmara, o Deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e exija a aprovação do projeto com urgência:
Fale com o Deputado
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