Novo líder do Psol, Ivan Valente quer agenda em defesa dos direitos civis
A prioridade do Psol para 2018 será impedir a aprovação de propostas que, segundo o novo líder do partido, deputado Ivan Valente (SP), representem retrocessos em direitos humanos, sociais, individuais e dos trabalhadores.
Segundo Valente, a largada para a campanha eleitoral à Presidência da República já foi dada e, com isso, a Câmara deverá experimentar uma redução considerável na pauta debates e votações este ano. Valente comemorou a não votação da reforma da Previdência encaminhada pelo governo e disse que pretende propor uma agenda positiva para cidadãos e trabalhadores.
No quarto mandato de deputado federal, Ivan Valente está no Psol desde 2005, quando deixou o PT. Professor e Engenheiro Mecânico, vai liderar uma bancada de seis deputados. Ele sucede o deputado Glauber Braga (RJ).
Leia abaixo a entrevista concedida pelo novo líder à Agência Câmara.
Quais as prioridades do partido para 2018?
A primeira coisa é comemorar a derrota do governo na reforma da Previdência. Nós entendemos que essa agenda regressiva, da reforma trabalhista, da PEC do teto de gastos, já acabou com muitos direitos dos trabalhadores. Nessa [agenda] eles foram derrotados. Então nós entendemos que a agenda econômica que o governo pretende colocar é uma agenda de satisfação ao mercado financeiro, como é a questão da autonomia do Banco Central, que é, na verdade, se subordinar ao capital financeiro internacional e aos grandes rentistas nacionais. Você perde o controle da política fiscal, da política monetária, e isso é muito negativo para o Brasil. Nós vamos combater essa ideia. Agora o governo pretende virar a agenda para a área de segurança pública. E aí os projetos da bancada da bala que tramitam são muito ruins para a democracia brasileira. Nós vamos apresentar ao Rodrigo Maia uma bateria de propostas em defesa dos direitos civis, dos direitos humanos, de garantias individuais. O Psol pretende neste ano eleitoral, que eu acho que vai ter uma agenda de baixa intensidade aqui no Congresso, no mínimo, impedir novos retrocessos do governo Temer.
Em relação à agenda da Câmara dos Deputados, que outros projetos podem ser analisados este ano, tendo em vista as eleições.
Nós vamos ter uma agenda de baixa intensidade, como se pode perceber nesta semana. São medidas provisórias já colocadas pelo governo. Ele está governando por medidas provisórias, por decreto. Veja, ele decreta intervenção no Rio de Janeiro, fato gravíssimo, e agora ele cria um ministério (da Segurança) por medida provisória, na contramão do que havia prometido, que era enxugar ministérios, reduzir para 22 ministérios, mas já estamos com 29. O que nós queremos, nós do Psol, é uma agenda positiva para os trabalhadores, do ponto de vista dos direitos trabalhistas e dos direitos civis. Então, nós vamos procurar tencionar para que a pauta deste ano, aproveitando o ano eleitoral, seja uma pauta que interesse à classe trabalhadora brasileira e não [seja] de regressão da democracia e também de direitos.
O senhor acha que alguma coisa ainda pode ser aprovada dentro da pauta econômica da casa?
Certamente muita coisa ainda pode ser aprovada. Mas eu acredito que, a partir deste momento, está dada a largada para a campanha presidencial. Então essa é a maior preocupação dos partidos, dos parlamentares, e eu acho que a derrota da reforma da Previdência colocou a agenda do governo em banho-maria. Esse é um governo que vai ficando cada dia mais moribundo, porque ele não tem mais função, ele ficou um governo ilegítimo e imoral. Então eu acredito que a agenda tenda a baixar de intensidade aqui na Câmara.
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- MPV-821/2018
Edição – Roberto Seabra
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